Pode-se dizer que as corridas de aventura já começaram grande no Brasil. Em sua primeira edição, mais de 100 pessoas, entre atletas e equipe de apoio, encararam uma aventura diferente de tudo que já tinham participado antes. Tal número, atualmente, nem todos os organizadores podem se orgulhar de conseguir colocar em uma prova.
Dentre os participantes, a exceção estava com os neo-zelandeses das equipes New Zealand e Southern Traverse, e os brasileiros da Pedal Power, que estiveram na Nova Zelândia acompanhando o Alexandre Freitas em sua primeira corrida de aventura.
Desde então, o esporte teve um crescimento meteórico. As provas de final de semana começaram a surgir em todo o país e logo depois foi a vez das provas curtas, que poderiam ser completadas no mesmo dia.
O pico da quantidade de provas aconteceu em 2006, quando foram realizadas mais de 100 competições em todo o país, impulsionado principalmente pela entrada da TryOn no mercado, organizando o maior circuito de provas no Brasil.
Nessa mesma época, o circuito Adventure Camp atraía aproximadamente 500 competidores para cada uma de suas etapas e o mercado passou a olhar para as provas de curta duração. Por outro lado, o Ecomotion deixava de lado as provas de curta e média duração para focar apenas na prova de expedição, que este ano sediará o AR World Championship, a final mundial das corridas de aventura.
Infelizmente, não temos um número oficial de praticantes no país. Nas melhores épocas, estimou-se em aproximadamente 5.000 pessoas, mas é um número a ser questionado. Muitas equipes surgiram e muitas desapareceram nesse meio tempo. Algumas simplesmente mudaram de nome ou seus integrantes se separaram e deram origem a outras. No entanto, nestes 10 anos, as principais competições foram dominadas por apenas 3 delas: Lontra Radical e Quasar, que venciam praticamente todas as provas, com um ótimo nível técnico e físico, e que depois se uniram e formaram a quase imbatível QuasarLontra; a Oskalunga, formada por atletas jovens e fortes, que ganharam a simpatia de muita gente com seu jeito irreverente; e mais recentemente a SOS Mata Atlântica, trazendo o profissionalismo para dentro das equipes.
Dentre as pessoas que estiveram presentes nas duas primeiras edições da Expedição Mata Atlântica, é possível contar nos dedos (de uma mão), as que ainda competem regularmente.
O ano em que se comemora os 10 anos do esporte e, coincidentemente, o Mundial, também pode ser marcado por novas baixas de atletas, que estão batalhando desde o início e que hoje se tornaram referência e ídolos para muita gente. São pessoas que já representaram o país em provas internacionais de grande importância como o Eco-Challenge e Raid Gauloises, que tinham muita visibilidade e colocaram o Brasil no mapa mundial das corridas de aventura.
O Adventuremag surgiu quase no início do esporte. O calendário era formado por apenas uma prova por mês e as atualizações eram quase inexistentes. Hoje, quando temos tantas provas em uma mesma região e a briga pela melhor data, até é possível entender a concorrência do mercado, mas essa disputa existe desde o início dos tempos, quando o país abrigava a “grande” quantidade de 2 (dois!) organizadores.
Nesta época em que o trekking era seguido à regra e a grande maioria dos atletas realmente andava, o mercado foi crescendo e junto com ele, o site.
Neste mês, comemorando os 10 anos do esporte, vamos resgatar algumas histórias de pessoas que ajudaram neste crescimento, direta ou indiretamente, na organização ou participação dos eventos.
Que venham mais 10 anos!