Montar uma prova para sediar o AR World Championship, o mundial de corrida de aventura, não é fácil. A pressão é muito grande pois além do grande trabalho de fazer uma prova de expedição acontecer, estarão presentes as melhores equipes do mundo - que são um dos principais formadores de opinião – e toda a mídia e comunidade do esporte estarão atentos aos mínimos detalhes.
Mas deve existir alguma coisa que atrapalha a vida dos organizadores após sediar o ARWC, seja pessoal ou profissional. Os motivos podem ser diversos como não conseguir novos patrocinadores para outros eventos ou até mesmo achar que ao sediar o mundial, atingiu o seu auge profissional como organizador de corridas de aventura, mas deve ter uma maldição que ronda o evento.
Se fosse para deixar mais pessoal poderíamos chamar de Maldição do Geoff Hunt. Por onde ele passa, deixa em dificuldades as principais corridas de expedição do país.
O Raid The North Extreme era uma prova tradicional, realizada anualmente no Canadá desde 1999. Depois que sediou o ARWC 2004, a prova deixou de acontecer por um longo tempo. Sua edição seguinte foi em 2007 e depois novamente entrou em pausa. No começo do ano foi enviado um comunicado que aconteceria uma nova edição em junho de 2010, mas a prova foi adiada para 2011.
Até Geoff Hunt sofreu de sua maldição. Depois de sediar o mundial em 2005, o Southern Traverse, que era realizado anualmente desde 1991, passou a ser uma prova de 24 horas e atualmente não tem regularidade para acontecer.
Em 2006 o mundial seguiu para a Europa e foi sediada pela Explore Sweden, na Suécia. A corrida pode ser considerada a segunda melhor nos Top 10 sobreviventes da Maldição, pois ficou em pausa por apenas um ano e voltou em 2008.
As montanhas da Escócia e o lendário Lago Ness receberam as melhores equipes do mundo em 2007. A Grã-Bretanha ficou sem etapas do AR World Series até este ano, que contará com a participação da Adidas Terrex. Mas são novos organizadores, sem qualquer relação com aqueles que fizeram o mundial.
Em 2008 tivemos a oportunidade de receber o ARWC aqui no Brasil e o Ecomotion está no topo da lista dos sobreviventes, pois não teve pausas e o evento continua acontecendo todos os anos até então.
De volta à Europa, o Estoril Portugal XPD Race apostou em um formato diferente e levou os melhores corredores de aventura para conhecer as terras portuguesas. De acordo com o calendário publicado no site do ARWS, a prova não acontecerá este ano.
É claro que isso tudo é uma série de coincidências que inclui a diminuição dos participantes nas corridas de aventura em todos os lugares e mais recentemente, a crise econômica mundial. Ter sua prova no circuito mundial e sediar o ARWC é o desejo de todos os organizadores do mundo e exige muita dedicação e trabalho.
Esses dados também mostram que, comparado com outros países, o esporte está bem estruturado no Brasil, pois pudemos ter uma prova de expedição com a maioria dos participantes daqui mesmo, sem depender muito dos estrangeiros.
Mas se você é superticioso, melhor pensar duas vezes antes de chamar o Geoff Hunt para conhecer sua prova.
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