Primeiro dia do Estoril Portugal XPD Race seguiu rumo a sul

Por Wladimir Togumi - 30 Nov 2008 - 23h49
Apesar da largada prevista para acontecer somente às 10h00, a movimentação em frente ao Cassino Estoril já era grande logo cedo, com os participantes da prova se preparando para o longo percurso de 700 quilômetros. Alguns atletas aproveitavam o pouco momento livre para se aquecer sobre os patins dando voltas nos jardins do cassino enquanto outros já levavam seu material a ser deixado ao lado da entrada principal, tudo sob o olhar atento do segurança local, que apenas observava de longe a movimentação. Alguns curiosos também paravam para perguntar o que estava acontecendo ao ver todas aquelas pessoas com o coletes verdes. Momentos antes da largada, a chuva ficou um pouco mais forte e os atletas passaram a procurar abrigo nos parapeitos das lojas ao redor do cassino, até o momento que a organização passou a chamá-los para se alinhar no pórtico de largada. Alguns esperaram até o último minuto antes de sair do abrigo e se juntar com os outros competidores, como a equipe IPPON Team, que saiu debaixo do ponto de ônibus somente na última chamada. O pórtico foi montado próximo à avenida costeira de Estoril e todo o trânsito foi controlado para evitar acidentes. Assim que foi dada a largada, os atletas subiram pelas estreitas passagens que cortam os jardins do cassino até o local onde deixaram seus equipamentos e desceram de volta para iniciar efetivamente o percurso. Para ganhar tempo na descida, a maioria – se não todos – optaram por seguir correndo com os patins nas mãos até a avenida e aí sim, calçá-los e então, seguir em frente. Os atletas puderam escolher entre patinar ou utilizar o trikke – ou apenas correr carregando os patins, como indicado para os inexperientes pelo organizador Alexandre Silva no dia anterior durante o briefing técnico. O caminho foi todo balizado nesta primeira seção da corrida e em aproximadamente meia hora as primeiras equipes já estavam trocando os patins pelos caiaques ou pranchas de surf, para alcançar uma bóia colocada há alguns metros da praia de Carcavelos. As ondas estavam bastante altas e era possível ver alguns bodyboarders surfando em frente ao local de saída das equipes. Alguns caiaques viraram e outros trouxeram os atletas de volta à praia com as fortes ondas, obrigando os atletas a se levantar e tentar novamente. A água tornava tudo mais difícil, mas todos aparentemente estavam bem equipados e preparados e não foi notificado nenhum pedido de ajuda médica. Além da dificuldade de sair para o mar, os competidores também sofreram com a maré, que apesar dos esforços de chegar no mesmo local de onde saíram, acabam sainda d’água alguns metros ao lado, onde acontecia um jogo de futebol entre amigos. A passagem dos caiaques no meio do “campo” improvisado na areia deixaram alguns ânimos mais exaltados, mas tudo acabou bem, apesar do conflito entre o maior esporte do país e as corridas de aventura, com os caiaques e pranchas misturados com a bola de futebol. De volta à praia os quatros integrantes se reuniam e tornavam a entrar na água para seguir em direção à Praia da Torre, ao lado da Torre de Belém, e já sabendo das dificuldades que teriam que enfrentar novamente, os atletas optaram por carregar as embarcações até uma praia próxima, mais isolada e portanto mais fácil de voltar ao mar. A Torre de Belém foi construída entre 1514 e 1520 (quando a defesa da cidade era de extrema importância) em homenagem ao santo patrono de Lisboa, S. Vicente. Para melhorar a defesa de Lisboa, o rei D. João II desenhou um plano que consistia na formação de uma defesa constituída por três fortalezas junto do estuário do Tejo: o baluarte de Cascais no lado direito da costa, a de S. Sebastião da Caparica no lado esquerdo e a Torre de Belém na água (já mandada construir por D. Manuel I). Com o passar dos anos a Torre perdeu a sua função defensiva e teve enumeras funções como controle aduaneiro, telégrafo, farol etc. Hoje em dia é um dos maiores símbolos portugueses e foi classificada como Monumento Nacional em 1907 e Patrimônio Cultural de toda a Humanidade em 1983 pela UNESCO. Foi a partir da Torre que os portugueses partiram para as grandes expedições pelos mares desconhecidos do mundo e onde encontraram novas terras e construíram suas colônias, inclusive o Brasil. Após cruzar o estuário do Rio do Tejo, os caiaques encostaram no local conhecido como Cova do Vapor, na junção do próprio rio com o oceano Atlântico, onde as equipes pegaram novamente seus patins e trikes e seguiram em direção à Costa de Caparica. Quando as primeiras equipes chegaram na Costa, o tempo estava nublado, mas a chuva tinha parado e o sol até ameaçou aparecer, mas o frio ainda era intenso e o forte vento tornava tudo ainda mais difícil. Alguns integrantes do staff dizem que esse frio não é normal e está mais gelado que os outros anos. Pela frente um longo trekking, estimado em 10 horas pela organização, cobriu toda a costa, mas um dos maiores desafios deste primeiro dia de corrida seria a travessia de natação da Lagoa de Albufeira. O sol já estava quase se pondo quando os líderes entraram na água gelada, mas o pior mesmo seria durante a noite, quando a grande maioria das equipes chegaria no local. A liderança da prova foi trocada constantemente durante todo o dia , mas até que os dados dos aparelhos de controle sejam totalmente descarregados, normalmente em cada final de estágio, não é possível saber com certeza em quais postos de controle as equipes realmente passaram e assim, saber quem está liderando a prova. Pela última atualização do site oficial – www.portugalxpdrace.com – a liderança estava com a equipe da Republica Checa AlpinePro, seguida pela Buff Coolmax e AdventureTeam.dk, mas ainda é o primeira dia de prova e muita coisa pode acontecer ainda.
Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
30 Nov 2008 - 23h49 | geral |
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