A equipe Quasar Lontra, formada para esta prova por Rafael Campos, Marina Verdini, Victor Lopes e Silvia Guimarães, embarcam neste domingo para Lake Tahoe, nos Estados Unidos, para participar do Subaru Primal Quest. A corrida está sendo considerada a mais importante do calendário 2003 devido à não realização do Eco-Challenge e ao prêmio de US$ 250.000,00.
Na entrevista abaixo, Rafael Campos, capitão e navegador da equipe, fala um pouco das condições que vão encontrar no local, das dificuldades e dos favoritos a vencer a corrida.
Vocês fizeram algum treinamento específico devido às
condições de temperatura e altitude que
vão encontrar na corrida?
Para essa prova a altitude vai ser uma certa
dificuldade.
Será uma média
de 2600m com alguns picos de até 3200m de altitude. A temperatura é muito
alta, chegando até 35, 40 graus. Não
treinamos e não temos como treinar. Nós estamos no inverno aqui
e não temos altitude e também não teremos tempo de se
aclimatar, vamos chegar apenas 4 dias antes da largada. Vamos sofrer um pouco
mas não tem o que fazer, é chegar lá e ralar. Mas como
somos de um país tropical, acostumados com o verão quente, acredito
que a gente não vá sofrer tanto.
A corrida será tão competitiva quanto o Eco-Challenge,
porém as equipes norte-americanas estarão correndo em casa. Já dá para
prever um resultado ou os locais não levam tanta vantagem assim?
A prova
será mais competitiva que o Eco-Challenge. Além das
equipes que foram para o Eco-Challenge no ano passado terão mais 4 ou
5 equipes muito fortes que não estavam presentes em Fiji e a gente acredita
que as equipes norte americanas vão ter uma certa vantagem por já treinarem
no local. Além das equipes norte americanas, soubemos que os
neozelandeses da Seagate e o finlandeses da Nokia estão treinando no
local há uma
semana. Estão se aclimatando, conhecendo o local, rastreando trilhas.
Sem dúvida
vão levar vantagens nisso. Uma das equipes favoritas a estar vencendo é a
Montrail, que é de lá, é uma equipe muito forte, estão
treinando faz 2 meses no local e tem boas condições de estar
levando a prova.
Com a experiência internacional adquirida em Fiji, vocês
acham que podem conseguir um resultado melhor?
A experiência adquirida em Fiji vai ajudar bastante, esperamos ter um
resultado bom também mas não sei se vamos conseguir um
resultado abaixo do 12o lugar. Isso pelo fato de terem mais equipes fortes
nessa prova e imagino que será uma prova mais física do que técnica.
A prova em Fiji foi bastante técnica e eu acredito que nessa parte a
gente leva vantagem agora uma prova onde a força física prevalece
eu acredito que os gringos podem levam um pouco mais de vantagem. Nosso objetivo é estar
chegando entre as 15 primeiras equipes, talvez as 20 primeiras. Se a gente
ficar abaixo das 15 primeiras acredito que já seja um grande
lucro.
A Shubi estará correndo com vocês pela primeira vez.
Vocês já treinaram juntos? Perceberam alguma diferença
em relação ao Fabrizio? O ritmo de vocês são bem
parecidos?
Como ela estava no exterior e voltou ao Brasil a cerca de duas
semanas nós
tivemos poucas oportunidades de treinar juntos. Hoje (26/08) foi a terceira
vez que treinamos juntos. Ela tem muita experiência, sabemos que ela
tem uma cabeça muito boa, mas não dá para comparar com
o Fabrizio. A força fisica do Fabrízio é muito grande,
e ele possui uma boa base. O que ele tem de treinamento ela tem de idade. Estaremos
perdendo
na
força
física mas na experiência de prova e de cabeça, até sofrendo,
a Shubi tem mais experiência que o Fabrizio. Uma coisa deve equilibrar
a outra.
Como foram os treinos de patins?
Os patins tem sido uma incógnita. Na prova a gente pode fazer o trecho
de patins, skate, a pé ou de patinete e estávamos na dúvida
se fazíamos de patins ou patinete, chegamos a dividir Marina e Shubi de patins,
eu e Vitão de patinete e ficamos variando. Hoje decidimos que vamos
todos de patinete. Nós vamos comprar um patinete lá nos Estados
Unidos, um patinete diferente, com uma roda de bicicleta na frente, e que dá mais
estabilidade, teremos mais segurança nele e acredito que a velocidade
também vai ser alta.
Antes disso eu estava receioso de que se usássemos um patins ou patinete vagabundo achava que a gente ia perder muito tempo. O que a gente pretendia ganhar na bike, no trekking ou qualquer outra modalidade a gente ia perder no patins e patinete. Comprando esse patinete, que vai ser um investimento caro, US$ 300,00 cada um, acredito que não vamos perder mais tempo, vamos estar brigando de igual para igual.
A logística e os custos para participar de uma corrida no
exterior são muito grandes. Vocês estão com patrocínio?
Os
custos para participar realmente são muito grandes, mas é uma
prova mais barate que o Eco-challenge. É um projeto de US$ 15.000,00
entre inscrição, passagem e hospedagem e infelizmente esse
ano não temos patrocínio para essa prova. A Mitsubishi é a
nossa patrocinadora no Brasil, tem patrocinado as provas nacionais, mas por
ser uma prova com custo maior nós não conseguimos um patrocinador.
Por que escolheram participar da Subaru Primal Quest?
Nossa intenção era correr o Eco-Challenge, como não aconteceu
a edição desse ano, o Primal Quest tá sendo comentado
entre as equipes do mundo como a prova mais difícil, isso pela premiação
de US$ 250.000,00, a maior premiação na história das corridas
de aventura e o nível das equipes participantes. Nós tinhamos
como opção participar desta prova ou de algumas outras provas
um pouco menores, com premiação menor, onde poderíamos
conseguir colocações melhores mas não estaríamos
competindo com os top do mundo. Decidimos então participar desta prova,
onde estará a elite mundial da corrida de aventura.
Alguma outra prova internacional neste ano?
Esse ano não. O correto seria fazer duas provas grandes por ano. O ideal seria
uma em cada semestre. Como no primeiro semestre não fizemos nenhuma,
essa vai ser a prova internacional. Dois fatores dificultam: tempo e dinheiro.
Acompanhem a corrida através do site www.subaruprimalquest.com
Copyright©2000-
Adventuremag - Informativo sobre corrida de aventura - Política de privacidade
Proibida a reprodução, modificação e distribuição, total ou parcial de qualquer conteúdo deste website