A equipe Papaventuras foi escolhida como destaque para este mês. Leia abaixo a entrevista com Valmir Scheneider, capitão da equipe.
Formação atual
Valmir Luis Schneider – 36 anos – Administrador de empresas
Deisi Beatriz Penz – 28 anos – Fisioterapeuta
João Francisco Rauber – 24 anos – Webdesinger
Leandro Ribeiro Bittencourt – 31 anos – Engenheiro (atleta da equipe Capilé, de São Leopoldo, que acabou se dissolvendo)
Ricardo Fernandes e Kelen Dewes - apoios
A história da equipe
A Papaventuras iniciou sua participação no mundo das Corridas de Aventura em 2003, no “1º Desafio das Águas“, nas cidades de Arroio do Tigre e Estrela Velha – RS. Naquela etapa se chamava Equipe Academia Movimento, formada pelos atletas Valmir Schneider, Rosemeri Müller, Carlos Roberto Maldaner - o Mano -, e Carlos Augusto Canova, além da apoio Kelen Dewes.
Em 2004, já como Papaventuras, a equipe disputou o Circuito Gaúcho e começou acanhada, com um 11º lugar na 1ª prova, mas se superou e acabou na 4ª colocação no ranking gaúcho, além de obter outros bons resultados em provas fora do circuito. No mesmo ano, o Mano deixou a equipe, sendo substituído por Ricardo Fernandes e Luís Mercado até a chegada do Cristiano Pilz.
No ano de 2005, a Papaventuras passou a contar com mais um atleta, Mairos Piccin, que veio substituir o integrante Canova. A temporada foi de excelentes resultados para a Papaventuras, que se sagrou campeã do Circuito Catarinense e vice-campeã no Rio Grande do Sul, sendo a equipe mais regular deste circuito, com três segundos lugares. Rosemeri foi campeã brasileira do Circuito Try On, correndo com a campeã gaúcha de 2005.
Em 2006 a equipe conquistou grandes resultados, contando com a participação do atleta Marcelo da Silva Santos, de Canoas, que veio para somar forças à Papaventuras.
Em 2007 a equipe optou em contribuir para fomentar o esporte, com a introdução de novos apaixonados por corridas de aventuras. Já na última etapa do circuito gaúcho (dezembro de 2007), a Papaventuras dividiu sua equipe e cada integrante buscou novatos para formar 03 novas equipes, proporcionando assim que iniciantes tivessem a sua primeira experiência em corridas de aventuras.
Juntamente com essa idéia de fomentar o esporte, recebemos a visita da “cegonha”. Eu e a Rose ficamos muito felizes, porém tivemos que reduzir nossas participações em provas maiores e também acabamos ficando sem a alma da nossa equipe, a grande mamãe Rose! Contudo conseguimos formar a equipe com 02 novos atletas, que nunca haviam praticado esse esporte antes: João Francisco Rauber e Deisi Beatriz Penz.
Participação nas CAs
Normalmente participamos do Circuito Gaúcho e do Circuito Catarinense.
Fora da região participamos de algumas etapas do Brasil Wild, que achamos maravilhosas, e do Ecomotion Pro em 2005, 2006 e 2007, que também foram experiências únicas. Nossas participações em provas maiores e na região Sudeste ficam prejudicadas pelo fator recursos, pois a equipe não conseguiu nenhum patrocinador e depende unicamente de promoções desenvolvidas pelos atletas e de recursos próprios de cada um.
Pontos fortes de cada atleta e a função de cada um na equipe
Minha função na equipe, além de ser o capitão e navegador, ainda é o de manter o ânimo dos companheiros em alta, sempre motivando e ajudando quando é necessário. A Deisi é uma guerreira, tem muita garra e determinação (não desiste nunca), e está se superando na equipe, pois, para alguém que nunca tinha corrido nada parecido antes, ela está muito bem. O João, conhecido pelo apelido de “Bolacha”, é nosso “mula”. Está sempre contando piadas e alegrando a equipe e quando necessário, está sempre pronto para ajudar e carregar alguma coisa. O Leandro, popular “Xexa”, também é navegador e o rebocador oficial na bike, anda muito esse “guri”!
Treinamentos
Cada um faz o seu treino individual durante a semana, conforme as disponibilidades de horários. Já nos sábados, treinamos juntos o trekking e no domingo pedalamos por nosso interior. Hoje os moradores já estão acostumados a ver uns malucos de capacetes e com roupas estranhas, que adoram subir morros, saírem de trás de seus galpões e fugindo dos cachorros. No início, eles ficavam meio assustados...(risos). Também nos domingos tentamos intercalar algum treino de remo, mas nem sempre é possível, pois as águas para nós podermos remar ficam bastante distantes.
No mais, estamos sempre felizes enquanto treinamos, pois tentamos fazer do treino algo prazeroso, que nos motive cada vez mais a correr aventuras.
