E lá vamos nós para mais um Chauás. Mas não ia parar o Chauás? Estava mesmo difícil acostumar com a idéia de não ter mais Chauás... aquelas provas dolorosas, sofridas e, acima de tudo, que previlegiam mais o respeito e humildade perante a natureza do que a força bruta.
Pois é: a prova voltou e nós - a Lobo-Guará (com a participação especial de Ygor, companheiro de casa no Ecomotion e integrante da Camamu, e Adriane, amiga curitibana e razão da vida do Marcelinho - ao menos durante a prova...) - rumamos para o Sul. Enfrentamos a Régis (Bittencourt) e aterrisamos láá na vila de Pedrinha, que teve seu ginásio tomado por essa gente esquisita que insiste em se jogar mato adentro.
As provas do Chauás são incríveis porque sempre sobra um pouco de tempo. O mapa fica cheio de marcações (como se adiantasse) e bem encapado, dá para pensar na estratégia, na comida e na água... dessa vez então, sobrou mais tempo ainda. Arrumamos a caixa e já deixamos tudo prontinho. Até almoçamos mais cedo e fomos para casa descansar um pouco até às 15h00, hora da largada.
15h00?
Mas quem disse isso?
Não sei, mas chegamos com toda a tranquilidade às 14h20 no pórtico e o Lucas já estava lá na contagem regressiva para a largada! U-hu! Largou! COOOORREEEE!!
E assim permanecemos por 13 horas: correndo.
Na primeira perna, que era curta, fomos super-leves e mantivemos um ritmo beeem moderado - ninguém tinha aquecido ou alongado, então o negócio era ir com calma... a calma foi tanta que passamos o primeiro PC e acabamos assinando-o em 17°, muitos minutos depois dos primeiros quartetos.
De volta para a cidade pegamos as bikes em direção ao PC 4.
Aí uma novidade do Chauás: um single track de bike super-bacana e técnico - coisa rara no Chauás e, para nós que gostamos de mountain bike, uma ótima surpresa.
Navegando com cuidado, conseguimos encontrar o PC 4 e sem deixar as outras equipes perceberem, rumamos pelo single track para o PC5. Lá já assinamos em 4° - deixamos a bike rapidamente e saímos para o trekking que prometia. As 4 primeiras equipes nesse momento estavam todas no visual e a correria na praia já dava sinais de como seria a prova. Aí o Marcelinho "Caterpillar" Sinoca começou a fazer a diferença: se amarrou na nossa loira e só largou mesmo na chegada, 10 horas depois...
Íamos eu e o Ygor navegando e discutindo e o Marcelinho "Ford" Sinoca traçando, digo, tracionando a Adriane. Assim chegamos no PC 6 e de onde partimos para cima das doloridas bromélias, num corta-mato a lá Chauás. Doeu, cortou, mas chegou! Batemos numa trilha e logo encontramos a Audax, que nesse momento ficou para trás... Mais um pouco, encontramos o PC 7 e seguimos para buscar o virtual. A estratégia permanecia: navegação em dupla com muita concentração e "pegação" entre o Marcelinho "Agrale" Sinoca e a nossa loira.
No caminho encontramos ainda a LifeGuard, com o Thiago sofrendo de cãimbras... putz, em que lugar estamos agora? Assim é que assinamos o PC 9 em terceiro lugar, partindo para uma nova bike que teve um outro longo single track, ainda mais divertido que o primeiro, e que animou a todos (em especial pelos meus tombos, todos divertidíssimos... para os outros).
Partimos então para o pedal na praia que nos levaria para a última modalidade da prova: o remo. Estávamos motivados pelo 3° lugar e o Marcelo "Case" Sinoca amarrou a nossa loira e lá fomos nós no vácuo, à noite a 28km/hora até a vila... Hummm... qual é a rua certa para chegarmos no PC? Rua Brasil? Rua do Hotel? Outra rua? Quem sabe?
Tem essa rua da "quermesse". Vale? Vamos tentar pois vejo uma luz lá no fim... Chegamos na luz e assinamos em 2°! Só falta pegar aqueles vagabundos da Selva! Boora!
Começamos o remo e aí eu contei. 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, entre nesse braço! Seguimos certinho até o PC 14.... aí era só pegar a próxima à esquerda numa entrada bem pequena.
Era lá.
Era Chauás.
Mas não era de acreditar.
E bateu um Flash back. U-hu!
Mais 10 minutos de remada e estávamos com o mangue no pescoço: hummm - foi mágico reviver com meus amigos da Lobo Guará o Ecomotion com nós 4 tentanto empurrar os barquinhos atolados no mangue....
UUUUURRRRRGHH!
Continuamos a empurrar os ducks num canalzinho que até o Marcelinho "John Deere" Sinoca se sentiu apertado (Sim, claro: tudo mundo sabe que eu sou maior que o Marcelinho. Se não sabe é porque está olhando de uma perspectiva errada). Tudo bem: cedo ou tarde o rio volta a ficar mais largo.
E, tarde, o rio voltou a ficar mais largo, e pulamos para dentro do duck para os quilômetros finais da prova.
Faltando uns 3 quilômetros o Marcelinho "New Holland" Sinoca viu lááá longe uma headlamp. Reeemmmaaa que está acabando! Nada como um stress para acabar a prova acordado... Uma navegação precisa e um pouco de força nos levou rapidamente até o bar do Nezinho, PC final da prova. O 2° lugar estava garantido após uma corridinha até o pórtico!
Parabéns para toda a equipe.
Um parabéns especial também para o Lobo-Pai Rodolfo, que gentilmente nos forneceu 4 mexiricas. A equipe está comovida com tamanha mobilização. Valeu Rodolfo!
Agrademos também a Curtlo, nosso principal patrocinador! Até a próxima!
José Leça
Curtlo Lobo Guará