Última etapa do CNA – Circuito Nordestino de Aventura, a Odisséia Pernambuco é considerada uma das provas mais duras do circuito, sempre com alto grau de dificuldade, além de ser a última prova do ano para a grande maioria dos corredores do Nordeste. Para a Carbono Zero o desafio era maior. Para sermos campeões teríamos que vencer a prova e a equipe Oskaba-AL ficar no máximo em 7º lugar. A todo momento tínhamos bem mentalizado que tínhamos que fazer a nossa parte, a outra parte não nos cabia.
Sexta feira, 5/12, chegamos a Paudalho, onde ficamos alojados na academia de polícia, mesmo local do briefing que aconteceu na noite da própria sexta. No briefing recebemos a premiação do Odisséia Sergipe, prova que começou a fazer parte do CNA em 2008, e foi vencida pela Carbono. Premiação entregue, homenagem a quem correu o Ecomotion, mapas entregues, adrenalina já a mil, todos partiram pra fazer as devidas arrumações e marcações de mapa, o que terminou por volta de 1h da manhã do sábado.
Sábado, 6/12, todos de pé, café da manhã servido às 6h, últimas arrumações para a largada, que aconteceu às 8:40 de bike. Largou! Todos de bike, em ritmo alucinante, largada é sempre assim, de bike então... Todos em busca do PC1, que aparentemente estava fácil, e atingiríamos com aproximadamente 1 hora de prova, todas as equipes juntas em um single track no meio de uma mata, e nada de PC1. No meio do caminho um ataque de abelhas e várias equipes tiveram seus atletas picados. Escapamos por muito pouco!
Depois de rodar bastante atrás do PC1, e de quase ter ido para o PC2, achamos o PC1, batemos em 2º lugar, junto com a equipe EcoCapibaribe. Partimos para o PC2, sem maiores problemas, onde já assumimos a liderança da prova, era uma barragem, onde faríamos a natação. Renato e Charles fizeram o trecho de 1000 metros, enquanto eu e a Taritza fizemos o trecho de 1600 metros. Natação resolvida, partimos para o PC3.
Estradões no meio do canavial, chegamos no PC3 onde deixamos as bikes e partimos para o trekking. Transição rápida, pois tínhamos definido que faríamos transições rápidas e que seríamos o mais constante possível na prova, partimos por uma trilha no meio de mata atlântica, lugar muito bonito, em busca do PC4, dito por Sérgio Bandeira (diretor da prova) como o mais difícil da prova. Tomamos todo o cuidado possível com a navegação e achamos o PC4 no meio da mata e já partimos para o PC5, no povoado de Cueira.
No meio do caminho passamos numa loja de bike, acho que a única que encontramos em toda a corrida, perto da BR-101 e tivemos que comprar um pneu, pois um da bike do Charles estava quase rasgando. Esse pneu nos acompanhou até quase o final da corrida. Chegando no PC5, fomos recebidos por mais de 20 crianças que correram junto conosco por aproximadamente 500 metros gritando “Bora Carbono Zero!”, muito bom!
Chegamos ao PC 5 por volta de 18h, onde encontramos nosso saco com comida. Sanduíches, batata frita, patê de atum, salaminho, paçoca, refrigerante e muito repositor, todos alimentados, e começou o momento em que a equipe se dividiu. Eu e Taritza fomos remar até o PC6 enquanto Charles e Renato fizeram de trekking. Saímos remando por um braço de mangue seco e empurrado o caiaque por um tempo, com aquela lama básica que vem até o joelho e com um cheirinho, unh... Remamos a primeira perna de 10Km, tendo que arrastar o caiaque por 1 Km por um banco de areia formado perto da praia de Maria Farinha, mas sem maiores problemas atingimos o PC6, onde Charles e Renato tinham chegado a cerca de 10 minutos.
