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Araranguá, no extremo sul de Santa Catarina, foi a cidade escolhida como base para a competição de 300 quilômetros. Na sexta feira os participantes se encontraram no Caverá Country Park, um grande complexo aquático que naquele momento não pôde ser aproveitado pelos ansiosos competidores. O principal objetivo naquele dia era pegar os mapas e conhecer os desafios que viriam pela frente.
Antes disso as equipes registraram sua presença e assistiram à apresentação cênica que mostrou os 4 anos de ciclo da Expedição Xokleng: O Desafio da Serra Geral (2006), O Desafio do Corvo Branco (2007), O Desafio das Águas (2008) e o Bravos (2009). Os organizadores Rosilene Koch e Paulo Cadallóra fizeram as apresentações dos responsáveis técnicos da prova - segurança, cartografia, resgate e técnicas verticais - e também homenagearam os atletas que participam da Xokleng desde a primeira edição.
Mas o percurso não foi revelado e as cartas foram entregues somente após o jantar e, para a surpresa de todos, eram duas folhas gigantes, tamanho A0. Algumas equipes não tinham levado papel contact - para impermeabilização - suficiente e tiveram que pedir emprestado.
Muitos competidores não tiveram oportunidade de descanso e viraram a noite plotando os postos de controle e traçando a melhor estratégia de caminho a ser percorrido, o que não era muito bom para uma prova tão longa, mas o lado positivo era o dark zone - parada noturna obrigatória - ainda no sábado. Tudo dependeria da imposição de um ritmo bom e chegada cedo para descansar o máximo de tempo possível.
Ainda estava escuro quando os atletas se alinharam no pórtico e partiram de trekking para a primeira seção da corrida. A dupla paranaense Santa Ritta Adventure acabou perdendo a hora e saiu somente alguns minutos depois, quando o pelotão já se distanciava pelo asfalto em direção ao PC1, mas já no início da canoagem já tinham recuperado parte do terreno. As equipes impuseram um forte ritmo e cerca de 20 minutos depois já se dirigiam para a primeira transição.
Com diversos caminhos a serem escolhido - alguns parecendo muito fáceis mas passando por charcos - o grupo se espalhou pelo terreno, com equipes optando por estradas e outras, pelo azimute direto. O sol já estava forte quando as primeiras colocadas chegaram para pegar os caiaques. Foram quase 4 horas de corrida até o momento de descansar a pernas e começar a colocar força nos braços. Os quase 40 quilômetros de canoagem pelas grandes lagoas Caverá e Sombrio foram muito exigentes e onde aconteceu a primeira baixa da prova. Um competidor passou mal com o calor e a exigência fisica e precisou ser resgatado.
Os dois lagos são ligados por um canal de cerca de 10 quilômetros de extensão e no mapa a navegação parecia ser tranquila, mas a variação do nível da água e o crescimento da vegetação altera o caminho a ser seguido a todo momento. A entrada se localizava alguns metros antes e fazia algumas curvas que não estavam no mapa, com isso algumas equipes, como a Arco e Flecha (RS), ficaram encalhadas e os atletas tiveram que descer dos caiaques para empurrá-los por alguns metros e conseguir ir adiante.
O destino final era Barrinha (SC) a apenas alguns quilômetros da divisa com Torres (RS). O forte vento contra e as marolas no lago do Sombrio - com mais de 15 quilômetros de extensão - dificultaram ainda mais a progressão das equipes.
Um curto trecho de trekking levou os competidores até suas bicicletas. O caminho de mountain bike passava por São João do Sul e Praia Grande, com destino final em Jacinto Machado. Na comunidade de Engenho Velho as equipes cumpririam o Dark Zone e os todos os moradores foram mobilizados com a preparação de risoto para os cansados guerreiros se alimentarem no final do primeiro dia.
Uma grande tenda foi montada pela organização no campo de futebol e os atletas tiveram acesso às suas caixas de reabastecimento. No local ainda tiveram a oportunidade de tomar banho e se preparar para algumas horas indeterminadas de sono, pois a organização deixou como surpresa a hora da relargada, o que acabou frustando alguns competidores que queriam saber o melhor horário para acordar e se preparar.
