Equipe Moleques do Sul/Sul Brasilis relata a participação em duas corridas no sul do país

Por Wladimir Togumi - 04 Ago 2003 - 17h01

A equipe Moleques do Sul / Sul Brasilis emplacou 2 pódiuns nestas duas últimas provas que participou, demonstrando sua regularidade e sequência de bons resultados: um 3o (Paz na Terra) e um 2o lugar (Extremaventura). Em ambas as provas, a equipe não conseguiu superar seus adversários por pouquíssimos minutos, comprovando que qualquer minuto perdido na prova pode influenciar no resultado final.


Largada do Paz na Terra - Urubici Zero Grau
foto: divulgação/Equipe Moleques do Sul/Sul Brasilis


Visual da Serra Catarinense
foto: divulgação/Equipe Moleques do Sul/Sul Brasilis


Corrente quebrada atrasou a equipe na corrida
foto: divulgação/Equipe Moleques do Sul/Sul Brasilis


Equipe correu com 2 mulheres na equipe
foto: divulgação/Equipe Moleques do Sul/SulBrasilis

Na Paz na Terra, a equipe contou com o diferencial de correr com 2 mulheres na equipe (Lisiane Geisler e Amélia Somensi), além de Gustavo Fonseca e eu. Na Extremaventura, Pedro Volkmer substitiu a "Mel". Talvez tenha sido uma das provas com menor diferença entre o primeiro e segundo colocado até hoje em Corridas de Aventura: 3 minutos!!! Isso mesmo, apenas 3 minutos. O que significava uma distância menor do que 100 metros no caiaque. Confira nos releases.

Paz na Terra - Urubici Zero Grau (SC)
Bem diferente ao título dado à prova, a temperatura na Serra Catarinense durante este fim de semana passou dos 20 graus. Sorte nossa, que pudemos correr com um clima bastante agradável.

Primeiro Dia - Esta prova teve um andamento um pouco fora do convencional: foi dividida em 2 dias, contabilizando-se a soma de tempo ao final do segundo dia. No primeiro dia tivemos uns 40 km de bike, 22 de trekking e mais 27 de bike. No segundo dia, 8 de bike & run, 1,5 de trekking, 100 metros de rapel e mais 8 de bike & run. Outro ponto interessante foi que praticamente todos os PC´s foram dados durante a prova, exigindo o raciocínio rápido dos navegadores e dificultando a escolha do melhor trajeto.

A largada foi dada debaixo de muita neblina, o que fez com que várias equipes (inclusive nós) passassem "lotado" da primeira bifurcação. De certa forma foi bom, pois as equipes já se espalharam um pouco. Uma queda fantástica de um integrante da equipe Servajão / RS (até agora não entendemos como?!) que quase fez um strike no pelotão não pode deixar de ser citada!!!

Após alguns quilometros passando por estradas secundárias, chegamos no PC4 em primeiros. Na subida do mirante da Serra do Corvo Branco (um dos lugares mais belos de SC) (PC6), quebrou a corrente do Gustavo, e como não tínhamos chave, resolvemos ir empurrando-correndo até o PC7, que estava uns 3 km na frente.

No PC7, também AT para o Trekking, encontramos uma equipe iniciante (que vinha por outro trajeto) que por nossa sorte nos emprestou o extrator de corrente. Como de costume nas provas da Paz na Terra, existe algumas AT´s com parada obrigatória, neste caso de 10 minutos (que não foi o suficiente para conseguirmos arrumar a corrente, de tão dura que estava para soltar).

Resolvemos partir para o Trekking e arrumar na volta, pois teríamos mais 5 minutos de parada obrigatória também na volta. Quando saímos, chegou a 2a colocada "Narrobada", forte equipe de ciclistas de Floripa. Isto nos apontava 10 minutos de vantagem.

Corremos... até onde o Trekking começou a ficar pesado e subir muito. Foram 400 metros de desnível para chegarmos no alucinante PC7: no alto do platô da serra, na beira do abismo (de quase 1.000 metros) que apontava o litoral. Daí, a caminhada passou a ser por campos de altitude sem trilhas definidas, porém de navegação não muito difícil em função de ir contornando o cânion.

Nestas alturas, eu (navegador da equipe) já estava me sentindo mal, com muitas caimbras e dor no estômago. Isto fez com que me desconcentrasse e saisse da rota, resultando perda de 20-30 minutos e 2 posições (Narrobada e Gralha Azul) para nossa equipe.