Origem do nome
O nome da equipe Papaventuras surgiu da seguinte forma: eu possuo uma empresa de transportes de cargas em Venâncio Aires (RS), cidade sede da equipe, e o mascote da empresa era o Papaléguas (hoje já mudamos). Foi daí que resolvemos (eu e a Rose) adaptar o mascote para o lado adventure. Criamos então, ao invés do Papaléguas, a Papaventuras, e graças a nossa relações públicas Rose, nosso nome já é conhecido em quase todas as partes desse Brasil, pois por onde passamos, procuramos sempre fazer novos amigos e conhecer pessoas locais, bem como conhecer outras equipes de aventuras.
Objetivos
Nosso grande objetivo nas corridas de aventura é poder conhecer o Brasil, praticando um esporte saudável e junto à natureza, pois só a corrida de aventura nos leva a lugares nunca antes visitados por turistas ou exploradores, e sem falar no grande número de amigos que cultivamos por essas trilhas a fora.
Procuramos sempre ser competitivos, mas de uma forma diferente, com muita alegria e espírito esportivo, onde a equipe toda se volta para dentro de si e tenta fazer o melhor possível, pois o resultado final é apenas uma conseqüência do trabalho realizado dentro da equipe. Dessa forma, conseguimos alcançar nossos objetivos e o que é melhor, de uma forma bem prazerosa e tranqüila.
Resultados
Com relação aos resultados você pode tirar do site Adventuremag, que o Togumi está atualizando direitinho para nós...(risos)
Dica aos novatos
Na nossa primeira prova andamos alguns quilômetros a mais, procurando PC's pela mata a fora. Se fosse hoje, eu diria que não me inscreveria numa corrida de aventura sem antes ter feito um curso básico de navegação.
Episódio
A equipe Papaventuras participou, em 2006, do Ecomotion Pro, que largou da cidade de Resende com chegada em Paraty. Tivemos uma experiência bem diferente e nem tão engraçada assim.
Depois do terceiro dia de prova, já com o sono atrasado uma barbaridade, chegamos de bike numa cidade litorânea (que agora não lembro o nome), onde pegaríamos os barcos para remar até a tal de Ilha Grande (e põe grande nisso!). Chegamos e dormimos (desmaiamos) por 02 horas. Acordamos no susto, meio sem saber onde estávamos e começamos a arrumar as coisas para encarar o remo em alto mar (nunca tínhamos remado em mar antes). Báh, a organização tinha avisado que era para se prevenir, pois ficaríamos 24 horas sem ver o apoio. Até aí tudo bem...
Remamos muito e chegamos à praia do Abraão, onde perguntamos ao PC que média de tempo as equipes estavam levando para realizar o percurso da ilha. Nos responderam que seriam em torno de 20 horas... Legal e vamos nós... Só que nos perdemos, eu passei mal e o pior... ficamos sem um “pila” no bolso e a fome começou a apertar.
A Rose tentou trocar o tênis dela por comida, mas os moradores estavam todos desconfiados e não aceitaram a troca.... Fomos adiante, a Rose pediu comida em uma casinha bem pequenina e saí de lá com um cacho de bananas. Nossa aquelas bananas brilhavam, pareciam de ouro.... Em outra casa, o Marcelo conseguiu uma jarra de água gelada e um pacote de bolachas de água e sal. Nossa, foi um banquete!
Seguimos com as mochilas pesando cerca de 50 kg cada uma, mas só de equipamentos e nada de comida. Estávamos chegando no final do trekking e com medo, pois estávamos famintos, e ainda tínhamos que remar mais de 35 km para voltar ao continente e a noite estava chegando. Foi quando nossa estrela brilhou. Estávamos passando por um iate enorme, com uma porção de pessoas festejando em cima dele, quando de repente alguém gritou de lá... Era uma mulher que conhecemos no hotel na véspera da largada (a esposa do Zolino). Ela veio de caiaque até a margem, pois nos reconheceu (reconheceu a Rose) e perguntou se precisávamos de algo. Noooosssaaaa.....ela voltou para o iate e recolheu o que havia sobrado do almoço deles e nos emprestou R$ 20,00 para que nós conseguíssemos comprar algo para poder remar de volta.
Enfim, levamos 48 horas para fazer o percurso que a organização havia estimado em 24 horas e ainda sem comida e dinheiro. Essa foi a nossa pior experiência durante uma prova.
Se alguém aí conhecer a esposa do Zolino, pode avisá-la que, assim que nos encontrarmos novamente, agradeceremos muito e devolveremos o empréstimo - risos -, que foi de grande utilidade para toda a equipe, que conseguiu completar aquele Ecomotion com a 14ª colocação e a 7ª equipe brasileira a cruzar a linha de chegada. E era isso, um forte abraço a todos e bons ventos!!!
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Para ver os resultados conquistados: www.adventuremag.com.br/equipes/papaventuras
Para conhecer mais a equipe: www.papaventuras.com.br
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