Em 2009 eu (Du Lima) e o Mex (Marcelo Abrusio), ambos da equipe Paradofobia, tivemos a oportunidade de visitar a África do Sul, Moçambique, Suazilândia e a Namíbia e por lá descobrir e praticar alguns esportes radicais junto a natureza.
Logo na primeira cidade visitada, Cape Town ou Cidade do Cabo, como é conhecida no Brasil, já pudemos fazer um trekking na Table Mountain, com desnível do nível do mar de onde saímos de 1.029 m que apesar do desnível o trekking tem um grau de dificuldade moderada e no topo tem uma boa estrutura para turistas e família. Lá encontra-se bons restaurantes, banheiros e uma vista maravilhosa de toda costa da cidade. Para os mais preguiçosos a descida pode ser feita de teleférico. À frente da Table Montain tem uma outra montanha, a Lions Head, com 669 m. Subir as duas montanhas no mesmo dia é um bom treino. No dia seguinte voltamos, dessa vez com um ônibus que faz um city tour e aproveitamos para brincar um pouco de boulder nas rochas da Table Mountain.
Com apoio de um carro para levar as bikes até um determinado lugar pudemos pedalar cerca 40km até chegarmos ao Cabo da Boa Esperança. Para chegar lá a aventura foi fugir dos babuínos (uma espécie de macaco) que são muito perigosos, seus dentes são maiores que o do tigre e até mesmo maior que do leão.
Não faça uma viagem de expedição sem alguns equipamentos como mochila cargueira, um bom tênis, anorak, corta vento... no Brasil já temos uma marca e loja de equipamentos especializados de alta qualidade, a Kailash, não deixe de passar lá antes de fazer uma viagem dessa, porém se esquecer de levar algum equipamento fique tranqüilo, em Cape Town tem uma excelente loja de esportes outdoor a Cape Union, podendo se encontrar de tudo, e o melhor, os preços são mais baixo que no Brasil.
Também pudemos mergulhar com tubarão branco, o que não é nem um pouco perigoso por estarmos dentro de uma jaula, mas pudemos vê-los de perto e até tocá-los o que é proibido. Levamos um grande esporro por isso.
Depois de Cape Town pegamos um vôo para Johanesburgo e fizemos um safári de três dias no Kruger National Park. A maior atração são os Big Five: Leão, Elefante, Leopardo, Rinoceronte e o Búfalo. No parque dormimos em barraca e pudemos literalmente conviver no habitat desses gigantescos e perigosos animais. As noites eram longas e sempre surgiam alguns barulhos e rugidos para nos preocupar.
De volta a Johanesburgo, onde tínhamos que ficar um dia para pegar o ônibus que iria para um outro país, Moçambique, visitamos o Lions Park, um safári de algumas horas, ótimo para a família. Lá pudemos alimentar girafas, ver bem de perto animais ariscos e até pegar leões bebês que tem o tamanho de um pastor alemão adulto e não gostam de brincadeiras, porém são muito simpáticos.
A viagem de Johanesburgo até Maputo em Moçambique foi uma outra aventura. Quando fomos comprar as passagens tinha dois preços diferentes e é claro que pegamos a mais barata (o táxi do albergue, a 5 km do aeroporto, foi mais caro que os quase 600 km até Maputo). O ônibus tinha cinco fileiras de bancos, com isso os bancos eram menores e ficávamos muito apertados. O Mex, que sentou no corredor, ficava com os ombros para fora e sempre alguém tropeçava nele. Já eu ficava espremido na janela, onde embaixo passava a tubulação do ar condicionado que era descontrolado para o quente. Quando tirava o tênis para refrescar eu encostava o pé na tubulação e me queimava.
Não sei o que era pior e não parava por aí. Como se já não bastasse o sofrimento, o ônibus tinha um cheiro horrível... Como percebemos depois, pelo preço que pagamos era um ônibus popular onde as pessoas que ali estavam não tinham um cheiro muito agradável e além disso carregavam sacos de cebola, galinha morta, temperos... e aí vai. A distancia era relativamente curta, quase 600 km, mas a viagem durou 13 longas horas.
Quando conseguíamos pegar um pouco no sono o motorista colocava no meio da madrugada algumas musicas em africano com o som no talo, provavelmente para ele não dormir ao volante. E nós que tínhamos nos achado espertões por termos pego o ônibus mais barato...
Em Moçambique logo partimos de Maputo e depois de inúmeros meios de transporte (popular) - ônibus, lotação, taxi, carona, balsa, jangada (o barco era para 10 pessoas e tinha 40 a bordo, assim como todos os meios de transporte a lotação excedia) - chegamos em Pomene, vilarejo com vista linda para o oceano. Lá conhecemos dois sul africanos e com a lancha deles fomos juntos por três dias praticar caça submarina. Essa era as nossas refeições. A caça é em quase alto mar, bem diferente com a que somos acostumado no Brasil onde a caça é costeira. Além disso as vezes perdíamos alguns peixes para alguns tubarões (tubarão touro e tubarão leopardo) que passavam por ali.
Depois que saímos de Pomene fomos para Tofo, ainda Moçambique, que é um vilarejo turístico com muitas pousadas e albergues. A maior atração de Tofo são as paradisíacas praias e o mar transparente do oceano Índico, então aproveitamos para mergulhar mais. Tivemos a oportunidade de mergulhar com dezenas de golfinhos, raia manta e ate tubarão baleia. Esse foi um espetáculo a parte de uma das maiores variedades de vida aquática do mundo.
Em Tofo pegamos um micro ônibus e fomos conhecer mais um país, a Suazilândia, país monárquico e poligâmico. Não é a toa que o país possui mais de um quarto da população com o vírus do HIV. Lá fizemos um safári a cavalo e partimos de volta para Johanesburgo.
De Johanesburgo levamos a viagem para outro rumo. Ainda em Tofo vimos que sobrariam alguns dias e compramos passagens aéreas para Namíbia, país colonizado por alemães e tem sua capital Windshooek e algumas outras cidades mais alemã que a própria Alemanha.
Em Swakopmund, uma cidade no meio do deserto da Costa do Esqueleto, pudemos conhecer uma pequena parte do deserto em quadriciclo e com camelo. Também tivemos a oportunidade de fazer alguns vôos solo com paraglider, o que fechou a viagem com chave de ouro por ter sido uma aventura nova para mim, que nunca tinha feito nenhuma atividade aérea.
Dúvidas e dicas nos escreva no Twitter: @paradofobia
Eduardo Lima
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