No PC9, quando a equipe descobriu a perda das posições, resolveu buscar novamente sua posição inicial. Lutando contra dores e muitas caimbras, corremos muito e nos 8 kms finais de Trekking, conseguimos tirar 16 minutos em cima dos novos líderes, e ficando na 2a posição. Agora eram apenas 4 minutos de diferença.

Nos 28 finais de bike (praticamente pelo mesmo caminho inicial e sem navegação nenhuma) enquanto passava muito mal (tendo caimbras até no abdomen e tríceps-braço, chegando a ser rebocado pelo Gustavo), a equipe Narrobada não vacilou e ampliou sua vantagem para 23 minutos neste primeiro dia. A equipe Gralha Azul ficou em 3o com 13 minutos atrás.

Segundo Dia - O segundo dia de prova foi bastante explosivo, visto que a distância a ser percorrida totalizava apenas 17 km. O ponto alto era o rapel, ao lado da bonita cachoeira do Avencal, com seus imponentes 100 metros de altura. Neste PC, as equipes tinham seus tempos parados enquanto aguardavam sua vez para descer. Eu, apesar de um pouco melhor, ainda não estava bem. Isto nos atrasou na íngreme subida para o rapel, e na hora da premiação a surpresa: na contabilização geral dos tempos, tínhamos perdido a 2a posição por 7 minutos para a "Gralha Azul".

Apesar da surpresa não ter sido muito boa, ficamos contentes de ter participado da etapa e ter tido a experiência de correr com 2 mulheres na equipe.

Mais notícias e fotos: www.paznaterra.com.br


Extremaventura Paranaguá / PR
Para a 3a etapa etapa do Circuito Catarinense de Corridas de Aventura, nossa equipe correria com o Gustavo, Lisi, Mel e Pedro, e eu ficaria descansando e recuperando das "sequelas" e gripe. Porém, as 6 bolhas que a Mel adquiriu na Paz na Terra em função de seu novo Timberland, fizeram com que fosse acionado novamente às 5 da tarde de sexta-feira, véspera da prova.

A prova realizou-se em Paranaguá, cidade portuária do Paraná, em comemoração ao aniversário da cidade. Antes da largada, na hora de receber os mapas, já a primeira surpresa: uma das cartas que seria de 1:25.000, recentemente atualizada pela organização, foi substituída de última hora por uma de 1:50.000, em função de problemas com a gráfica. Problemas estes que persistiram na impressão borrada e de não muito boa qualidade dos novos mapas, onde algumas trilhas e curvas de nível estavam apagadas. Porém, gentilmente um membro da organização redesenhou o trajeto de uma trilha entre o PC6 e 7 pra gente, já que aparentemente não existiam caminhos entre os dois pontos...

A largada da prova se deu na praia do rio Itiberê, Paranaguá, às 8:15 da manhã. Seriam em torno de 20 km de caiaque até a localidade de Alexandra, passando antes por Eufrasina (lado norte da baía de Paranaguá), onde tínhamos um trecho de 300 metros de natação (2 da equipe nadavam e 2 seguiam de caiaque). Nossa estratégia neste primeiro trecho foi bastante ousada, pois resolvemos fazer uma portage de uns 3-4 km, para talvez economizar uns 2 de caiaque.

Na largada fomos tranquilos, deixando todas as equipes entrarem na água, para daí sim, pegar os caiaques e sair correndo pelas ruas do centro de Paranaguá!!! Quem assistiu a cena não entendeu nada: nem organizadores, nem transeuntes!!! Um detalhe que quase levou nossa "tática" por água abaixo foi que planejamos entrar no mar / baia pelo porto, e lá chegando, fomos barrados!!! Isso mesmo, não nos deixaram entrar com os caiaques onde queríamos!!! Será que era simplesmente por causa dos gigantescos navios que por lá circulavam?! Tivemos que dar uma volta extra perdendo alguns preciosos minutos....

Iniciamos a remada sem ter noção de nossa posição. Haviam 2 possibilidades: ou tínhamos uma excelente vantagem ou estaríamos em último?! No meio da baía, de repente, em meio a uma certa neblina, avistámos muito ao longe, vários pequenos pontos no mar. Será que eram caiaques? Eram!!! E vários!!! Nossas direções eram meio diagonais, porém, para o mesmo destino. A impressão que tínhamos era de pequena vantagem nossa. Na dúvida, aceleramos mais nossas remadas.

