Chauás Itinguçu-Juréia definiu os campeões do Circuito Chauás 2008

Por Lilian Araujo - 16 Dez 2008 - 09h31

“Que perrengue!!!” foi a frase mais ouvida na linha de chegada da última etapa da Chauás, realizada neste fim de semana na Estação Ecológica da Juréia, no município de Peruíbe, no litoral Sul de São Paulo. Independente da prova que estavam – Expedição, Fast, Solo ou Light – e apesar do nítido cansaço físico, os atletas que cruzaram o pórtico mostravam no sorriso a felicidade de completar a mais dura prova do ano.

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Alegria maior para o quarteto Úrsula Pereira, Caco Fonseca, Márcio Campos e Alã Costa, da Selva/Kailash, que só garantiu a vitória do circuito na última etapa. Ao longo do ano, Selva/Kailash e Life Guard/Bike Stop, dos atletas Thais Cláudio, Thiago Bonini, Darcio Alves e Ygos Dias, revezaram o primeiro lugar na Chauás, numa disputa apertadíssima e com poucos pontos de diferença no ranking. No resultado final, com apenas 5 pontos de diferença da Life Guard/Bike Stop, a Selva conquistou o Circuito 2008 da Expedição Chauás.

A Life Guard, que teve problemas na navegação e ainda ter precisado ajudar algumas duplas desesperadas no meio do mato, chegou cinco horas depois da Selva e ficou em quarto na classificação final. Antes dela, PMB SOS Mata Atlântica (Fernando Jesus, Clayton dos Santos Silva, Lourival dos Santos Silva e Rubia Sanches Bezerra) em segundo e na seqüência Senta a Pua/Selva Aventura (Marcio Evandro Razera, Sandra Simões, Carlos Mó e Xikito), que também conquistou a terceira posição no ranking 2008 da Expedição Chauás.

Nas duplas, embora a Chauás Fast tivesse 80 km, o gostinho da vitória teve sabor de mais de 1 mil quilômetros. Glauco Chagas e Alexandre Cunha, da Família Extrema, saíram de Porto Alegre (RS) direto para o podium da Chauás. Às 22h15 do sábado, os veteranos gaúchos deixaram a molecada da aventura literalmente no mato, sendo a primeira equipe a cruzar o pórtico, instalado no bairro de Guaráu, em Peruíbe. Como chegou cedo, depois do banho e de um merecido jantar, a dupla ainda ficou de apoio da organização na chegada, assustando as concorrentes que cruzavam o pórtico horas depois e não acreditavam que eles já tinham terminado a prova. Na Fast Mista, a chegada foi emocionante. Ogros (Carla Francini e Ivandir Barros) e Uirapuru (Robinson Simões e Gisele de Carvalho Braga) disputaram no tiro os últimos quilômetros da bike. No final, deu Ogros, que ficou com a primeira colocação, com apenas dois minutos de diferença da Uirapuru.

Apesar de ter apenas 10 quilômetros a menos que a Expedição dos quartetos, Fast e Solo colocaram os atletas no mesmo perrengue, com uma difícil navegação no trekking de vara-mato. A confiança no mapa e na bússola confirmou ser a principal vantagem que diferencia as equipes nas etapas da Chauás, incluindo a solo. Foi o que fez Paulo Jorge Fernandes, o capitão Fernandes, vencedor da categoria e líder disparado do circuito.

Na prova light, de 45 quilômetros, dois corajosos atletas enfrentaram o desafio sozinhos. Embora oficialmente a organização não tenha criado a categoria solo na Light, desde a etapa Pedro de Toledo, Fernando Boccia deixa os staffs malucos quando é questionado sobre o seu dupla. “Na primeira prova eu respondia que não tinha dupla, que era solo. Aí eles falavam: ‘então você está errado, porque a solo não passa por aqui’. Desta vez eles já sabiam”, ri o atleta que, apesar de correr desclassificado, foi o primeiro a passar pelo pórtico.

