Correndo D?aventura com o Espírito Selvagem - relato de Fernando Severino

Por Fernando Severino - 16 Set 2008 - 14h34
É, parece que estamos voltando… Êta que é bom ver a trilha sem marcas de birros na frente… Desde o final de 2006, quando tomamos uma capote bizarro da Gantuá na final (mérito dela), tentamos ajeitar a equipe. Devido a uma verdadeira diáspora profissional dos fundadores da equipe, 2007 passou literalmente em branco, teve até piadinha sobre o nosso falecimento. Este ano resolvemos dar um passo atrás para podermos andar mais adiante na frente. Decidimos ajeitar a equipe, encontrar as pessoas certas, com o perfil e objetivos parecidos, porque afnal de contas, corrida de aventura não é só esporte, é estilo de vida, e não dá pra exigir de um colega que mude completamente seu estilo de vida em função de um esporte amador, não é mesmo ? Pois então, este é o objetivo deste ano. Arrumar a casa. Começar do zero se for preciso. Encontrar pessoas que realmente entendam, compreendam que o que mais existe nesse esporte é limitação. Falta tempo para treinar, falta equipamento, falta dinheiro, só não falta amizade e companheirismo, e é isso que sustenta a equipe, sem isso, é melhor obedecer o capitão Nascimento e pedir pra sair (na minha opinião, é claro!!). E é isto que estamos fazendo. Tivemos este ano a felicidade de correr com várias formações, pudemos perceber mutuamente se nos encaixávamos ou não no atual estágio da equipe, se nossos objetivos estavam alinhados com nossas expectativas. Um caminho às vezes prazeroso, às vezes frustrante, mas um caminho que precisa ser trilhado. Não sei ainda se conseguimos estabelecer um conjunto tão unido como um dia os Selvagens já foram, mas me arrisco a dizer que o prazer em correr já me pegou de volta, não pelos resultados obtidos, mas pela sensação de que estamos nos divertindo com o sofrimento de cada prova e fazendo cada vez mais o nosso melhor, tendo a certeza de que pode ficar ainda melhor, apesar de todas as nossas limitações. E o exemplo mais marcante do ano foi sem dúvida a Corrida D’aventura. Pequena, rápida, repleta de transições, mapa lindo, parecia até o Raid Selvagem (sem alguns errinhos), então não tinha outro prognóstico. A coisa vai acontecer “em alta”. Mesmo sem termos treinado todos juntos uma única vez sequer, firmamos o nosso compromisso e cumprimos nosso planejamento com o máximo que a vida nos permitiu, sem stress, com muito companheirismo e gozação. Nos encontramos todos apenas na entrega das bikes, já no campo de batalha. Desta vez, eu, Alexandre, Helô e Fábio. Para variar, era a primeira vez que corríamos com esta formação, mas cada um já tinha corrido na equipe em alguma ocasião este ano (exceto Helô, que estava sendo batizada). A estratégia era simples: corre até não agüentar, pedala até travar a perna, rema até o ombro despencar e faz tudo isso de novo até a chegada. Quando alguém apitar a gente ajuda, diminui, descansa, faz qualquer coisa, mas só quando a coisa estiver feia. Combinado e cumprido. Saímos numa corrida forte e embolamos com a elite. Para nossa surpresa, tínhamos acertado muito na decisão de não usarmos sapatilhas na prova e fazermos transição de triatlo. Entramos no rio na velo que estávamos correndo, fiz dos remos uma prancha de natação ao cumprido e bati pé (nada como um educativo na piscina), num tapa estávamos do outro lado e apesar de um capitão ter assinado na nossa frente, a equipe toda não tava lá, e a gente tava, completinho, em primeiro (hehehe, como é bom sentir de novo o prazer de ser coelho). Pega os barcos e rema. Logo, logo a Gantuá aparece do lado num ritmo bem mais forte que o nosso. Já perto da transição metade da Makaíra e da Extreme passam, grudamos no fundo da outra metade e UsBão grudam na gente. Resultado, embolou tudo na segunda AT. Atravessamos o rio e trilha pra