Quando perguntamos a determinadas pessoas como e qual seria o modelo de equipe ideal, certamente algumas dirão: que seja forte, que tenha componentes que se conheçam bem, que brigue pelo título, etc.
Pensamos e gostamos de dizer que uma equipe ideal é aquela que os integrantes compartilham um mesmo ideal e acima de tudo se respeitam. Esses são os fatores que contribuem para o fortalecimento geral da equipe, daí vem a origem do nome da equipe, UNIÃO, que é nosso maior valor.
A Mini-Carcará que participamos, foi uma prova atípica e interessante de ser avaliada. Vários fatores podem ser listados como componentes que podem prejudicar uma equipe. Quando esses fatores vem em um mix, ai a coisa vira aprendizado mesmo. Segue: o sol escaldante, o condicionamento na volta das férias , gripe, cirurgia e até mesmo a procura de uma integrante feminina para equipe a duas semanas da prova.
A prova - Em termos de organização a prova foi muito boa. Como sempre a equipe Carcará dá um show. Um aspecto valioso nessa etapa foi mostrar que provas curtas podem ser extremamente duras, técnicas e travadas. Na nossa categoria a previsão era de aproximadamente 61,7 Km.
Depois de uma largada com sol a pino, seguimos no trekking para o Açude Campo Grande (PC1/AT1) e logo uma travessia de aproximadamente 800m. Saímos da água em segundo em nossa categoria, mas não conseguimos uma boa transição devido a problemas com um de nossos componentes e caímos para nono.
Seguimos para um Trekking sacrificante, onde o sol estava queimando o juízo de todos e castigando sem piedade. Segundo o Luiz, naquele momento me veio varias coisas na cabeça, inclusive o porquê de eu estar fazendo aquela loucura toda . Alheia a qualquer intempérie surge nossa melhor descoberta, a fera Andressa. Nossa representante feminina mostrou garra, determinação, condicionamento e empenho.
Durante o longo percurso de trekking pelo Agreste Potiguar, passamos pelo PC3-virtual e seguimos para Riachuelo, chegando ao PC4/AT3 onde se localizavam as bikes. A partir daí, seguimos para o último (e não por isso curto) trecho.
15 Km após nossa transição para as bikes, foi necessária uma parada longa para descanso e reidratação. Dois componentes estavam completamente fadigados e foi necessário recarregar um pouco as baterias. Nesse momento surge a bela Andressa, levantando a moral e alto-estima da galera que não estava bem. Nesse descanso fomos ultrapassados. Nada muito importante, pois com menos de 3km estavam lá eles, do mesmo jeito que nós anteriormente.
Seguimos em frente e a partir daí os trechos mais legais e empolgantes da prova, descidas e subidas em single trek, um atrás do outro e tome velocidade na Serra da Formiga. Devido a nossa condição optamos por não realizar dois PC´s bônus. Esses PC´s exigiam que as equipes subissem a Serra da Carapateira no município de Caiçara dos Rios dos Ventos.
Seguimos adiante e chegamos em Ruy Barbosa (PC5). Nesse PC tinha início a modalidade de Pista de Orientação, onde dois atletas tinham que subir a pé o Morro do Carvalho e achar os vários prismas espalhados. Aproveitamos para descansar e reabastecer. Saímos bem do PC6, e fomos em busca do PC7 o ultimo antes da tão esperada chegada.
O PC7 estava localizado em uma igreja, a partir daí eram mais ou menos uns 10km para a chegada. Antes disso teríamos que atravessar o Rio Pontengi, um dos mais importantes do Rio Grande do Norte, com as bikes no braço, literalmente. Porém, antes dessa travessia cometemos um erro grave, deixamos nosso navegador Sandro para trás e acabamos passando da entrada para o rio, ou seja, perdemos tempo e colocações. Lá vamos nós voltando e agora sim, atravessando o rio.
Após a travessia o nosso companheiro de prova, o Sol, resolveu nos abandonar. Daí por diante era só pedalar e rezar para que aquela peleja toda acabasse logo. Ah, nesse trecho ai, tome subida; era uma subida atrás da outra.
Então seguimos em direção a praça central de São Paulo do Potengi, onde estava a tão esperada chegada.
O que fica de aprendizado então? Saber que você é capaz mesmo com tantas adversidades. Descobrir que união (TAHOE), respeito, companheirismo, amizade e solidariedade não só alimentam a alma mais o corpo enfraquecido também. E por fim brindar a um esporte que permite que todas essas virtudes aflorem.
Corrida de Aventura, quando é a próxima?
Wellington Nascimento Junior
Equipe Tahoe