Nesse PC fizemos a troca das duplas, ou seja, eu e Taritza que estávamos remando fomos para o trekking enquanto Charles e Renato remaram. Charles e Renato remaram os 14Km em 1 hora e 50 minutos, ritmo muito forte e chegaram às 23h quase junto com a montagem do PC, que era num barco no meio do rio. Eu e Taritza tínhamos programado chegar por volta das 23:30 neste mesmo barco, porém a navegação por terra era muito complicada e ficamos mais de 3 horas caçando o local certo pra chegar ao barco. Depois de várias tentativas frustradas atravancando mata e mangue, voltamos um trecho, onde a equipe Direction nos alcançou, e escutamos um grito de Renato. Era o que faltava para chegarmos no barco, estávamos a menos de 500 metros deles.
Chegamos no PC7 junto com a Directon por volta das 2:30 (madrugada do domingo). Nesse momento optamos por remar eu e Charles, enquanto Renato e Taritza partiriam para o trekking, que foi o último trecho onde e equipe se dividia. Remamos forte os últimos 15 Km e Renato e Taritza também estavam num ritmo forte no trekking em busca do PC8.
Chegamos no PC8 por volta de 5:40h, onde Renato e Taritza já nos esperavam há 45 minutos já com nossas bikes prontas para partirmos para a última perna de bike. Faltava pouco, bastava passar pelo PC9 e chegada. No momento que chegamos ao PC8 fomos informados que a Oskaba desistiu da prova, por conta do ataque das abelhas. Paulo e Miguel foram os que mais sofreram e optaram por não continuar na prova.
Nesse momento nossa cabeça veio a mil, pois estávamos a menos de 30 Km da chegada, restando apenas uma perna de bike, estávamos liderando a prova, e a equipe que estava liderando o CNA (Oskaba) tinha desistido, com isso a possibilidade de vencer o circuito era muito grande. Partimos firmes para a última perna de bike e sabíamos que Direction estava bem próxima... Fomos em busca do PC9, último PC, virtual, um telefone público em um pequeno vilarejo. Se lembra do pneu que compramos na tarde do sábado e que viemos trazendo o tempo todo amarrado na mochila e no caiaque? Pois é... O pneu da bike do Charles, que já não estava muito legal, estourou e tivemos que parar para trocar o pneu.
Passamos uns 5 minutos para resolver isso e partimos para o orelhão. Número do telefone anotado, direto para a chegada... Começou a chover... Estávamos com um olho na chegada e outro para trás para ver se a Direction vinha... Pedalamos forte, sem parar... faltando menos de 3 Km, percebíamos que a vitória era nossa, a emoção em cada um era muito forte... CHEGADA!!! Buzina, champanhe (sem álcool), Ricardo Sá (atleta da Carbono que mais correu pela equipe esse ano) lá nos esperando, tudo de bom! Momento dos abraços, choros, gritos de Campeão Nordestino...
Essa vitória da Odisséia foi realmente especial, prova duríssima. Parabéns Sérgio Bandeira, a prova foi show! Continue levantando a "Bandeira" da corrida de Aventura no Nordeste com toda força.
Esse título teve um sabor todo especial para mim, pois já havia sido campeão nordestino em 2006 e 2007 com a equipe Usbão, fui convidado pela Carbono Zero Unicred para correr algumas provas do CNA em 2008. Ser tricampeão nordestino é realmente muito bom, pois sabemos o nível das equipes do Nordeste atualmente e da evolução que o esporte tem passado nos últimos anos.
Parabéns a todos que, mesmo não sendo da formação base, correram na Carbono Zero e fizeram parte desse título: Mirela Albrecht, Max Moreno, Sana e Raniere.
Ricardo Sá, Charles Sá, Renato e Taritza. O meu muito obrigado a todos vocês, pela confiança, respeito, amizade, companheirismo e por todos os momentos especiais e que tenho certeza que ficarão na memória de cada um de nós. Muito obrigado pela oportunidade de fazer parte desse time composto por pessoas tão especiais.
Helio Jugurta
Carbono Zero Unicred
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