Desafio Costa do Sol 2008 - A vitória nunca esteve tão perto

Por Joacil Carlos - 19 Ago 2008 - 18h59

Para nós da Limite Extremo, o Desafio Costa do Sol 2008 começou bem antes da data prevista, uma vez que estávamos sem nosso capitão e sem a integrante feminina. Era hora de buscar ajuda com nosso vizinho Pernambuco e de lá “EXPORTAMOS” os dois integrantes. Equipe montada Joacil, Williams, Jovaldo e Luciana era hora de ajustarmos as coisas e partirmos para o brejo paraibano para mais um DCS – a primeira corrida de aventura do Nordeste e a mais antiga em atividade no país.

Chegamos à cidade de Bananeiras por volta das 18:00h de sexta-feira (15) e partimos direto para checagem de equipamentos obrigatórios, oficina de orientação, oficina de verticais e briefing, onde foi relatado alguns aspectos da prova e divulgada a largada para sábado (17) às 08:00. Apenas foi apresentada a carta que seria utilizada na prova, a entrega da mesma seria 30 minutos antes da largada. Para aumentar a dificuldade da prova, a escala da carta era de 1:100000 e com pouquíssimas informações.

Pronto, agora era hora de preparar o material para prova. Pausa para assistirmos ao ouro de Cielo, material pronto e hora de descansar e preparar a carcaça para 100km de muita ladeira, chuva e frio.

Logo depois estava na hora de levantar e tomar um café reforçado. Conversamos sobre nosso objetivo maior – COMPLETAR A PROVA - uma vez que nunca havíamos corrido juntos, e aí sim partimos em direção à igreja matriz. Às 08:30 foi dada a largada, sem nossos amigos da Terra de Santa Cruz, com problemas em duas bikes, e Xerpas, que ninguém sabia onde estava, mas depois as duas conseguiram largar.

Seguimos de bike rumo ao PC 01 e logo de cara enfrentamos uma subida de calçamento “daquelas” e depois o bom e velho estradão e lá vamos nós no nosso ritmo. Chegamos no PC 01 em 8º lugar e já começamos a prova tendo que prestar bastante atenção às opções de chegada ao PC 02. Optamos por voltar pelo mesmo caminho por entendermos que teria menos subida e estaríamos em terreno já conhecido.

A estratégia foi excelente e batemos o PC 02 em 4º lugar. Agora era seguir a trilha e descer rumo ao PC 03, onde a organização montou uma Pista de Orientação com 4 mapas distintos e a equipe tinha que realizar as 4 pistas. Sorte nossa que os 4 participam de corridas de orientação e então distribuímos as cartas conforme o grau de dificuldade e partimos para as pistas.

Williams terminou primeiro, depois eu, Jovaldo, e aí chega a Luciana dizendo não ter encontrado seu prisma nº 50. Sigo com ela em busca do citado prisma e realmente ela estava certa, o prisma estava fora do lugar. Achamos e partimos para o final da pista. Cinco minutos de espera para conferência dos cartões de controle e pronto, equipe liberada. Para nossa surpresa fomos a primeira equipe a deixar o PC 03 e era voltar pela trilha em um empurra-bike “daqueles” para ganhar tempo.

PC 04 - 1º, PC 05 – 1º, PC 06 ainda na frente – transição de bike para trekking. Agora era hora de subir para o PC 07 e depois PC 08 para a travessia, daí resolvemos apertar um pouco para chegarmos ainda de dia ao PC 09 – verticais – pois sabíamos que as equipes perderiam muito tempo naquele PC e seria nossa chance de aumentarmos ainda mais nossa vantagem.

Objetivo alcançado PC 09 – Lajeado Preto, que local lindo! Williams e Jovaldo seguiram para os verticais e Eu e a Luciana esperamos na base da pedra. Com isso chegaram Direction e Anauê.

Verticais terminada, reagrupamos e seguimos para a Cachoeira do Roncador (PC 10), já em ritmo de quem queria vencer a prova, dada a vantagem que tínhamos sobre as outras equipes.

Às 18:10 entramos no PC 10 e partimos para Vila Maia, PC 11. Esse trecho foi o mais duro da prova. A trilha levava para o alto da serra e o cansaço começava a aparecer, mas duas coisas nos guiavam: a liderança e as bikes que encontraríamos no PC 11. Decisão acertada na navegação e pronto, o inexplicável aconteceu.

Às 19:15 entramos no PC 11para surpresa da organização, que esperava que chegássemos por volta das 22:00h. Era hora de parar um pouco para descansar e comer e beber alguma coisa. Cheguei muito cansado nesse PC, mas só faltava o 12° e a chegada, então dei uma olhada rápida no mapa e pronto: cruza a pista, segue em frente, acha o PC 12 e segue pra vitória. NÃO PRECISA NEM AZIMUTAR – engano seu, corredor de aventura, nunca relaxe na navegação até que cruze a linha de chegada.

Seguimos para o PC 12, bifurcação à frente e pronto... Era uma vez uma equipe que sonhava em ganhar o DCS 2008. Passamos 4 horas procurando o PC. Estávamos em uma região muito alta e começou a chover e junto com ela, veio o frio. Decidimos parar e esperar amanhecer para podermos continuar nossa procura.

Vamos lá, vamos achar o PC e concluir a prova, sendo que achamos uma coisa melhor que o PC: a casa de seu Josino, vulgo boy, uma criatura mandada por Deus e que nos acolheu muito bem e nos ofereceu um café da manhã 5 estrelas e que nos deu mais força ainda para seguirmos em busca do famoso PC 12. Por volta das 09:45 encontramos o PC e seguimos para a chegada para concluirmos a prova na 7º colocação.

Espero que este relato sirva de exemplo a todos os corredores de aventura para que não relaxem nunca na navegação.

Agradeço a Deus por me fortalecer a cada dia em busca de meus objetivos;
A minha querida família, que tanto sente minha ausência, seja nos treinos ou nas corridas;
Aos organizadores do DCS 2008 pela excelente prova;
Aos voluntários (PC’S) - essa galera é mais pirada que os corredores, com certeza;
E principalmente aos três malucos que concordaram em me acompanhar nesta peleja, Williams, Jovaldo e Luciana - vocês foram demais.

Joacil Carlos
Capitão da equipe Limite Extremo

Joacil Carlos
Por Joacil Carlos
19 Ago 2008 - 18h59 | nordeste |
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