Ala Costa relata sua participação na primeira etapa do XTerra Series

Fazer uma etapa do Trail Run é algo que sempre pensei em fazer, embora nunca tivesse pintado a oportunidade. O XTerra sempre me chamou a atenção pelo formato da prova, em destaque para o MTB e corrida.

Mas antes de falar do Trial Run, queria falar do Xterra Triatlon. O Xterra é uma dessas provas que eu sempre acompanhei, tive vontade de fazer mas nunca tive oportunidade. No sábado de 31/01, vendo aquela movimentação e magrelas de MTB, pensando no “parque de diversões” que é a Base 84, logo imaginei que seria uma diversão só. Havia chovido e a lama seria uma dificuldade a mais para os atletas que fariam a prova. Para uns, um caos, para mim, só conseguia pensar: “Quanto pior melhor!”

A prova contou com atletas conhecidos no circuito, o que foi bom também conhecê-los, mas me chamou logo a atenção os colegas da aventura e me alegrei muito quando encontrei o Marcelinho, da Lobo Guará, ainda mais quando encontrei o Hadi, meu irmãozinho da SELVA e seu pai, o Edi, um cara MUITOO forte e que admiro muito!! Ahh... claro, o Togumi e a Mari também estavam por lá registrando a aventura e o evento que prometia.

A largada do Triatlon, 10hs e as conversas disfarçavam minha ansiedade de entrar no Trial Run às 15hs. Dada a largada, logo os atletas mais velozes abrem distância e os menos experientes, nadam, param, fazem costas e se esforçam para terminar a etapa.

Na transição de bike, Manzan chega em primeiro, faz uma transição bem rápida! Minutos atrás, vem chegando os outros atletas com suas bikes DETONADAS de lama! Minutos depois, vem um reporter filmando e com ele o Hadi, sentando a bota na bike. Ele estava em 5º e tinha que fazer força para buscar os atletas da frente. Quando vi ele entrar na área de transição fiquei pilhado, parecia que estávamos passando pela caixa de alimentação, gritava para ele agilizar e ir embora logo! Já lembrei do Marcinho “Vamo Alã! Vamo! Vamo!”. Logo ele saiu já pilhando para o último trecho de corrida.

Já na largada, chega meu irmão SELVA, fazendo força e em 7º, o que achei duca! Pensei: “Putz, agora acabou a folga”. Ao estilo Duda Bley, também irmão SELVA e descalço o tempo todo, vou para o carro, trajo a “farda” SELVA, mato um tempo, um Wraps para não pesar no estômago e vamos que vamos.
15hs! Hora da largada, um pouco atrasado. É liberado o alinhamento. O Edi, que não iria correr, de tanto pilhar ele, conseguiu inscrição e entrou na prova. Ele conhecia o “Branca”, um corredor que observei ao chegar e algo me dizia que ele era MUITOOO FORTE!

Beleza, falta 1 minuto. O coração já começa a saltar na boca! Pensava em estratégias, imaginando em fazer uma prova treino. Hum..... nãooooOOO.... “vamos para a morte”.

LargaaddaaAAAAA!! O um trecho curtissimo e curva a direita seguida de uma descida. Ali, já foi um tiro! Não queria perder o contato com os primeiros colocados e usei os atletas da frente como referência. Eu não poderia perdê-los de vista.

Na minha cabeça, tinha uma lembrança do organizador que disse que teriamo água a cada 3K. Primeiro trecho antes da água fazia força na subida e na descida continuava sempre tentando manter o visual nos primeiros. Chega o primeiro trecho de água! Puxa, que bom, mas para ser sincero, achei muito cedo e não acreditei já ter percorrido esta distância. Neste momento, passei a duvidar de ter escutado isto.

