Makaíra vence o Jungle Adventure. Leia o relato de Gustavo Chagas

Por Gustavo Chagas - Gaia - 25 Nov 2008 - 12h31

O ano de 2008 foi, sem sombra de dúvidas, o melhor para as corridas de aventura na Bahia. Tivemos um Campeonato Baiano maravilhoso, com provas sensacionais e a atuação decisiva da nossa FBCA. Gostaria de dar os parabéns a todos os responsáveis por essas conquistas do nosso querido esporte, os organizadores e suas provas: Fernandão (Raid), Paulinho (Carrasco), HP (Daventura) e Anderson (Paletada). Também um abraço especial a todos os dirigentes da nossa Federação Baiana de Corridas de Aventura que foram os regentes do “maior e melhor campeonato de corridas de aventura do Brasil”, segundo nosso presidente Guerrinha, rs!

Leo, Náru, Gaia e Sana

Foi um ano maravilhoso pra família Makaíra também. Passamos por uma profunda reestruturação no início do ano com a entrada de novos integrantes e levou um tempinho pra Makaíra entrar nos eixos. Falando especificamente do baiano, começamos mal, desentrosados, mas ao longo do ano e também correndo o CNA, a equipe foi ganhando corpo e alma e os resultados apareceram naturalmente.

Mas, vamos ao que interessa. A Paletada Jungle! A formação da equipe seria a mesma que correu o CNA Sergipe: Gaia, Leo, Náru e Sana. A estratégia: plano tosco, lascar até não agüentar mais.

Dada a largada, assumimos a ponteira junto com a Rumo, a Gantuá e os Insanos. Atravessa rio, procura o PC 1 e nada. Para nossa sorte, nossos adversários também tiveram um pouco de dificuldade. Superado isso, rumo ao PC opcional A. Mangue à vista. Sem muita dificuldade, atravessamos de novo o rio e o batemos.
Mais uma natação rumo ao manguezal e ao PC 2. Nessa hora, muitas equipes emboladas, mas o pelotão que iria liderar a prova já estava se configurando. Transição rápida, partimos com a Gantuá na frente e os Insanos e Rumo na cola.

Com uma navegação precisa, Batemos o próximo PC um segundo à frente da galera. Pronto, agora até o PC 4, rolou um dos maiores pegas em prova de aventura no Estado. Protagonistas: Gantuá, Makaira e os Insanos. As três equipes chegaram juntas no asfalto que nos levaria ao PC 4, na aldeia.

A Gantuá, acredito eu que em uma tentativa de escapar do pelote, deu um tiro e passou as outras duas equipes. Porém, nem a Maka nem a Insanos estavam dispostos a entregar assim de bandeja o primeiro posto e saíram no encalço dos caras. Alternâncias de liderança e um pega alucinante, chegamos todos embolados no PC 4.

Uma indecisão dos adversários na escolha de quem faria o vertical colocou Narinho na frente e isso foi crucial para que a Makaíra assumisse agora a liderança até o final da prova. Naru foi o primeiro a chegar e realizou a sessão de arvorismo muito rápido, não deu tempo nem de descansar direito do pega. Coquinho gelado e partimos rumo ao PC 5.

Fizemos uma escolha ruim de trajeto e pegamos um areal escroto e debaixo de uma lua de fritar os miolos. Soubemos depois que a Insanos foram pelo asfalto e tiraram bastante tempo da Gantuá (que fez a mesma escolha) e nós.

O caminho para o cinco era de difícil navegação, em meio ao eucalipital (tão difícil quanto os canaviais do CNA), mas Naru fez um ótimo trabalho e o atacamos com segurança. Sem nossos adversários no visual, a ordem era acelerar ao máximo para abrir uma boa distância.

No PC 6 tomamos a mais difícil decisão da prova. Aqui, caso a equipe decidisse, poderíamos bater o PC opcional B que nos garantiria um bônus de 50 minutos. Caso não me falhe a memória, era um trekking de 4km. Decidimos não pegar o PC e partimos de bike rumo ao PC 7, com a dúvida na cabeça se fizemos ou não a escolha certa.

Para chegar no sete, atravessamos um rio com as bikes em cima de um bili-bili. Foi muito gostoso e o trabalho em equipe foi fundamental para que não perdêssemos tempo nessa travessia. Uma subida brutal e pronto, lá estava o PC 7 e nosso saco de mantimentos. Pensei comigo: “Massa, agora uma relaxada, vamos comer um pouco e beber uma coquinha geladinha”. Mas nosso capitão tratou logo de jogar areia nos meus devaneios dizendo que era pra tomar a Coca e partirmos. Nada de descanso.

