Enfim o primeiro Chauás concluído. Quando a minha amiga e companheira de prova Ana Paula disse-me que gostaria de fazer o Chauás, imediatamente aceitei o desafio. Já havia feito três Chauás e nunca havia conseguido concluí-la. Algo me dizia que desta vez conseguiríamos, embora minha companheira não estivesse na sua melhor condição física.
O trânsito que enfrentamos para chegar a Cananéia já demonstrava a dificuldade que enfrentaríamos na prova.
No sábado após o café da manhã, fomos à praça onde seria feito a checagem de equipamentos e AT das bikes para a prova light. Feito a checagem e entrega das bikes, partimos todos os atletas em escunas para a Ilha do Cardoso onde seria dada a largada da prova.
Após o briefing, às 11h10min foi dada a largada onde as duplas da Chauás Light foram a sentidos opostos as duplas da Chauás Fast e Solo para o primeiro trecho de trekking.
Partimos em direção ao PC1 e logo vimos as duplas mais fortes se distanciando. Porém logo no PC1 vimos muitas delas passarem retos e passávamos entre as primeiras duplas no PC1. Seguimos rumo ao PC2 sempre com a Aninha ditando o seu ritmo. Alguns pontos alagados e com lama dificultava um pouco, porém continuávamos firmes. Ao chegar ao rio que cruzava a trilha deparamos com várias equipes a procura do caminho do PC2 inclusive a Zion com quem partimos a procura do PC. Após algumas idas e vindas pela trilhas encontramos o PC na beira do rio.
O caminho de volta ao PC3 foi mais tranqüilo em termos de orientação, porém por ser mais aberto o sol começava a incomodar. No PC3 fizemos um breve abastecimento de água e partimos para a etapa que mais nos preocupava. A canoagem seria vital para o resultado final. O fato de estarmos há muito tempo sem remar juntos e também a canoagem ser o nosso ´´calcanhar de Aquiles`` tornava a travessia um desafio maior.
Miramos uma pequena elevação na Ilha Comprida como referência e partimos rumo ao PC4. A maré enchendo ajudava o nosso progresso e ao perceber que algumas equipes se afastavam em direção contrária e a não aproximação de outras foi dando mais confiança a ponto de poder admirar os golfinhos que ali circulavam. Assim chegamos bem ao PC4.
Deixamos o duck e logo partimos em trekking na direção da Ponta da Trincheira onde se encontrava o PC5. O trecho inicial foi tranqüilo até entrarmos numa trilha em mata mais fechada onde havia muita lama e trechos inundados. Chegando próximo a Ponta da Trincheira fomos informados por locais que a maré estava cheia e não seria possível atravessar pala praia. Seguimos pela trilha até o PC5. A esta altura não sabíamos a nossa colocação, pois algumas equipes que disputavam a Chauás Fast e Solo já haviam passados pelo PC.
Mesmo com a maré enchendo, escolhemos ir ao PC6 pela praia. Foi um trekking mais fácil, porém a preocupação com a condição física da Aninha, que apesar do cansaço seguia em seu ritmo, alternando corrida com caminhada mantinha-me "ligado".
Chegamos ao PC6 e não pude deixar de comprar uma Coca para recuperar as calorias já gastas. Partimos rumo ao PC7 sem muitas dificuldades e ao cruzar com algumas duplas que faziam a prova Light indo em direção contrária ao PC6 demos conta que estávamos bem colocados na prova. Chegando ao PC7 certificamos a nossa colocação e éramos a segunda dupla da prova Light a chegar ali.
Saímos para a última etapa de canoagem e logo percebemos que a dificuldade seria maior que na primeira etapa, pois a maré estava vazando. A poucos metros do fim da canoagem fomos ultrapassados por uma dupla mista e logo atrás uma dupla masculina vinha forte, mas conseguimos evitar que nos passassem.
Carregamos o duck alguns metros até a PC8 na praça onde estavam as bikes. Saímos pouco depois das duas duplas e quando chegamos ao trecho de estrada em areião avistamos a dupla mista que estava a nossa frente. E à medida que íamos pedalando, víamos a diferença diminuir. Passamos pela entrada de uma trilha onde deveria haver um PC, mas como não havia ninguém, somente um caminhão parado e a dupla à frente havia seguido direto prosseguimos pela estrada. Pouco a frente cruzamos com a dupla voltando, porém como estava convicto de que o PC deveria estar na estrada prosseguimos mais um pouco e ao perceber que não havia nenhum rastro de bike resolvemos voltar.
Foi quando avistamos uma pessoa com a camiseta da organização entrar no caminhão. Batemos na porta e o fiscal do PC9 saiu surpreso com a nossa presença e ao questionarmos a ausência dele respondeu-nos que estava tirando uma soneca. Não seria este, um caso tão grave quanto remar sem o uso de coletes?
Seguimos então rumo à chegada por um belíssimo singletrack que logo nos fez esquecer o ocorrido. Algumas poças dificultavam o trecho. Foi em um deles que tive um susto quando ouvi um grito e ao olhar para trás ver a Aninha quase submergir ficando somente com o rosto para fora. Desci rapidamente para socorrê-la e para minha surpresa ela começou a gargalhar e ao perceber que tudo estava bem também comecei a rir da situação. Recompostos, prosseguimos pela trilha até chegar a uma aldeia de índios. Logo percebemos que estávamos errados e prontamente um índio nos indicou o caminho certo. Com certeza muitas equipes visitaram o local.
Ao chegarmos à praça recebemos a medalha e logo ficamos sabendo que éramos a 4ª equipe a terminar e a 3ª das duplas mistas. Enfim concluímos o primeiro Chauás, e para nossa surpresa com pódio.
Nada mais compensador que olhar para o rosto de sua companheira e ver um sorriso e ganhar um abraço após 7 horas de esforço contínuo.
Valeu, Aninha! Você é D+! Correr ao seu lado é sempre um prazer! Com a sua determinação vamos longe!
Dedico esta conquista aos amigos de equipe Christian, Nelson, Matias; aos amigos Marquinho, Marcão, Lebô, Débora, André, Dantas, Igor e Márcio com quem tive o prazer de correr e aos amigos Léo, João e Felipe professores da AKSA Assessoria Esportiva.
Taka
Equipe Iron / AKSA Assessoria Esportiva
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