Oskalunga Sundown vence a Brasil Wild 24 horas - Desafio da Mantiqueira

Por Wladimir Togumi - 15 Set 2008 - 20h24

» Relato: Thiago Mól (Trotamundo)
» Relato: Vanessa Cabral (AKSA)
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A divulgação da lista de equipes participantes da Brasil Wild 24 horas já indicava que essa seria um prova bastante disputada. Na mais recente atualização do RBCA - Ranking Brasileiro de Corrida de Aventura - ficaram de fora apenas as equipes Selva (SP) e Sul Brasilis (SC).

Para dificultar "um pouco" mais a competição, era grande a probabilidade de chuva durante o final de semana, e uma olhada rápida ao redor da cidade mostrava que os atletas enfrentaria muita subida pela frente.

Localizada na Serra da Mantiqueira, a pequena cidade de Gonçalves ficou lotada com a presença dos competidores. Era quase impossível encontrar uma vaga nas pousadas da região. Com um percurso de 130 quilômetros, a prova teve como modalidades a orientação, trekking, mountain biking, canoagem e técnicas verticais, e as novidades ficaram por conta da ausência de equipe de apoio e a participação das categorias duplas (mistas e masculinas) e solo, todas fazendo o mesmo percurso e precisando tomar as mesmas decisões estratégicas de buscar ou não os PC's facultativos espalhados ao longo da primeira seção de trekking.

A praça no centro de Gonçalves em pouco tempo estava lotada de atletas, imprensa e moradores locais, curiosos com toda aquela movimentação. Os alongamentos, entrevistas, concentração e últimos preparativos foram interrompidos para as últimas instruções, que acabou pegando algumas equipes de surpresa: a portagem na seção de canoagem seria proibido. A justificativa da organização foi evitar danos às embarcações, que provavelmente seriam arrastadas pela estrada e poderiam furar.

A notícia alterou a estratégia de algumas equipes, que levaram carrinhos construídos especialmente para carregar os ducks pela estrada e fazer toda a seção correndo.

O céu estava encoberto e a chuva podia começar a qualquer momento, mas o clima estava perfeito para quem iria enfrentar as longas subidas. Ao sinal da largada o pelotão partiu em direção ao PC1F, com exceção de algumas equipes que optaram por abrir mão do bônus de 4 horas e seguiram por uma estrada paralela.

A partir deste primeiro posto de controle os quartetos poderiam se dividir em duas duplas e se reunir novamente no PC6. Seguir pelas cristas das montanhas era o melhor caminho para evitar o desgaste fisico, mas mesmo assim as subidas e descidas eram constantes. O visual no alto das montanhas era incrível e mesmo com o tempo fechado a visibilidade era boa.

A primeira dupla que chegava na arena montada no Espaço Kalevala não tinha do que reclamar. Apesar da ansiedade de esperar pelos seus companheiros e de ver outras equipes saindo, eles tinham à disposição uma mesa de frutas e tempo para descansar. Alguns chegaram até a dormir enquanto esperavam pelo outros integrantes.

A Motorola SOS Mata Atlântica foi a primeira a reunir o grupo novamente e sair para a primeira seção de mountain biking. Em seguida sairam a Tribus Adventure, Curtlo Lobo Guará, Oskalunga Sundown, Unimed Rio Ecolabore e Lontra Radical. A QuasarLontra saiu cerca de 30 minutos depois deste primeiro pelotão e começou a fazer uma corrida de recuperação.

As equipes tinham 3 opções de caminho para chegar no rapel montado na Pedra de São Domingos e para surpresa de todos, inclusive de seus integrantes, a Oskalunga foi a primeira a chegar e rapidamente Frederico Gall e Kenny Souza desceram os 80 metros e voltaram a pedalar, agora em direção ao início da canoagem.

A SOS Mata Atlântica seguiu por um caminho diferente dos brasilienses e acabou chegando em segundo lugar, com aproximadamente 20 minutos de desvantagem. Em seguida vieram a Tribus Adventure e, para a surpresa de quem acompanhou a transição das equipes no PC anterior, a QuasarLontra.

