Não existe prova de aventura redonda. Taiaçupeba não foi diferente.

Por Bruno Taketani - 12 Jul 2010 - 07h54

Não existe prova de aventura redonda, aprendi há muitos kilômetros atrás. Taiaçupeba não foi diferente.

Sexta-feira, dia de jogo da Copa do Mundo de futebol e o país da chuteira para. Claro, eu também. Jogo finalizado, resultado engolido, lá vou eu pra estrada. Se nossa seleção de futebol não obteve o resultado desejado, vamos ver se eu consigo fazer algo por aqui.

Cheguei depois das 23h em Taiaçupeba, peguei meu mapa e fui pra escola/alojamento que o pessoal do SAT nos cedeu pra dormir. Me enclausurei numa sala de aula e mergulhei no mapa. Fiquei animado ao ver que não seria uma prova só de força física, pois de cara deu pra ver que a navegação no trekking seria complexa e que existiam algumas opções estratégicas que poderiam fazer a diferença. Meu objetivo era terminar a prova em 5o na categoria solo.

Tudo pronto pra largada, mochila o mais leve possível, desenho da prova fixo na minha mente e vamos embora. "Lucas, toca logo essa sua vuvuzela!"

Corri os 2km numa boa, sem me afobar. Ao chegar pra canoagem me juntei ao Dante Costalonga pra remarmos juntos na canoa havaiana. Fizemos uma boa remada e conseguimos sair da água entre os 8 primeiros barcos. O trecho de bike seria tranquilo. Poucas subidas, nada de assustador e uma distância curta. Logo no início desse trecho cruzei com o Juninho e o Eder da Advogado Aventureiro, estávamos no mesmo ritmo e seguimos juntos. Cheguei no PC3 em 4o, pra iniciar o longo trekking. Comecei a correr com sangue nos olhos. Estava numa ótima colocação, mas não podia dar mole que a brincadeira estava só começando.

Logo após o PC4 aquele gostinho de Chauás começou a aparecer. De cara encontrei os primeiros voltando pela trilha pra qual eu me encaminhava. Bati cabeça junto a Advogado Aventureiro até acharmos a trilha certa e seguir. Nesse ponto muitas equipes já tinham se juntado. A disputa se enrolava mais.

O PC5 estava maravilhoso. A tal Pedra do Sapo tem um visual impressionante. Tive inveja dos quartetos que puderam fazer rapel e tirolesa lá, aproveitando mais o visual. Meu pensamento logo saiu da paisagem e foi parar na planilha no PC. Havia perdido muitas posições e era hora de fazer força pra recuperar.

O trekking continuou em direção a torre de televisão. Fiquei imaginando o sofrimento dos coitados que tiveram que pavimentar a estrada pra que carros pudessem subir. Pensei: "O meu carro 1.0 não encara isso não". Será que meu cansaço já estava atrapalhando meu julgamento ou a subida era tão dura quanto eu lembro? No meio do caminho passa por mim o Xikito descendo, com um sorriso no rosto e sem sinal nenhum de cansaço.

Feliz, cheguei ao cume, crente que era só deixar Newton me levar pra baixo. Nunca, não numa prova do Lucas. Mata fechada, trilha que sumia e várias equipes juntas. Novamente no bar da Dona Maria peguei mais comida e bebida e parti pro último e longo trecho de bike. Minha estratégia para alcançar o PC10 me levava primeiro ao PC11. Logo nos primeiros kilômetros de pedal, num trecho de navegação difícil vi o Xikito e a WRR1 juntos há poucos metros da entrada pro caminho certo. Tratei de me mandar antes de ser visto. A partir dali a navegação não trazia grandes dificuldades. Cruzei com o Marcelinho Sinoca, ele já a caminho do PC12 e chegando ao PC10 Xikito e WRR1 me ultrapassaram num trecho de subida e bateram o PC antes. Fiquei impressionado com o ritmo deles. Acho que ninguém avisou a eles que era uma subida porque aquela velocidade era pra plano. Bonito de ver aquilo.

Bati o PC10 e PC11 em 3o. Empolgado, era "só" voltar o caminho que eu já havia feito, mas minhas forças já haviam se esgotado e eu me sentia muito mal. Cruzei com o Fernando Boccia, que após liderar a prova por um bom tempo acabou problemas que o levaram a desistir. Com a companhia dele, me motivando, segui meu rumo sem levar muita fé que materia a 3a posição, mas com o passar dos kilômetros isso se tornava mais e mais real.

Temos que estar preparados pro dia que a sorte nos encontra. Só assim podemos aproveitá-la. Essa prova não foi redonda pra ninguém. Todos erraram, todos andaram mais do que precisavam, mas isso é corrida de aventura. Depois de muito esforço cruzei a linha de chegada em 3o lugar. A sensação de dividir o pódio com dois ícones do esporte como o Xikito e o Marcelinho foi realmente incrível. Andar perto deles e ver que os dois se mantêm focados e, acima de tudo, bem humorados ao longo da prova foi muito legal. Parabéns aos dois pelo espírito que eles tem.

Queria agradecer a Advogado Aventureiro, em especial ao Juninho pela força que fizemos juntos, ao Fernando Boccia pelo gás que me deu no final da prova e, claro a família Chauás por mais uma corrida de verdade.

Também agradeço muito a Forever Living Products e a Proativa21 junto a SUUM pelo importante apoio.

Que venha a Chauás 300!!

Bruno Taketani
Por Bruno Taketani
12 Jul 2010 - 07h54 | sudeste |
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