Foi com imensa alegria que recebemos o e-mail do Lucas falando do seu retorno às provas de 24 horas.
Nossa equipe estava comprometida com a prova, literalmente.
O Fran na direção, Thiago na organização. Mauricio defendendo o 4º lugar no ranking brasileiro solo.
Lú e eu estrearíamos a Lotus Paz na Mata na categoria dupla mista. Entregues a nossa própria sorte…
O Mauricio sempre prepara os mapas de uma forma impecável.
Azimutes, distâncias e referências. Canetas de diferentes cores para cada informação.
Um dia ainda chego lá…
Dessa vez “chupinhei” todos os dados pro meu mapa com a Lu falando “- Ai meu Deus !!! Estamos ferrados !!!” rsrsrs…
-”Meu amor” - eu dizia -”Não se preocupe a Ilha tem 4 km de largura pra cá é o mar, pra lá é o mar pequeno. Se ferrar a gente toca pro lado que estiver mais perto”…
Minha experiência com navegação é limitada a ser o ajudante e nunca o chefe, porém de uns tempos pra cá a responsabilidade tem caído no meu colo.
No Brasil Wild Extreme foi assim, fomos até que bem, cometemos poucos erros, mas a navegação também não foi tão complexa…
Navegar no Chauás é um baita desafio. Todo mundo sabe disso.
Os trajetos são técnicos e as trilhas fechadas e a bússola passa a ser sua melhor referência.
Na Ilha Comprida não existe relevo para se basear.
Largamos e na adrenalina cometemos um erro…ignoramos o PC 2, além do que, andamos o tempo todo pela margem do mangue até o PC 3.
Tivemos que voltar correndo pra pegar o PC 2..
Nessa brincadeira foi 1:30 e meia pro saco…
Nos primeiros 15 minutos de prova já tínhamos nos atolado até o pescoço na lama com cheiro de enxofre…ainda bem que estávamos de polaina, que manteve nossos tênis nos pés.
Galhada na cara, joelhada nos arbustos, canelada nos troncos..ainda bem que estávamos de caneleira e capacete, que manteve nossos ossos no lugar.
Começamos a remar por volta as 4:10, tentando não errar, de novo, por bobeira.
Pra nossa sorte o “single-remo” foi sem atoleiro, passamos na maré cheia. Que lugar lindo, quanta vida. Paraíso perdido.
Fomos bem, tirando uma pequena dúvida no começo do rio e na hora que paramos pra comer, sem perceber o duck virou. Começamos a remar para o lado errado…
“- Olha que lua linda né, ela se põem pra Oeste né, tínhamos que estar indo pra Leste né ?!? ( !!! ) OOO-PSSSS !!! KKKK!! Ainda bem que notamos rápido…
“- Ai meu Deus !!..dizia a Lu”…
A bike foi boa pra esquentar com brisa quente da praia..
Teve algum puxa-bike, mas nada muito difícil. O single-track no trecho final foi especial, ficávamos imaginando a cara do Fran quando ele montou o percurso.
Quando saímos pro trekking comecei a sentir o peso da gripe que havia me tentado durante a semana.
Fiquei tossindo feito um cachorro loco, com vontade de deitar na areia da praia pra uma soneca regeneradora…kkk
Com uma certa dose de esforço e um tylenol cafeína não deixei o monstro pegar.
Quando o remédio fez efeito saímos correndo feito loucos pra tentar recuperar o tempo perdido.
Foi nosso ponto alto da prova. Pilhamos.
A navegação foi redonda, sem erros. Evitamos pisar nas bromélias e para isso navegamos em alça.
Gostamos dessa situação de “sem trilha”.
A navegação foi simples. Era só bater os 20º e cair na estrada principal, 500 metros adiante
Conseguimos passar várias equipes até pegarmos nossas bikes.
Faltando uns 6 km pro final meu pneu furou e umas 4 equipes passaram….
RAIOS, RAIOS TRIPLOS, RAIOS DUPLOS !!!!GRRRR !!!! Kkkkkk
Terminamos em 4º lugar na categoria mista.
Foi o meu batismo navegando na Chauás e a primeira prova da Lotus.
Valeu Lucas, por ter voltado.
Fran pelo percurso maravilhoso.
Thiaguinho pelos treinos “ninja” que tem passado.
Mauriciones pelas dicas com o mapa e pela parceria.
Lu, pela coragem de ter ido “sozinha” comigo pra Chauás e pela força fundamental na navegação…tamos aprendendo…
Ozi
Equipe Lotus Paz na Mata