O sol e o calor já tinham ido embora e a noite fria e iluminada pela lua cheia passou a ser o pano de fundo da prova quando a dupla Big Wall chegou na comunidade. A movimentação não parou e durante toda a noite equipes chegavam após uma exaustiva seçao de montain biking. Todas as equipes optaram por fazer um trecho por trilhas e mais curto ao invés do caminho mais longo por estradas.
Mas o "hotel 5 estrelas" no meio da prova não pôde ser aproveitado por todos. Algumas equipes chegaram no local apenas na manhã de domingo. Outras nem ao menos chegaram e começaram a preocupar a organização, mas soube-se depois que a equipe decidiu fazer turismo e conhecer a região e não avisou ninguém.
O horário de relargada não foi divulgado porque a organização preparou uma surpresa: os atletas seriam acordados por batidas de tambores. Um grupo se apresentou na madrugada de domingo, ainda sob a luz da lua, com os tambores orientais chamados "Taiko". Mas quem não estava em sono tão profundo foi acordado com um grito pouco antes da apresentação que dizia: "atenção, as caixas devem ser deixadas no caminhão em 15 minutos!"
Ao término da apresentação os competidores começaram a se preparar para o ponto alto da prova: a subida da serra em direção a Cambará do Sul (RS). Cada equipe foi chamada pelo nome e confirmava se iria continuar na prova ou não. Neste momento viu-se que o dia anterior tinha sido muito exigente para algumas delas, que encerraram ali sua participação na Bravos 2009.
Enquanto os atletas se preparavam, um grupo se formava ao lado da tenda com pessoas de lanterna na mão e olhando para o gramado. Uma das integrantes do grupo que se apresentou com os tambores perdeu a aliança e eles tentavam encontrá-la na escuridão. A luz utilizada pela equipe de filmagem passou a servir de lanterna e até Gerson dos Santos, atleta da Santa Ritta Adventure, ajudou na busca, enquanto alguns faziam piadas sobre qual seria a justificativa a ser dada por ela ter saído na madrugada de domingo com a "desculpa" de fazer uma apresentação e perder a aliança.
Ainda sob a luz da lua as equipes relargada. O sol forte reapareceu e o número de desistentes aumentava cada vez mais, principalmente por causa da fadiga. Neste trecho a dupla Big Wall decidiu por um caminho diferente das demais equipes e acabou se perdendo.
No alto da serra as equipes pegaram novamente suas bikes e seguiram até São José dos Ausentes para desafiarem as alturas em uma tirolesa guiada sobre a cachoeira do Vale das Trutas. O atleta Orestes Friederich, da Arco e Flecha, fazia remendos nas câmeras de ar restantes enquanto seu companheiro de equipe Marciel Soares (Catarina) descia a cachoeira.
Daí em diante o desafio foi descer as sinuosas curvas da serra da Rocinha (BR 285) em direção a Timbé do Sul. Morro Grande, Meleiro e Turvo foram os próximos pontos a receber os competidores que ainda tiveram que remar seus caiaques por mais 28km pelo Rio Araranguá até a balsa próximo ao Morro dos Conventos. Os últimos quilômetros de trekking até a base montada no Caverá era o sinal de que a missão de desafiar os gigantes de pedra estava cumprida.
A dupla Arco e Flecha foi a primeira equipe a cruzar a linha de chegada, já na madrugada de segunda feira. Em seguida chegaram juntas a dupla Caverá e o quarteto Lagartixa, que ganhou como prêmio a vaga para a Brasil Wild Extreme 2010.
Alguns atletas que acabaram de enfrentar os trezentos quilômetros de prova vão ter pouco tempo de descanso e daqui 15 dias estarão se dirigindo para Minas Gerais a fim de vencer o percurso do Ecomotion Pro.
Resultado parcial
Aventura:
1º - Onça Alada - Santa Maria RS
2º - Kuaray - Rio do Sul SC
3º - Bike Aventura - Ibirama SC
Expedição DUPLA:
1º - Arco e Flecha - Nova Petrópolis/Três Coroas RS
2º - Caverá - Porto Alegre RS
3º - Big Wall - Porto Alegre RS
Expedição QUARTETO:
1º - Lagartixa - Porto Alegre/Igrejinha/Canoas RS
2º - Papaventuras - Venancio Aires RS
3º - BMG Trotamundo - Belo Horizonte MG
Mais informações: www.expedicaoxokleng.com.br
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