46 equipes participaram da II Corrida Canela Aventura

Por - 04 Set 2003 - 10h17

Nos dias 30 e 31 de agosto de 2003, Canela na Serra Gaúcha foi palco de mais uma edição do evento Canela Aventura. 46 equipes vindas de várias cidades do Rio Grande do Sul sendo, destas, 03 equipes de Santa Catarina, prestigiaram e vivenciaram momentos únicos e singulares no maior evento de aventura do estado.


Corrida teve a participação de 46 equipes
foto: Eduardo Macedo


Percurso teve 53km pela região da cidade de Canela
foto: Eduardo Macedo


Corrida teve R$ 3.000,00 em premiação
foto: Eduardo Macedo

Depois de 02 meses de trabalhos de levantamento de trilhas e atividades, buscando as características de cada trajeto e a modalidade ideal para se executar, a organização da prova fechou o percurso em 53 Km de extensão sendo necessárias várias passagens, caminhadas e pedaladas para "polir" os últimos detalhes da prova. 46 Equipes, 02 Categorias de participação, aproximadamente 200 competidores, 13 PC´s, 53 km de prova, 25 veículos de apoio, 26 fiscais de prova, 50 pessoas nas equipes de apoio à organização, 240 mudas de árvores plantadas nas margens do Rio Paranhana pelos próprios competidores e organizadores, 5 modalidades esportivas e/ou técnicas e R$ 3000,00 em dinheiro fizeram a realidade da II Corrida Canela Aventura.

Sábado, 30 de agosto de 2003.

Tudo isto começou a se tornar realidade quando, no amanhecer do dia 30 de agosto, viu-se uma camada de nuvens de chuva e frio chegando na Serra Gaúcha fazendo com que o clima de expectativa e dúvidas acompanhasse a chegada das equipes no Centro de Feiras da Cidade de Canela para a conferência dos equipamentos obrigatórios. Já na sexta-feira, 29 de agosto, era possível observar algumas equipes se movimentando pelas ruas de Canela com suas bikes em racks nos veículos de apoio. Às 9:00 hs da manhã, abaixo de um chuvisqueiro e temperatura próxima aos 8° graus, muitas equipes já aguardavam a abertura dos portões do Centro de Feiras para passarem pela checagem dos equipamentos.

Enquanto algumas equipes apresentavam seus equipamentos outras faziam fila para revisar e encher suas bóias e câmaras que era o único equipamento que ficaria sob a guarda da organização. Ao meio dia de Sábado a grande maioria das equipes já havia feito a conferência e já estavam liberadas. Devido às chuvas e frio que se instalava em Canela, as oficinas de orientação e técnicas verticais que seriam executadas na parte da tarde começaram somente por volta das 14:30 hs tendo assim, as equipes, mais tempo para o almoço e um breve descanso.

Rapidamente as oficinas foram sendo executadas dentro do Centro de Feiras de Canela e as equipes mais experientes preferiram aproveitar a tarde chuvosa para traçarem suas estratégias ou aguardarem o início da noite para o Brieffing e entrega dos mapas. Às 20:00 horas, no auditório do Klein Ville Hotéis em Canela, já era possível ver várias equipes aguardando o tão esperado momento de receberem os mapas e as coordenadas da II Corrida Canela Aventura. A Reunião Geral com as equipes começou com um clip de apresentação do evento mostrando imagens da I Corrida Canela Aventura onde foram destacadas situações de convívio das equipes com a prova com muita natureza, espírito de equipe, superação e adrenalina.

Após o apresentação do vídeo, Ricardo Marquart, mestre de cerimônias da II Corrida Canela Aventura deu início a reunião chamando à mesa os organizadores do evento para que apresentassem a prova à todas as equipes e expectadores. Eram esperadas para esta reunião, entre competidores e convidados, aproximadamente 350 pessoas sendo que este número foi rapidamente ultrapassado sendo necessária a pronta e competente agilidade da equipe do Klein Ville Hotéis de Canela para a instalação de mais cadeiras para as pessoas que se aproximavam da entrada do auditório do hotel que possui capacidade para 500 pessoas. Acredita-se que mais de 450 pessoas estiveram presentes na reunião geral com as equipes.

Ismael Viezze apresentou inicialmente o evento a todos, dando ênfase ao sucesso alcançado graças a participação de todos, mostrando que Canela, por natureza, é berço para o ecoturismo e aventuras. Após, Djeremi Lírio apresentou as características gerais da prova, salientando a necessidade de trabalho em equipe e muita força de vontade, revelando alguns trajetos da prova e as características de cada etapa. Passando a palavra a Evandro Schütz, este apresentou o regulamento da prova, definindo ações e normas para cada uma das etapas envolvidas e as responsabilidades concernentes a cada equipe, participante e organizadores. Ao mesmo tempo apresentou também a tarefa de Responsabilidade Ambiental obrigatória às equipes que era o plantio de mudas de árvores nativas (Erva-mate, Cerejeira, Bracatinga e Araucária) a serem plantadas nas margens do Rio Paranhana, destacando que, mais que obrigação das equipes, era um dever a todos aqueles que utilizam a natureza como instrumento de trabalho e de lazer.

