Equipe Pirambas relata a vitória na 4a etapa do circuito Azimute

Por Wladimir Togumi - 30 Set 2002 - 23h16

Alexandre Carrijo, integrante da equipe, relata a vitória da equipe.

A 4ª e última etapa do circuito Azimute trazia para nós, Pirambas, uma expectativa muito grande. Por motivo de contusão de nossa companheira Larissa Lima não havíamos disputado as duas etapas iniciais. No nosso retorno, na 3ª etapa, obtivemos o 3º lugar e isso foi muito motivante para a equipe. Nos preparamos para a 4ª etapa com o objetivo de melhorar nossa colocação.

A corrida teria 45 km divididos entre trekking, mtb e hiking. A largada foi dada às 14:30 e havia a possibilidade de só se concluir o percurso noite adentro. Nosso objetivo era caprichar na orientação, socar a bucha o tempo todo e chegar antes do entardecer.

Saímos de uma pousada perto de Pirinópolis pedalando. A maioria das equipes percorreu um caminho mais longo porém conhecido. O destino era o Morro dos 3 Picos na Serra dos Pirineus. Nós optamos pelo caminho mais curto e desconhecido confiando em nossa orientação. A tática deu certo, apesar de um erro na navegação que nos fez chegar no primeiro PC/AT na 3ª posição dentre as 25 equipes participantes.
Para o 2º PC , já no trekking/hiking, mais uma vez optamos por seguir o azimute, mesmo tendo um vara mato pelo caminho. A equipe Quati, que vinha junto conosco desde o início, tomou o mesmo caminho. Seguimos direto para o Morro do Cabeludo sem maiores problemas.


Equipe Pirambas durante a corrida. Da esq. para direita:

- Alexandre Carrijo, 28 anos, administrador, fotógrafo
- Larissa Lima
, 28 anos, nutricionista
- Claudio Carraca
, 29 anos, mountain biker (downhill)
- Luis Gustavo Campos
, 37 anos, prof. Educação Física, capitão

foto: Equipe Pirambas/divulgação

Consideramos que a plotagem - feita pela organização - indicava o PC em uma curva de nível a menos de onde realmente ele se encontrava . Isso nos fez perder muito tempo e nós vimos várias equipes já se dirigindo ao próximo posto de controle. Nesse momento devíamos estar entre os últimos colocados.
Como essa é um prova curta e rápida, sentimos que nossas chances de vitória tinham acabado. Houve um desânimo forte! Contudo, encontramos o posto e resolvemos fazer o melhor possível. Corremos feito loucos, mais uma vez rasgando mato e azimutando, encontramos o próximo PC virtual no alto de um dos 3 picos e seguimos para a transição.

Surpresa total! Havíamos recuperado várias posições e só havia duas equipes mistas à nossa frente, além da Caliandra (equipe não-mista nessa etapa). A equipe líder estava a menos de 10 minutos de diferença. Pegamos as bikes e mandamos forte no pedal. Rapidamente pegamos a Pequi Nativo. Aumentamos o ritmo até visualizar a Speed Greens, que liderava. No meio de um downhill os alcançamos. Na empolgação da ultrapassagem, cometemos outro erro de navegação e eles passaram à frente, sumindo de vista.

O tempo havia virado e a chuva era iminente. Aproximava-se também o final do dia. Retomamos a direção correta mais uma vez tendo de recuperar tempo perdido. O trecho era de subidas e descidas intercaladas. A dificuldade aumentou bastante pois a chuva caiu forte. Era difícil enxergar. Isso sem falar da lama, que deixou as descidas muito perigosas. Conseguimos manter uma boa velocidade mesmo tendo o cuidado de evitar quedas. Quase já noite avistamos a equipe líder.

Agora o show era a chuva de relâmpagos. Belíssima e assustadora. Estávamos no alto de uma serra quase a ponto de iniciar a descida que levava até a cidade. Vez por outra podíamos ver tudo ao redor pelo clarão dos raios. O mais forte deles aconteceu bem no momento que assumíamos definitivamente a liderança da prova. O chão tremeu!

Passamos pelo último PC em primeiro e acendemos nossas lanternas. Já era noite. Nosso objetivo de chegar ainda de dia não seria atingido, mas estávamos na frente. Havia um silêncio nervoso entre nós. Víamos claramente a nossa primeira vitória se aproximar, mas não falávamos sobre isso. Ninguém queria dar chance ao azar.

Daí para frente não erramos mais a navegação. Havíamos aberto vantagem sobre a 2ª colocada. Só uma bike quebrada podia nos impedir de ganhar. Era só tomar cuidado nas muitas descidas técnicas. Mesmo assim houve um tombo duplo e uma pequena tensão se instalou. "E aí, tudo bem?" "Ok!".

Superadas as dores do capitão, rumamos para a chegada na praça do coreto. Deu tudo certo e finalmente vencemos. Foi nossa primeira vitória em corridas de aventura. Essa corrida, moçada, não dá para esquecer!!! Nossa motivação foi lá para cima e esperamos em breve estar competindo no circuito nacional ao lado das feras. Brasília tem Oskalungas e muito mais. Até logo!!!

Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
30 Set 2002 - 23h16 | CentroOeste |
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