dentro, um vacilozinho e volta pro azimute. Surpresa. Batemos em terceiro grudados no segundo (UsbÃo). Ops. Alguém se perdeu. Rasga. Batemos o PC5 no meio do mato sem saber quem tava na frente, a gente, Usbão ou a Extreme... Eram 3 navegadores juntos. Seguimos para as bikes e … Surpresa de novo. Chegamos em primeiro. Fala sério, esses caras tão de gozação com a gente, cadê eles ? De repente me aparece o alucinado do Clóvis (Extreme) saindo do terreno de uma casa gritando “Tô aqui, Tô aqui “. Vixe maria, vamo simbora. Pedala. Logo no início do pedal a equipe sentiu o ritmo e tivemos que diminuir, ainda batemos o PC7 na frente, mas a Extreme vinha grudada. Pega a entrada e eu passei um pouco a trilha, suficiente para Buka perceber que eu errei e entrar na certa. De novo no pedal, mas num ritmo bem abaixo da elite, e para quebrar mais ainda, Helô teve problemas no câmbio. Lá se vão UsBão. Vamos nessa. Desanima não. Pegamos o asfalto e fizemos o trajeto todo sozinhos, não encontramos ninguém. Quando chegamos no PC, encontramos de novo a Usbão meio amarrados num barzinho e Miguel dando chilique (que nem aquela propaganda do cara que sapateia por 4 anos seguidos, huahauhauha – “Vum borá, vum borá, assim não dá”), e na sequencia chegou a Makaíra. Êta zorra, agora que embolou tudo de vez mesmo. Vamos nessa, saímos um pouco na frente deles e mantivemos um ritmo forte para nossa equipe, mas era o que tínhamos combinado, então sem chororô. É pra travar mesmo. Chegamos no AT do trekking e Buka (Extreme) ainda estava saindo correndo. Simplesmente largamos as bikes e partimos. Mas aí a galera acusou que estava sem água e o trecho a seguir era bizarro de calor. Ok, parada no buteco, compra guaraná, come sanduíche. Demoramos o suficiente para a Makaira nos passar e a Gantuá, feito Forest Gump, aparecer do nada e entornar o caldo da elite. Víamos os 16 (Extreme, Usbão, Gantuá e Makaíra ) a mais ou menos 5 minutos da gente tudo embolado, lá na frente da praia. Trekking escaldante e batemos em Diogo junto com a Makaíra, vendo os UsbÃo e Gantuá saindo. Uma perda de tempo absolutamente desnecessária para esperar o troco do buteco e saímos bem atrás. Mas logo depois que entramos no remo vimos a Makaíra que tinha errado uma entrada do rio. Fomos marcando eles, e Helô,minha companheira de remo, que até então estava com pseudo câimbras, começou a dar saltos no barco, “ai, ui, tá travando, é de nó”, “Guenta aí Helô, já tá quase no final”. Isso persistiu durante os 30 minutos de remo. Chegamos no remo juntos com a Makaíra, mas aí o ritmo da equipe não conseguia ser tão veloz, sofremos muito no início da última bike, até pegarmos o asfalto. No finalzinho a Usbão ainda deram uma escorregada e ajudaram a Gantuá e a Makaíra, bem que podia ter deixado de graça uma posição para gente também né Hélio ?! (vixe, agora que ele me esgana). Chegamos em quinto, a poucos minutos da elite. Absolutamente felizes pela prova. O resultado foi merecido. Quem chegou na frente teve mais perna mesmo. Não tivemos maiores contratempos na prova e fizemos tudo que podíamos naquele momento, e essa é a sensação deliciosa, de termos feito tudo que podiamos. Parabéns aos monstros da Extreme pela vitória (MARRRRAAAAAA !!!!), e à Gantuá pela recuperação e pela admirável (e confesso, às vezes invejável ) performance constante. Obrigado ao Selvagens, pelos momentos de diversão sofrida, mais uma vez adorei correr com vocês. Obrigado a DATAGEO INFORMÁTICA, nossa fiel patrocinadora, que apostou firme na equipe num momento de renovação. E que venham o Indoor Games e a Paletada, porque a gente quer ter a certeza de que não foi sorte de “principiante…” Fernando Severino Equipe Espírito Selvagem
Fernando Severino
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16 Set 2008 - 14h34 | nordeste |
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