Para concluir, Nestor Pivotto da Mad River Rafting, empresa responsável pelo apoio e resgate no trajeto de Bóia Cross, apresentou as normas para a etapa de água.
Rapidamente apresentadas as características gerais da prova, deu-se início a chamada das Equipes, entrega do colete de identificação das equipes, mapa e coordenadas, sendo o grande momento onde os competidores assumiram a sua posição como principal destaque do evento. Uma a uma, as equipes foram sendo chamadas e apresentados seus integrantes para o público presente, convidados e imprensa. Após as fotos e a chamada da última equipe iniciou-se o coquetel de boas vindas oferecido pelo Convention e Visitors Bureau - Região das Hortênsias e servido pelos profissionais do Klein Ville Hotéis.

Domingo, 31 de agosto de 2003.

Para aqueles que observavam o Sábado, frio e chuvoso, jamais imaginariam ver o Domingo amanhecer claro, com sol ainda tímido mas sem nuvens de chuva. O frio, suportável deixava ainda dúvidas somente para o trajeto de bóia-cross: Será que vai estar frio ? Será ?? Às 7:00 hs da manhã já era possível visualizar algumas equipes se concentrando na praça João Corrêa, em frente à Central de Aventuras de Canela para a largada às 8:00 hs. Um serviço de plastificação de mapas foi colocado à disposição das equipes a partir das 7:00 hs neste local.

Neste mesmo tempo avistava-se a organização do evento movimentando-se em inúmeros veículos em direção aos seus postos de trabalho. Em breve, competidores e organizadores estariam novamente se encontrando em algum ponto daquela região apresentada no mapa. Sob contagem regressiva, as equipes com o colete vermelho que as identificava através de um grande número no peito, se concentravam em frente a praça João Corrêa, na linha de largada esperando o deixa para pedalar o mais rápido possível em direção ao primeiro PC.

10, 9, 8 , 7, 6 ,5, 4 , 3, 2 , 1 . . . . largaram. . . sob uma buzina de ar, foi dada a largada a maior Corrida de Aventura do RS. 46 equipes buscavam sob a escolta da Polícia Rodoviária Estadual o melhor posicionamento e ganhar tempo tentando atingir logo nos primeiros minutos de prova o PC01 que era próximo e, com certeza, teria aglomeração de equipes passando por lá. Como o PC01 já era em estrada de terra, mas de fácil acesso as equipes chegaram emboladas causando inclusive um erro de navegação por parte da Equipe 52 Arraia da Categoria Turismo que seguiu a todos e acabou por fazer o trajeto mais longo e mais difícil sendo carinhosamente apelidada pelos fiscais dos PC`s da Categoria Competição de "Perdidos no Espaço"!

Já no PC02, era possível observar um pequeno distanciamento por parte das equipes mais técnicas uma vez que, este trajeto (PC01 ao PC02) era em uma estrada abandonada e que era utilizada há mais de 40 anos pelos madeireiros da região. Com o abandono da estrada, somente de moto, cavalo, bike ou a pé é possível cruzá-la. Com a chuva do dia anterior o que era terra virou um incrível lamaçal, dificultando a transposição para a maioria das equipes.

No PC03 ocorreu uma transição, deixando as bikes estacionadas e aos cuidados da organização, as equipes partiram para um curto trajeto de caminhada até atingirem a Barragem dos Bugres, de propriedade da CEEE, dentro do complexo de energia da Canastra e dentro da RPPN (Reserva Particular de Patrimônio Natural) Bugres-Canastra com 1032 hectares de área. Na parte superior da Barragem foi montado o Rapel que fez parte da tarefa de técnicas verticais sendo, obrigatória naquele local, a execução da atividade por 02 integrantes de cada equipe. Um rapel de 27 metros negativo foi facilmente e rapidamente executado pelas equipes sendo, este PC, fechado antes do meio dia de Domingo.

Após o rapel vinha a parte mais interessante e curiosa pois as equipes eram conduzidas, através das coordenadas, na direção dos dutos de água do complexo. Estes dutos têm aproximadamente 2,50 metros de diâmetro e conduzem a água represada na Barragem dos Bugres por uma extensão de quase 7 Km até a Usina Hidroelétrica de Canastra onde esta, após a geração de energia, libera suas águas no leito do Rio Paranhana, onde foi executado o trajeto de Bóia Cross. As equipes tiveram ainda a necessidade de encontrar, a partir do PC04 na Barragem dos Bugres, 03 PC´s Virtuais (05, 06 e 07) os quais deveriam anotar as informações que se encontravam no verso da Bandeira que identifica o PC.