Aos poucos, convergindo para o mesmo ponto, percebemos que estávamos muito próximos. Ficamos curiosos de ver a cara das outras equipes quando descobriram que não estavam sozinhos!!! Foi engraçado: ao mesmo tempo ríamos e remávamos!!! Eu e o Gustavo chegamos primeiro no PC, porém tivemos que esperar a Lisi e o Pedro para podermos iniciar o "braço" de natação. Neste meio tempo, chegaram outras equipes. A diferença deve ter dado uns 2 minutos!!! Mas tudo bem, pelo menos não tínhamos errado nossa estratégia e ficado para trás.

A diferença começou depois: com os braços mais descansados, abrimos uns 500 metros nos 10 km restantes para Alexandra. Na AT1, para Trekking, fomos rápidos e saímos antes que a 2a colocada chegasse. Este trecho de trekking, foi praticamente todo por estradões. Pouco antes do PC5, demos um leve vacilo de navegação (com a ajuda do mapa borrado e de alguns moradores, que nos indicaram o caminho errado), e perdemos uns 15 minutos e uma posição.

Chegando no PC5, estávamos a uns 2 minutos atrás da equipe Moicanos / PR, e logo os alcançamos e tomamos a dianteira, com eles bem na cola. Entre o PC6 e PC7, optamos por seguir uma trilha que um membro da organização desenhou em nosso mapa (já que a impressão do mapa estava dificultando a escolha do melhor caminho). A Moicanos optou por seguir por outro caminho.

Ia tudo bem, até entrar num bananal e a trilha ficar muito pouco batida. Decidimos seguir por ela, e mesmo percebendo que o azimute não estava dos melhores (íamos muito pro oeste, enquanto a direção ideal seria mais noroeste), resolvemos seguir por ela até o encontro de uma outra estrada, que nos levou ao PC7.

Chegamos em segundo!!! E 20 (!!!) minutos atrás dos "Moicanos". Não desanimamos e resolvemos acelerar mais o passo pra recuperar a liderança. E fomos diminuindo PC a PC... No PC8, AT para 10 km de bike, eram 15 minutos. No 9, AT para trekking novamente, eram 9 minutos. E continuamos correndo...

Após uns 6 km de Trekking, PC10 e último da prova, AT para caiaque, chegamos 5 minutos atrás. Entramos na água e os avistamos. Agora era tudo ou nada. Nos restavam uns 6 km de caiaque num labirinto de rio. Adotamos a estratégia de seguí-los e passá-los no braço!!! Eu e o Gustavo colamos neles (10 metros), esperando o bote final. Porém nosso outro caiaque com o Pedro e a Lisi, não estava conseguindo tirar a diferença.

Diminuímos e perguntamos se estava tudo bem, incentivando nossos parceiros de equipe. Mais alguns minutos de remada, alcançamo-los novamente, enquanto nossa outra "metade", continuava na mesma distância que entramos na água. Vendo que estávamos próximos do fim e não estávamos conseguindo êxito na ultrapassagem / sprint final, resolvemos esperá-los novamente e rebocá-los.

Agora faltavam uns 2 km e tínhamos a desvantagem de uns 300 metros. Remamos muito e aos poucos íamos tirando distância. Mas precisávamos mais!!! Vendo a linha de chegada e quase perdendo as esperanças, resolvemos sair para a praia, e correr com os caiaques na cabeça. Era a última chance!!!

Porém, as pernas e areia mole não ajudaram... e eles ainda fizeram a mesma coisa....Chegamos 3 minutos atrás, a menos de 100 metros de distância. Acho que foi a corrida de aventura com menor diferença entre primeiro e segundo lugares até hoje. Depois de tanto esforço e após ter liderado boa parte da corrida, foi um segundo atravessado, com gosto de derrota...

Mas tudo bem, parabenizamos nossos adversários Moicanos e reconhecemos que eles fizeram uma prova melhor e com menos erros, merecendo o lugar mais alto do pódium.

Uns 30 minutos mais tarde, chegaram duas equipes empatadas. As 2 Paranaventura.

Mais informações: www.extremaventura.com.br

Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
04 Ago 2003 - 17h01 | General |
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