Na pesada subida da trilha que leva ao topo do Canyon do Espraiado, Gustavo Fonseca da equipe Moleques do Sul (Floripa) sua a camisa, protesta do calor e apressa o grupo: "vamos dar um gás agora, os caras estão perto", referindo-se à segunda colocada Narrobada, que enfileirada ganhava a encosta em ritmo acelerado...
Atletas caminham nas encostas do impressionante Canyon do Espraiado, com peraus de 700 metros de altura foto: Baró/aventura.info |
Largada sob neblina - A largada foi dada às 9h, sob uma neblina que cobriu boa parte da manhã o primeiro trecho da corrida, o mountain-bike entre as fazendas de hortaliças e gado da região. Muita lama e poças gigantes de água faziam das estradinhas rurais um labirinto cheio de obstáculos para os competidores, que se viam obrigados a carregar as bikes nos ombros e botar o pé na jaca. A neblina foi cedendo e o sol começou a esquentar a terra úmida dos campos de hortaliças. Os aventureiros começavam a descobrir no pedal as bucólicas paisagens rurais de Urubici. De PC em PC (postos de controle), onde as equipes tem registrar sua passagem, a prova corria solta rumo à região dos canyons. Aqui vale ressaltar o trecho da Serra do Corvo Branco, onde um corte enorme em “V” foi feito na rocha para a construção da estrada de asfalto
A experiente equipe dos Moleques do Sul/Sul Brasilis chegou em primeiro para a primeira área de transição da prova, onde largavam as bikes e seguiam para o trekking (a pé) por 21 Km do Canyon do Espraiado. A subida começava numa trilha que começa no pitoresco Refúgio das Montanhas, junto ao rio Canoas, e culminava nos 1450 metros de altitude na encosta do Mirante. O desnível a vencer neste uphill foi de 400 metros.
O pega no Canyon do Espraiado - E foi lá no alto que a mesa virou. Os líderes Moleques do Sul passaram direto da saída do canyon, perdendo tempo e duas posições, Narrobada e Gralha Azul, respectivamente, ambas de Floripa. Eis o desafio da orientação, interpretando mapas e com a bússola na mão, o navegador deve orientar a equipe pela trilha certa. “Não achamos a saída do Espraiado e nos perdemos no mato tentando encurtar o caminho”, revela o capitão Anderson Roos, que ainda correu a prova inteira a meia máquina, sofrendo com indisposição alimentar e cãibras na perna.
A descida pela sinuosa estrada em direção ao vale do rio Canoas foi aos tropeços pela irregular estrada de pedra, muitas pedras e curvas fechadas, beirando precipícios. Felizmente, não estavam de bike. Continuaram seguindo o curso do rio Canoas, bem no trecho que vivem as cobiçadas trutas, até o ponto onde deixaram as magrelas. Em seguida, pedalaram por mais 30 Km em direção à chegada do primeiro dia, mesmo ponto da largada, no posto Rodoserra no centro da cidade. A maioria chegou à noite. A líder então Narrobada manteve-se à frente e a Moleques do Sul recuperou uma posição, deixando a Gralha Azul em terceiro.
Domingo no Avencal - O mesmo dia radiante do sábado foi anunciado pela noite estrelada durante o jantar na churrascaria do Tio Zolo. A cidade amanheceu , como de praxe, sob a intensa neblina, dando um toque especial ao bike ‘n run da largada. Os quartetos se dividiam: dois na bike e dois correndo, lado-a-lado respeitando a regra básica de uma corrida de aventura, os integrantes de uma equipe não devem separar-se por mais de 100 metros. Ao atravessar a cidade, o batalhão de atletas corria rumo à cachoeira do Avencal, de 100 metros e altura. O rapel rolou em parede seca, em duas vias, em frente ao visual da água despencando no abismo. As equipes chegavam à base da cachoeira e apenas dois integrantes seriam escalados para o rapel. Este subiam por uma trilha ao lado, uma pirambeira no meio da floresta que rodeia o Avencal, até o topo da cachoeira. O sol forte formava com a cortina d’água um arco-íris de fundo para os fotógrafos que registravam os primeiros degraus do rapel.
Muitos atletas da equipe iniciante ficaram apreensivos em confiar o peso à corda e aventurar-se no interminável paredão. Com um percurso mais curto que o dia anterior, o Domingo contou apenas com 16 km de bike’n run, 1,5 km e meio de trekking e 100 metros de rapel.
Primeiras posições definidas nos minutos! - A volta até a chegada foi dividida novamente entre as bikes e a corrida a pé. Narrobada repetiu a dose finalizando em primeiro, sagrando-se a grande campeã, com o tempo final de 10h46, desta EXPEDIÇÃO PAZ NA TERRA URUBICI ZERO GRAU, válida pela 5a etapa do Circuito Catarinense Naturesporte de Corridas de Aventura. Na contagem final dos tempos, descontando penalizações, a equipe Gralha Azul ficou em segundo lugar (11h24) seguidos de perto pela Moleques do Sul/Sul Brasilis (11h31), as três de Florianópolis. Os gaúchos de Novo Hamburgo do grupo Servajão, chegaram em quarto, completando o percurso de 106 km da categoria principal em 12h43.
Na categoria iniciante, com o percurso de 70 Km, a vencedora foi a equipe MASTER (Floripa) com o tempo de 8h9, superando em apenas 20 minutos a equipe campeã da etapa passada, Ratos de Trilha (Canela/RS). Em terceiro, a equipe local Passos da Natureza foi a grande surpresa completando em 9h10, bem que eles conheciam de cor a maioria das trilhas.
Em novembro tem mais, a EXPEDIÇÃO PAZ NA TERRA está preparando uma especial corrida em algum ponto do belo litoral de Santa Catarina.
Mais informações: www.paznaterra.com.br
Classificação final
Categoria Expedição
Narrobada Aventura
Gralha Azul
Moleques do Sul/Sulbrasilis
Servajão Adventure Team
Pyxis Camelback
Malacara/Mad River
Familia Extrema
Categoria Iniciante
Master
Ratos de trilha
Passos da Natureza
Clemar Adventure
Estação Vital
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