Depois de uma madrugada com muuuito frio, que passamos praticamente sem dormir nada numa barraca montada ao lado de onde seria a largada (Estância Cachoeira), nossa preocupação maior ficou com a largada de bóia-cross, num trecho que levaria aproximadamente uma hora dentro do rio.
Por motivos de segurança e a fim de evitar um surto de hipotermia, a organização modificou esse trecho, reduzindo consideravelmente o trajeto e fazendo a galera seguir para o PC1 de trekking. Mesmo assim, os 10 minutos que passamos dentro da água foi de congelar. Isso quem conseguiu ficar em cima das bóias, pois o rio era estreito e todo mundo se embolava em todo mundo.
Karina Bruning, Paulo Bruning, Anderson Munhoz e Alexandre Carrano |
Na saída uma corridinha de uns 5km até as bikes com poucas (mas fortes) subidas e conseguimos já assinar em primeiro lugar, junto com o quarteto misto formado pelos Bombeiros, que sempre correm em dupla em SC e dessa vez vieram com tudo nessa formação. Subimos nas bikes e conseguimos abrir uma certa vantagem sobre eles, quando, de repente: “- Furou meu pneu !!” gritou a Karina no meio de uma subidona. Três bombas e duas câmaras com problemas nos levaram a perder uns 15 minutos para consertar e nos custaram duas posições nesse instante.
Entregamos as bikes e começamos a segunda perna de trekking, ainda em terceiro, mas confiantes porque vimos que os dois quartetos haviam seguido cada um por uma trilha diferente daquele que nosso navegador escolheu até o próximo PC. A alegria foi maior ainda quando assinamos esse tal PC novamente em primeiro, mas durou pouco, pois os bombeiros saíram do mato apenas alguns instantes atrás de nós e conseguiam ver o tempo todo nossa equipe.
Esse trecho da prova tinha apenas os PC’s plotados no mapa, sem nenhuma indicação ou atualização de trilha que levasse até os mesmos, obrigando uma navegação somente por relevo e direção mesmo. Tivemos que atravessar diversas propriedades e “testar” algumas entradas de trilhas, que traziam os Bombeiros cada vez mais próximos, até que encostaram e não nos passaram, mesmo a gente diminuindo o passo pra tentar se livrar da pressão dos caras.
Assinamos junto o próximo PC, que ficava no canyon de um rio e era uma piramba para chegar. Ficava em um trecho de uns 100m mas com um desnível também bem perto disso. Dali para o próximo PC tinha a opção de seguir o “leito” do rio ou voltar pelo mesmo caminho até uma estrada e contornar com uma volta mais longa. Escolhemos voltar, embora a subidona do canyon fosse um castigo e no final da prova fomos saber que mesmo assim foi a melhor opção, pois quem foi por dentro do rio perdeu algumas horas a mais.
Hoje deu no noticiário que estamos com um fenômeno climático no estado que faz as madrugadas ficarem geladas e as tardes bastante quentes, chegando a uma variação de mais de 15 graus ao longo do dia. Sentimos isso na pele, pois nesse trecho o sol pegou forte mesmo e castigou.
De volta ao rio, agora pra fazer o canyoning rio acima por uns 3km (e ainda com os Bombeiros junto), logo nos primeiros malabarismos tomei um tombo e bati forte com o joelho esquerdo na quina de uma pedra. Esse foi o primeiro de uma série que se repetiu por todo o trajeto, mais ou menos a cada 3 segundos. Parecia que eu estava de salto alto e tinha tomado uma garrafa de pinga. Isso foi o suficiente para os Bombeiros chegarem no rapel uns dois minutos antes e ganharem o direito de descer antes da gente.
O rapel foi uma atração à parte nessa prova: um salto de 80m lindíssimo mesmo. Dava até vontade de subir e descer de novo e eu até que tentei mas minha equipe não gostou muito da idéia (risos). Todo mundo era obrigado a descer pelas cordas ou pagar uma hora por integrante. Os Bombeiros saíram correndo dali (enquando a Karina descia chorando com o Anderson rsrs) e fizeram a última perna de treking até as bikes de novo chegando 20 minutos na nossa frente. Ainda tinha uma navegaçãozinha e dois PC’s antes da chegada num trecho de 30km de pedal, mais ou menos.
Saímos pedalando como uns loucos mas era subida atrás de subida. De repente, no final de uma subidona que terminava numa bifurcação em T, para nossa alegria estavam os caras trocando um pneu na frente do último PC antes da chegada. Conseguimos tirar toda a vantagem dos caras até ali e isso foi uma injeção de adrenalina em todo mundo. Agora a pressão estava toda de novo em cima da gente, pois sabíamos que os caras iam vir com tudo e qualquer coisa que desse errado ou um vacilo ia decidir a prova. Era forçar tudo que podia e pedir que nada desse errado, imaginem se fura um pneu nosso de novo ? Só ficamos novamente tranqüilos quando cruzamos o pórtico mesmo e surpreendemos até o pessoal que estava com eles (Bombeiros) esperando-os para a festa achando que eles tinham ganhado.
Foi disputadíssima a prova inteira, tivemos que manter um ritmo forte do começo ao fim mesmo e o que definiu, eu acredito, foi o trabalho em equipe que funcionou como poucas vezes: o Paulinho gabaritou a navegação de ponta a ponta, a Karina não deixou esfriar e, para variar, carregou mochila morro acima tocando gaita; o Anderson Gambá tá cada dia mais chato, mas fazer o que né, é da elite !
A verdade é que tá todo mundo de parabéns, valeu galera !
Obrigado Deus por mais esta Benção!
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