Essa duvida, era 3 Km ou não? Nesta hora, pensei nos meus companheiros de equipe e me dei conta que a única coisa a ser feita era continuar em frente. (momento de devaneio... pensei na frase “Keep moving forward!” de Walt Disney). Opa, Foco! Foco! Foco! Voltei minha concentração para a prova.
A falta de foco rendeu... uma posição a menos! Olhei para frente e percebi que era possível recuperar, afinal a corrida ainda não acabou. Trechos secos, barro, subidas e descidas e chega o single, nossaaaAAA!!! A diversão chegou, meus colegas na frente pareciam ter desacelerado em um trecho de barro e escorregadio, meu concorrente da frente se abraça com um tronco, quem estava atrás dele passa reto, eu... ClaroOOO que meu concorrente tinha que esbarrar em mim! Ele me pede desculpas, agradeço a gentileza, passo ele e sigo em frente acelerando graças as propriedades de meu estimado tênis.

Acaba o single, mais um trecho de estrada, lama e falta buscar mais um para recuperar a posição que eu estava. Neste momento tracei dois objetivos, ultrapassar meu colega da frente e buscar o Hadi que se mantinha em 5º. Um pouco mais de força e aproveitando a estrada mais aberta e uma leve subida consegui ultrapassar meu colega de frente e agora, era buscar o Hadi.

Chegamos em outro single... nooossaAAAA! O mesmo single que fizemos a gincana da prova SELVA, onde devidamente paramentado com uma farda militar, pintura de guerra, a missão era se esconder dos alunos, encontrá-los e entregar-lhes a penalidade de 30 minutos. Ah... tinha também missão de fugir do Ricardo bombeiro, que o Caco me disse que estava também na missão de me achar!

O trecho foi ao contrario, começava com uma leve inclinação e depois descida. Aproveitei a descida e busquei acelerar para ganhar um pouco de distância, já que à frente, NUNCAAAA depois de uma descida, estava a tão esperada linha de chegada, ClaroOOOO que vem outras subidas. Continue me esforçando no single e agora, estava colado no Hadi e saimos do single juntos.

Saimos do single e já imaginava estarmos bem próximos, o que foi confirmado no visual que tive da Base. Dali já pensava... nos ditados dos meus irmãorzinhos da SELVA, “Quando o corpo não aguenta, só a moral sustenta!”, “ Vamo alamo!”, “Alã!! respiraAAA!!”.. afinal, estava quase chegando e “ A dor é passageira, Desistir... é para sempre!”, pilhado e motivado, tração nas pernas e vamos em frente.

Última descida acelerado, trecho reto e uma subida antes da reta de chegada, olho para trás e vejo um colega de prova no visual...caraca, hora de aproveitar a subida e fazer força... chego ao final, olho para trás, vejo ele no inicio da subida... hora do combustivel final! Grito dentro de mim mesmo, SELLLLLVAAAAAAAAAAAAA!!!!! Eh traciono para assegurar que nada dê errado.

Linha de chegada! Missão completa! Puxa... tem gente viciada em tudo, mas a sensação de final de prova e dever cumprido é algo que não tem como traduzir. É um sentimento de várias coisas boas!

Do Xterra fica a vontade de fazer outras provas como esta. É uma competição divertida que recomendo a todos que gostam de adrenalina e natureza. O resultado, puxa, foi excelente! Com um 6º lugar em uma primeira participação no circuito e 2º colocação em minha categoria.

Não seria possível sem a Telma, minha esposa, companheira, amiga e torcedora no. 1! Agradeço de coração e parabenizo o Caco, meu irmão SELVA, treinador e mentor! Que me prepara para os desafios exigentes da corrida e sempre junto com o Marcinho me ensinou a ser uma pessoa cada vez melhor. Obrigado, beijos e abraços para as meus irmãos SELVA (Caco, Marcio, João, Sá, Ursula, Hadi, Duda, Carol, Bentinho, Rose e Camis). Vocês todos me motivão e tenho muito ORGULHO de vocês.

SUPER Obrigado a KAILASH pelo patrocinio e apoio do Alexandre no Xterra, e as empresas que nos apoiam: Probiótica, NEAF Fisioterapia, Sport Star, Kona e Serfas.

Ala Costa

Por Ala Costa
06 Fev 2009 - 14h46 | sudeste |