Relato da equipe Guartelá na Sul Brasilis Florianópolis
Muita chuva ! Desde a saída de São José dos Pinhais, por volta das 05:30 da manhã do sábado a chuva nos acompanhou por toda a estrada, dando uma trégua somente no final da prova, na madrugada do domingo.
Uma prova muito pesada, praticamente 80% de treking, com uma ascensão acumulada de 1480m ! Um prêmio a parte foi o visual do alto do costão que separa a Lagoinha do Leste do Pântano do Sul. Recomendo a toda a galera que “acha” que conhece Floripa...
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O local da largada e checagem de documentação não tinha estrutura coberta para todo mundo, então foi aquela sessão já para plastificar os mapas, que foram entregues cerca de uma hora antes da largada e ainda sem alguns PC’s, que tiveram que ser plotados momentos antes da largada. Outra coisa que literalmente movimentou bastante as equipes nesses momentos foi o translado das bikes até a transição, que levava uns 40 minutos de ida e mais uns 40, de volta. O local, na verdade, não era tão longe, mas tinha que dar a volta por trás de uma serra.
Nossa estratégia era largar forte e manter esse ritmo pelo maior tempo possível já no primeiro trecho do treking. O problema é que eu acho que todo mundo teve a mesma idéia. A trilha acabava no alto de um morro com mato fechado e dali tinha gente correndo pra todo lado. Quando conseguimos sair nos fundos de uma propriedade parecia uma rave ! Tanto que tinha uma boiada pastando naquele lugar e a galera chegando assustou tanto os bichos que eles devem estar correndo até agora.
Nesse trecho, tínhamos que encontrar um picotador que dava acesso à uma nova trilha. Ali perdemos alguns minutos e muitas posições, mas conseguimos recuperar no trecho de descida dessa trilha, que nos levava até a praia para uma corrida de uns 3km pelas areias, passando pelo local onde tínhamos deixado as bikes para atravessar mais um morro e chegar ao rapel, que fora cancelado “por motivos de segurança”.
Continuando de treking, descíamos até a Lagoinha do Leste, com um desfiladeiro com o visual mais bacana de Florianópolis, uma das praias mais lindas de SC mesmo. Tínhamos que passar por um desfiladeiro até a entrada da “trilha” que nos levaria até a praia. Nesse ponto eu posso dizer que encostei a mão no fundo do poço. Uma subidona e todas as equipes novamente se encontrando e trocando de posição, não conseguia me alimentar, minha água acabou, a dos outros também acabando, foi f*** mesmo. Lá embaixo era só pegar um virtual e voltar pelo outro lado do morro até as bikes.
A alegria não durou mais do que 10 minutos, quando chegamos numa estradinha de lama onde parar de pé já era difícil, imagine carregar as bikes com uns 30 kg a mais de lama em cada uma. Para se ter uma idéia, um trecho de aproximadamente 2km nós levamos uma hora para fazer...
Chegamos em segundo nessa transição para mais um treking ladeira abaixo, num rasga mato que custou muitos arranhões, muita vegetação espinhenta, Unha-de-gato e todos os seus parentes... um vara-mato penoso, que chegava numa trilha longa e igualmente pesada que contorna todo o extremo sul da Lagoa do Peri. Nesse trecho erramos, fomos parar até dento da Lagoa para tentar achar a trilha certa e tivemos mais um rasga-mato espinhento para encontrá-la. No final dessa, chegávamos à pista de orientação, com 7 prismas e um mapa equivalente à categoria H21N, mas que de noite, acaba dando um pouco mais de trabalho. A Koru chegou super bem na pista, mas resolveu pagar a penalização e garantir uma colocação no braço mesmo, já que ninguém na equipe deles tinha experiência em pista de orientação. No final da prova essa estratégia deles provou ser a mais acertada naquelas condições mesmo.
Voltamos até as bikes num ritmo mais forte e determinados a abrir o máximo da Narrobada que estava na nossa cola. Sabíamos que a prova seria definida nesse trecho, pois estava muito embolado as 3 primeiras equipes, qualquer erro ou imprevisto, um pneu furado poderia custar a colocação final. Quando estávamos chegando nas bikes foi que vimos a Audax saindo daquele PC. Ali alucinamos de vez ! Subimos nas bikes do jeito que estavam, com lama até dentro dos pneus, eu e o Anderson com os freios traseiros com os cabos arrebentatos e sem nenhuma marcha entrando, corrente pulando e, depois de uma subidona, um down-hill super liso, com erosão, lama, água escorrendo por valas, um verdadeiro play ground ! Para mim foi a melhor parte da prova !
No que começamos a pedalar no calçamento, faltando menos de 2 km para os remos, quebra a gancheira da bike do Nego, junto com dois raios traseiros... sem perder muito tempo, arrancamos o que deu e fomos empurrando o cara assim mesmo. Legal foi um motorista de ônibus de linha que estava passando pela gente e perguntou (aquela hora da madrugada!) se precisávamos de alguma ajuda. Ali já avistávamos os ducks e ficamos mesmo foi muito agradecidos com a presteza do povo daquela região da ilha. Realmente é uma gente muito hospitaleira. Chegando nos ducks, vimos que a Audax já havia se distanciado e começamos a nos preocupar novamente em manter o segundo lugar, pois sabíamos que se ficássemos no visual da Narrobada os caras iam vir com tudo. O remo estava tranqüilo, a chuva já havia passado e a lua estava ameaçando sair por trás de umas nuvens, o que deixou a noite clara e, com um “mar de almirante” desses fizemos esse último trecho relativamente bem.
A Audax chegou na nossa frente e está de parabéns, porém, foram penalizados com 30 minutos por remar com o salva-vidas por sobre o colete da prova e, como chegamos apenas vinte e pouco minutos atrás dos caras, nos classificamos em primeiro lugar !!
Gostaria de parabenizar também o Nego, o Anderson Gambá e a Ana. Mesmo sendo a primeira vez que corremos nessa formação todos fizeram o seu melhor e tenho certeza que foi o trabalho em equipe que fez a grande diferença.
Foi com orgulho que anunciamos oficialmente a união da Body Imports e Fênix e com as bênçãos de Deus já conseguimos um excelente resultado !
Agradecemos o Apoio da Deuter com as nossas mochilas!
Certos de sua atenção,
Obrigado. Alexandre PGDM
24 Jan 2009 - 12h06 | sul |
