Relato da equipe Guartelá na Extremaventura Irati
Cada um com sua razão, quase que nem fomos nessa prova; de última hora fizemos uma parceria com o Thiago e a Kátia e viabilizamos nossa participação em quarteto.
© Sandro Kloch
O dia estava bem frio, fiquei preocupado pois não tinha levado roupa quente, só o básico mesmo. A largada foi às 09:30 e tinha uma galera mesmo: saímos correndo atravessando o centro em direção ao PC1, que ficava na entrada da trilha que subia um morro ali próximo. Nesse trecho, só nós e a dupla Santa Rita Adventure acertamos a navegação; como passava no meio de um bairro ainda na cidade, o mapa não tinha todas as ruas e acredito que isso tenha confundido um pouco a galera. O PC2 ficava no alto desse morro e tinha um monte de caminhos, que deram um certo trabalho na navegação até o PC3. De lá, um estradão ladeira abaixo até as bikes, onde iniciamos um pedal em busca de 2 virtuais obrigatórios pelo caminho até o PC7.
Já no trecho final desse pedal, quebrou a corrente da minha bike... naquele exato momento fiquei até aliviado que tinha sido a corrente ao invés do pneu, pois na semana anterior eu tinha arrumado a corrente de um colega num passeio de bike em exatos 3 minutos. Mas a alegria durou pouco: a primeira tentativa não deu certo e tivemos que repetir o remendo, o que acabou nos custando um bom tempo parados ali. Depois disso, a bike ficou completamente desregulada, não dava para fazer força que começava a “trocar sozinha” de marcha. Todo mundo sabe o quanto isso irrita e eu sabia que tinha uns 45km pela frente ainda.
Enfim chegamos no PC7. Ali iniciamos uma caminhada numa trilha que levava até uma “caverna” com uns picotadores escondidos. Lugar bem bacana, mas me reservo a comparação de que o lugar estava mais para um “bivaque” do que uma caverna propriamente dita ! rsrs Na verdade uma gigantesca fenda horizontal, com 1,5m de altura na entrada, uns 20m de profundidade e uns 50cm de altura no final.
Novamente de treking, descíamos até o início de um canyoning rio acima, num leito fechadíssimo, com uma progressão extremamente lenta e desgastante, que nos deixou “sem créditos” mesmo ! Foram 1h15” prá percorrer uns 2,5km ! Foi, sem dúvida, o trecho mais pesado da prova, mas compensador pelo visual em alguns pontos onde o rio formava uns cânions enormes e pequenas cascatas em outros, show mesmo. Saindo do rio era voltar uns 6km até as bikes por estradões rurais, no alto da Serra da Esperança.
Passamos num vilarejo onde tinha um povo numa festa e o Thiago resolveu comprar uma gasosa. O cara do bar falou que não podia vender, mas respondeu: “pega essa garrafa de gasosa que é por conta dos noivos, isso aqui é um casamento, tchê !” Aí foi só alegria, gasosa gelada e na faixa ainda ! O dia estava maravilhoso e o visual no final da tarde então foi uma verdadeira bênção: o sol de inverno laranjadão gigante se pondo no horizonte. O Paulinho quase se entregou pro Thiago nessa hora...(risos)
O pedal até o rapel não era tãão longo, mas relativamente travado, pois tinha uma navegação mais exigente, com uns virtuais obrigatórios forçando o caminho e levamos 3 horas nesse trecho. O rapel era próximo da chegada, já na cidade mesmo, uma cachoeira de uns 27m com a linha passando pela água e a sensação térmica na casa dos -5 C !
Foram 10:25 de corrida, na verdade um privilégio, tanto pelo Thiago como a Kátia, parecia que a gente já tinha participado de umas 30 provas juntos !
Agradeço a Deus pela nossa vitória, ao Paulinho que estava num dia inspiradíssimo (só não precisava ter quebrado a bússola nova nos primeiros passos pós largada ! risos), ao Thiago que filmou praticamente todas as mentiras que acabei de contar aí (assim que estiver pronto a “edição” ele disse que publica) e à Kátia, que ditava o ritmo na corrida e não deixou a gente relaxar nem um minuto ! Risos
Certos de sua atenção,
Obrigado,
Alexandre Augusto Carrano da Cruz
Equipe Guartelá
05 Jul 2010 - 20h26 | sul |