A forte vento no alto da pedra aliado à chuva que decidiu aparecer no final do dia, tornaram a vida dos atletas mais complicada. Enquanto aguardavam a liberação da corda, os atletas aproveitavam o abrigo montado pelo staff das técnicas verticais para se proteger do vento e se aquecer. Ao mesmo tempo a pequena cobertura montada pela organização no pé da pedra ficou ainda menor, com diversos atletas enrolados em manta térmica enquanto esperavam seus companheiros de equipe voltar das verticais.

As equipes Oskalunga e QuasarLontra fizeram toda a seção de canoagem juntas, deixando a decisão para os últimos quilômetros da prova. A Lobo Guará foi a terceira a entrar na água, mas a equipe não conseguiu manter a vantagem sobre os ótimos remadores da SOS Mata Atlântica, que a ultrapassou outras vezes durante a prova mas que aparecia novamente recuperando o tempo perdido.

Para encerrar a prova os participantes enfrentaram (mais) um trekking difícil até o Pico do Machadão, onde está localizada a represa mais alta do Brasil, e o mountain biking até a chegada. Alguns atletas disseram que essa última seção tinham muitas descidas, mas também muitas subidas, o que não era esperado por eles. A etapa de canogem também não foi fácil. Havia muitos galhos caídos e o rio era bastante sinuoso, tornando a progressão bastante lenta.

Ao mesmo tempo que participavam da festa da Nossa Senhora das Dores, padroeira da cidade de Gonçalves, os moradores locais aguardavam a chegada dos campeões da corrida. Em meio à quermesse com música ao vivo, barracas de comida e o bingo, que tinha entre outros prêmios um frango e um rocambole de 1 Kg, a Oskalunga Sundown foi a primeira equipe a cruzar o pórtico de chegada. Em segundo lugar, com 7 minutos de diferença, chegou a QuasarLontra. A terceira colocação ficou com a Motorola SOS Mata Atlântica e o quarto lugar, a Curtlo Lobo Guará.

Mas a prova ainda continuava para a grande maioria das equipes e a competitividade também. A Ecolabore vinha tranquila na quinta colocação quando avistaram algumas lanternas e os atletas foram obrigados a pedalar forte para não perder a posição para a Trotamundo, que veio em sexto lugar.

Mas antes da chegada da Trotamundo, quem cruzou a linha de chegada foi o atleta José Luiz Reginato, que conquistou a vitória na categoria Solo.

Entre as duplas, a primeira colocação masculina ficou a Advogado Aventureiro e na mista, com a equipe Camamu Webike, que superou a grande maioria das duplas masculinas, perdendo apenas para a primeira colocada. No almoço de premiação, a atleta da Camamu, Talita Lazzuri, disse que o organizador Julio Pieroni materializou nesta prova todos os seus pesadelos das corridas de aventura.

A prova foi bastante exigente fisicamente e quem não estava com o preparo em dia, sofreu bastante. Provavelmente alguns corredores adotarão a Nossa Senhora das Dores como sua padroeira nas corridas de aventura. Pelo menos nessa semana pós Brasil Wild 24 horas.

Classificação Final
Quartetos

1º - Oskalunga Sundown
2º - Quasar Lontra
3º - Motorola SOS Mata Atlantica
4º - Curtlo Lobo Guará
5º - Unimed Rio Ecolabore
6º - Trotamundo / Fórmula BH / Intertrilhas
7º - Ratos de Trilha
8º - Lontra Radical
9º - Quimera / Dallas
10 - Caliandra / OZ
11º - Armadda Allen Adventure
12º - Lagartixa / Start
13º - Competition Aroeira
14º - Los Locos
15º - Uirapuru
16º - CIA da Aventura
17º - Pé de Cobra
18º - Sempre Viva
19º - Pa-Buff
20º - AKSA Mormaii Webike
21º - Tribus Adventure
22º - Redestatus / Selva Aventura

Corte
23º - Sem Noção
24º - GOST Adventure Team

Duplas Mista
1º - Camamu Webike
2º - Advogado Aventureiro
3º - Outzone

Dupla Masculina
1º - Advogado Aventureiro

Solo
1º - José Luiz Reginato Lopes
2º - Marcelo da Silva Santos
3º - Humberto Couto

Mais informações: www.brasilwild.com.br

Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
15 Set 2008 - 20h24 | sudeste |
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