Dowhill alucinante e o Pc 8 apareceu tão rápido que quase passamos por ele. Mais uma ladeira brutal e tomamos a decisão de ir buscar o PC opcional C. Era um PC de difícil navegação, mas estávamos confiantes o suficiente para tentarmos. Navegação precisa, achamos o ponto de ataque e formamos um leque para varrer o local. Não demorou mais que dois minutos e o tão esperado grito de “Achei!”. Foi de cinema, parecia o Bope em uma ação de ocupação de um morro.

Sem perder tempo, bikes de volta à pista principal e só faltava mais um PC, o 9, para então pegarmos os tão esperados caiaques. Aqui, cometemos nosso único erro de navegação. Ao invés de seguirmos para norte, pegamos um estradão para leste que em pouco tempo virou um sudestão e saímos no asfalto bem longe de onde deveríamos ter saído. Disse a Naru para não contar o erro para Sana e Leo para, com isso, mantermos os dois motivados. Como foi dito em Matrix “A ignorância é uma benção”, rs.

Pedalamos uns cinco a seis km a mais e a certeza da liderança já abalada. Porém, chegamos ainda em primeiro no PC 9, mas depois, com a planilha de tempo, vimos que nossos adversários quase nos engoliram com essa goiabada.

A ordem do nosso capitão era a seguinte: “Vamos remar até os braços estourarem e quem chegar no final e conseguir levantar um copo d’água para beber vai tomar porrada!”. Não sabíamos se a Gantuá e a Insanos haviam pego o PC B e achávamos que nossa única chance de ganhar a prova seria um remo muito forte.

Remamos igual loucos no belíssimo rio Sauípe. Optamos em não pegar o PC bônus D porque este realmente não era vantagem. Na chegada, largamos os caiques um pouco longe do pórtico e saímos em uma carreira para anotar o tempo. Narubas fez tanta força no remo que teve uma câimbra abdominal do meu lado e eu não sabia se o acudia ou se continuava para bater a chegada. Sabendo que o cara é guerreiro, parti em direção a Luquinhas para cravar o tempo da Makaíra. Chegamos exatamente às 13:59 hs.

Era só o começo da agonia, pois não sabíamos se a Gantuá ou a Insanos haviam batido o PC B. Demos uma comemoradinha amarela e ficamos aguardando nossos adversários. Primeiro chegou a Insanos. Ufa, não pegaram o maldito (nessa hora já estávamos xingando o PC) B!. Faltava a Gantuá, que chegou logo depois e... chan chan chan chammmmmmmmmmmm, também não pegaram o PC B.

Agora sim, pudemos comemorar a vitória da Makaíra na última etapa do baiano. Fomos também a única equipe que pegou o PC bônus C. Fiquei meio extasiado, sem saber o que fazer. Enfim uma vitória. Já fui campeão baiano sem vencer uma prova e minha única vitória foi na categoria duplas, bem diferente. Percebi que ganhar é uma mera conseqüência. O mesmo gostinho que experimentei com a vitória já havia experimentado em outras provas em que ela não veio, mas em que eu e meus companheiros a fizemos de forma vitoriosa. Estranho, mas percebi que o que importa é a prova em si, como você a encara (de uma forma vitoriosa ou não).

Foi um encerramento com chave de ouro de um circuito baiano maravilhoso e também o encerramento de um excelente ano para a Makaíra. Gostaria de parabenizar os campeões do circuito, a Gantuá, nossos amigos-rivais Insanos e a organização da Paletada pela prova maravilhosa. Aos meus irmãos da Makaíra gostaria de dizer que sou eternamente grato pela experiência que vocês me proporcionaram, obrigado de coração! Acho que a verdadeira essência de correr na Makaíra pode ser resumida em uma única fase: “Corremos sempre com o coração!” Que 2009 seja tão bom para todos como foi 2008. Até lá!

Gustavo Chagas
Makaíra

Gustavo Chagas - Gaia
Por Gustavo Chagas - Gaia
25 Nov 2008 - 12h31 | nordeste |
publicidade
publicidade
publicidade
publicidade
Cadastro
Cadastre seu email e receba as noticias automaticamente no seu email diariamente
Redes Sociais