A santista Maria Sylvia Cerávolo não só está engrossando a lista de participantes individuais na Light, como também entrou para a história da Chauás ao ser a primeira mulher a correr solo nesta prova. A atleta, que queria correr como dupla feminina, não encontrou outra corajosa que enfrentasse o desafio e foi sozinha para a prova. Mesmo se confundindo na navegação por alguns minutos, Sylvia manteve a concentração, voltou para a trilha e terminou a prova feliz da vida.

A corrida – o Chauás conta com diversas provas dentro de uma, diferenciadas por nome, formação da equipe e distância, que são: Expedição Chauás (quartetos mistos), Fast Chauás (duplas mistas e masculinas), Chauás Light (duplas mistas e masculinas, mas com percurso menor) e Solo. Nas etapas anteriores apenas a Light tinha um percurso diferenciado, mas desta vez foram 3 percursos com sequências de PC e distâncias diferentes.

Nesta etapa o trecho crítico foi no trekking a partir da Barra do Guaraú, passando pelo PC montado no Rio do Itu e com término no Porto Tocaia, de volta à caixa de reabastecimento, enfrentado tanto pelos quartetos, quanto pelas duplas da Fast e os atletas solo. Mesmo durante o dia algumas equipes e atletas chegaram a ficar de 4 a 6 horas procurando o caminho certo, mas acabaram desistindo e retornando para a base da prova. "Quem pegar aquele trecho durante a noite, vai sofrer", diziam os atletas.

Da largada até o o PC3, montado na Barra do Una, o caminho era o mesmo para todos os competidores e a partir dali os grupos se dividiam: Expedição e Light seguiam remando por caminhos diferentes e Fast e Solo começavam o trekking. Apesar das dificuldades do percurso, os atletas elogiaram a beleza da região escolhida pela organização, sendo que alguns já conheciam Peruíbe mas nunca haviam passado por ali.

A prova teve encerramento oficial pouco antes da entrega dos troféus no domingo, quando os atletas da categoria solo Franz Kobayash e Sergio Rodriguez, completaram o percurso e receberam os aplausos de todo o público presente à premiação. "Não conseguimos encontrar a trilha durante a noite e decidimos dormir até o amanhecer. Quando voltamos a procurar, a trilha estava ali perto", disse Franz.

Projeto Ambiental – O projeto sócio ambiental desenvolvido este ano pela Chauás, além da distribuição de alimentos e brinquedos, cursos de higienização bucal, gincana infantil e cinema no bairro, incluiu também o plantio de 1200 mudas de palmito Jussara em parceria com as comunidades do entorno dos percursos. Normalmente estas comunidades sobrevivem da derrubada e comercialização ilegal do palmito, e o projeto visa conscientizar sobre o uso ecologicamente correto das sementes dos palmitos Jussara ao invés da derrubada da árvore para extração do fruto, mostrando que as sementes podem ser transformadas em pasta de Açaí, produto vendido em todas as boas lanchonetes do país.

Segue abaixo a classificação parcial da etapa. A premiação do circuito 2008 acontecerá junto com a prova de final de ano da Selva Aventura, que será realizada no próximo final de semana.

Expedição Chauás
1 - Selva / Kailash
2 - PMB SOS Mata Atlântica
3 - Senta a Pua

Chauas Fast – Mista
1 – Ogros
2 – Uirapuru
3 – Saci

Chauás Fast – Masculina
1 - Familia Extrema
2 – Calango
3 - Calango II

Chauás Light – Masculina
1 – Raposa
2 – Passoapasso
3 – Montezuma

Chauás Light – Mista
1 - Microcamp Internacional

Solo
1 - Capitão Fernandes
2 - Carlos Alberto Barreto
3 - Paulo Godoy

Lilian Araujo
Por Lilian Araujo
16 Dez 2008 - 09h31 | sudeste |
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