É tão bom estar de volta à terra do Multisport!
Em 2006 estive aqui pra correr o Coast to Coast pela primeira vez. O fato de ter sido a prova que inspirou a criação da corrida de aventura e por onde muitos dos ícones deste esporte começaram me incentivou a vir aprender sobre o que é o multisport.
E o Coast to Coast é o multisport. A semente original da qual eu provei e fiquei totalmente fustigado por mais. Mais multisport!
A prova, que também já foi conhecida como o IronMan Alpino, foi sem dúvida a competição mais difícil que já encontrei e o que ainda mais me impressiona é o nível de especialização dos atletas, já que esta será a 27ª edição do evento.
Naquela primeira experiência eu aprendi que teria que correr rápido em terrenos onde é difícil a caminhada e teria que remar rios de corredeiras em caiaques de velocidade.
Assim, voltando ao Brasil, começamos a explorar os rios e trilhas de Brasília. Para nossa surpresa as corredeiras e as trilhas de pedras neozelandesas já estavam lá, prontas pro Multisport! A rebatizamos então: Neosília
O rio Paranoá foi minha escola de canoagem e as suas paisagens mantiveram a inspiração acesa para o Coast to Coast. Na verdade, só agora ao voltar em ChristChurch junto com Carrijo, percebemos as familiaridades da Meca do multisport com a nossa capital federal.
A começar pela hospitalidade com que fomos recebidos pela Nora e pelo Ian. O Ian, que já ganhou a prova em 1995, é um dos grandes incentivadores da minha participação no Coast. Foi ele que me mostrou as particularidades da prova e da preparação.
O percurso é muito singular e apesar de ser repetido ano a ano, a dinâmica natural da ilha faz com que a trilha e o rio mudem constantemente seu curso. Fazer o reconhecimento do percurso principalmente na corrida de montanha e no rio é muito importante.
Aqui também tivemos a companhia de outros campeões, Neil Jones que venceu o evento em 1996 estava acampado com toda a família na área por onde passa o percurso. Eles moram na Ilha Norte neozelandesa e dirigiram mais de 1000km trazendo, além do seu equipamento, um caiaque extra para emprestar prum multisporter brasileiro... Neil vai fazer a prova na categoria times e vai remar no rio enquanto seu filho mais velho, Daniel de 18 anos, fará a corrida na montanha.
Daniel teve a segunda corrida mais rápida da prova no ano passado e não havia ninguém melhor para nos mostrar o percurso!
Não existe uma trilha bem definida pra cruzar a montanha e os competidores correm sobre as pedras no leito do rio. É uma questão de achar alguns marcos no terreno que sirvam de referência pruma linha mais direta possível. E não tropeçar enquanto procura por esses marcos... Daniel me mostrou boas linhas, algumas trilhas pela mata e alguns saltos que certamente deixariam seu pai orgulhoso e sua mãe desesperada!
O reconhecimento do rio também não poderia ter sido melhor. Todos têm falado que o nível da água esta muito baixo estas semanas, o que torna a leitura do rio ainda mais crucial. Neil foi quem nos levou. Acho até que ele queria nos mostrar o rio mesmo, mas também acho que ele quis ter certeza de que eu não ia arrebentar o caiaque dele numa pedra... Os rios daqui têm leitos de pedra e o mais difícil na leitura são as escolhas de canais já que o rio se divide em centenas de braços. O Neil já conhece muito bem o rio e nos mostrou boas linhas também.
Depois disso fiz mais um reconhecimento em cada trecho pra me sentir seguro tomando as decisões sozinho. Sinto-me muito bem.
Estamos prontos para dar continuidade ao crescimento do multisport brasileiro. Torçam por mim na prova. Nos próximos dias, por favor, me incluam nas suas orações pra que tudo dê certo na corrida e a gente tenha o Brasil bem representado no Campeonato Mundial de Multisport.
Jah eh
Gui
SPOT - GLOBALSTAR
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