Passeio de saveiro com visual das belas ilhas da região e clima de mistério antecederam a largada da terceira etapa do circuito Carioca Adventure, que ocorreu em Mangaratiba nos dias 24 e 25 de maio. As posições dos três primeiros postos de controle, daquela que seria a mais desafiadora de todas as corridas do circuito até então, só foram divulgadas alguns minutos antes da largada. A organização impecável garantiu a largada antecipada da prova: às 14:30h, 102 atletas do Rio, São Paulo e Argentina deixaram a paradisíaca Ilha de Jaguanum para os 8 km iniciais de canoagem.
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Da praia do Bonzinho em Itacuruçá, os atletas seguiram pela costa por cerca de 10 km, alternando praias, longos trechos de trekking com água pela cintura (“caminhágua”) e costões rochosos. Os atletas sentiram na pele os resultados dessa etapa: hematomas, cortes e arranhões, poucos saíram ilesos dessa jornada. Mais habilidosos, os atletas da Rapa Nui, Xavante Wollner e Oriente dispararam na frente, aproveitando os últimos vestígios de luz do dia. Equipes mais lentas acabaram pagando o preço da vagarosidade: enfrentaram boa parte da costeira à noite e com o forte movimento da maré enchendo. Essas adversidades foram suficientes para causar as primeiras baixas da prova. Não muito distante dali, falhas na navegação vitimaram várias outras equipes que “quebraram a cabeça” por horas para encontrar o oleoduto da Petrobrás que ligava o Rio Saí ao PC 6. Deste PC, os atletas seguiram de bicicleta morro acima pelos 8 km iniciais da Estrada Imperial, passando pelo centenário Bebedouro da Barreira, até chegar à Fazenda Rubião, onde dizem que a mata atlântica primária abriga algumas dezenas de onças pardas. “Mula-bike” para cima, mais “mula-bike” para baixo e finalmente a compensação: 500 m de desnível em estradinha de terra até atingir Muriqui.
No PC 7, as equipes Rapa Nui, Rio Offroad, Xavante Wollner e Oriente mantinham a liderança, horas à frente das demais equipes. Nessa altura da competição, a dureza do percurso, com forte exigência técnica, já mostrava aos líderes que seria necessário muito mais do que condicionamento físico para faturar os primeiros lugares. As equipes seguiram a pé em direção à seqüência de rapéis em cachoeira nas encostas da Serra de Muriqui, certamente um dos lugares mais fantásticos para a prática dessa atividade no Rio de Janeiro. Além dos 80 m de altura, o segundo rapel reservava uma surpresa para aquela madrugada fria: uma piscina de água gelada com 2 m de profundidade em um dos degraus da cachoeira. Por motivos de segurança e a fim de evitar danos às bromélias que margeavam a cascata, essa etapa foi cancelada para as equipes que se seguiram. Após o rapel, os atletas enfrentaram um pequeno trecho de canyoning, onde a atleta Érica de Miranda não resistiu à febre que a acompanhava desde o início da prova, tirando a equipe Xavante Wollner da disputa.
Cerca de 15 minutos à frente do segundo colocado, o pessoal da Rio Offroad deixou o PC 12 de bicicleta em direção à praia de Itacuruçá. No caminho, mais problemas de navegação, alternância de liderança e desclassificação de equipes que utilizaram trechos da Rodovia Rio-Santos não permitidos. Para os 7 km de bike and run que seguiam, as equipes deviam escolher entre amarrar uma ou duas bicicletas nas bóias (câmaras de caminhão) cedidas pela organização a fim de atravessar a nado os 300 m do canal que separam o continente da praia das Flexeiras na Ilha de Itacuruçá. Na Ilha, a navegação e a escolha dos melhores caminhos fez a diferença. Um erro de navegação tirou a equipe Oriente do páreo, enquanto as equipes Rio Offroad e Rapa Nui seguiram lado a lado, chegando ao PC 17 com poucos segundos de diferença. A escolha de um caminho mais curto pelo pessoal da Rapa Nui levou-os mais rápido de volta à praia das Flexeiras, abrindo quase meia-hora de vantagem em relação aos seus adversários. A partir dali, a equipe, composta por Flávio Schimtz, Andréia Saad e pelo campeão mundial de pentatlo militar Santos Filho, só teve que retornar a nado para a praia do Bonzinho no continente e comemorar a sofrida vitória, após 19h e 20 min. de prova.
Em 2o lugar ficou o pessoal da Rio Offroad: Guilherme Figueiredo, Armando Pires e a triatleta veterana Miriam Xavier. As equipes On the Rocks e Extremus ficaram com o 1o lugar na categoria Aventura. Destaque também para as equipes da Estação do Corpo: All Track, Yes, No e Habeas (as duas últimas incompletas), que mesmo se deslocando em conjunto conquistaram o 3o, 4o, 6o e 7o lugares na categoria Expedição, respectivamente.
A 3ª etapa contou com o apoio de: Rudy Project, Teva, Exceed, On the Rocks, Saveiros Tour, PMC Serviços Naúticos, All Track, Deuter, Rio Radical, Hotel Pierre, Canoe, Pousada Lerapê, Pousada Leporage e Prefeitura de Mangaratiba.
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