Antes mesmo da primeira equipe atingir o PC06 (virtual) a organização visualizou a primeira ocorrência negativa da prova onde foi constatado o roubo da Bandeira do PC o qual foi imediatamente cancelado para evitar maiores problemas no deslocamento das equipes e na dinâmica da prova.
Com a necessidade de anotação das informações contidas nas bandeiras de PC, as equipes tinham a obrigação de apresentar estas informações à organização como forma de comprovarem a sua passagem por aquele PC.

No PC05, além das coordenadas era necessária a anotação da frase: "Você entrou pelo cano", e no PC 07 a frase era "siga até o PC08". Chegando no PC08 a surpresa ficou por conta do curto trajeto a ser enfrentado até o PC09. Menos de 750 metros separavam o PC08 do PC09. O que as equipes não imaginavam era que este 02 PC´s ficavam a mais de 320 metros de altura um do outro. Os dutos de água desciam ao lado de um antigo trilho de ferro por onde, na época da construção da Usina de Canastra a mais de 40 anos atrás, um pequeno Trollei descia as encostas dos morros para levar ferramentas e equipamentos para a construção da Usina. E este era o caminho a seguir: Montanha abaixo se segurando pelos mordentes e trilhos existentes. A visão era espetacular !

Do PC09, na Usina, até o PC10, poucos quilômetros separavam o mais temido trajeto da prova: O Bóia Cross. Atingindo a Barragem da Laranjeiras no Rio Paranhana era necessária, antes do Bóia Cross a execução da segunda parte de técnicas verticais onde os outros 02 integrantes da equipe deveriam executar o rapel. Este PC era também o PC 03 da Categoria Turismo que teve um trajeto menor sendo estas, as equipes a atingirem por primeiro o PC e iniciando o Bóia Cross antes que a primeira equipe da Categoria Competição atingisse o mesmo local vindos por outro trajeto.

No Rio Paranhana é que pode-se observar a maior quantidade de abandonos de integrantes de equipes e também de equipes inteiras. O frio da água (8° Graus) o avanço das horas e o cansaço físico e mental já abalava muitos dos competidores levando 05 competidores a terem princípio de Hipotermia e cãibras provocadas pelo choque térmico em virtude do resfriamento rápido do corpo.

Nesta região foram concentrados todos os esforços da organização para evitar maiores problemas sendo o resgate realizado de forma segura e rápida pela equipe médica que estava nas proximidades. A equipe de resgate de água (01 caiaque e 03 ducks - infláveis) faziam o controle técnico de todas as equipes. Antes das 17:00 hs todas as equipes ainda em competição já haviam realizado o trajeto nas águas do Rio Paranhana. Independente da agilidade e deslocamento das equipes, a organização já havia estipulado o horário de 17:00 hs para o corte e fechamento do PC10 para evitar maiores problemas como a navegação no rio ao entardecer.

As equipes, a medida que iam chegando ao PC11, localizado no Parque das Corredeiras em Canela, deveriam executar a tarefa obrigatória do Plantio de mudas de árvores nativas nas margens a proximidades do Rio Paranhana. Depois de muitas horas de prova, o Parque das Corredeiras acabou se transformando em um imenso campo de descanso e resgate de equipes que abandonavam a prova e consequentemente buscavam aquecimento e reposição de energias.

Mesmo aquelas equipes que ainda se mantinham inteiras na prova buscavam energias para enfrentar os últimos e talvez os mais longos momentos de prova. Através do esforço e pedaladas em cima de suas bikes, os competidores ainda tinham que enfrentar a dura subida pelas estradas das localidades de Chapadão e Amoreiras, tendo que subir aproximadamente 800 metros de desnível que separavam o Parque das Corredeiras do pórtico de chegada instalado na Praça João Corrêa no centro de Canela.

Os PC´s 12 e 13 ainda eram posições distantes das equipes que iniciavam a longa pedalada pelas encostas dos morros mas aos poucos com energia, garra, determinação e muito espírito de equipe as equipes foram, metro a metro, para a frente e para cima, vencendo os quase 18 km de trajeto que tinham de enfrentar até a chegada.
Depois de 6 horas e 47 minutos, chegava no centro de Canela a Equipe 03 - Serra Grande / Status, de Igrejinha e Sapiranga liderada por Charles Klein e que contava ainda com Augusto Petzinger, Cristiano Petzinger e Silvana Marin.

03 minutos atrás despontava a Equipe 38 - Narrobada, de Florianópolis, liderada por Alexandre Pawlusyk Neto com a participação de João Paulo Marcelino, Frederico de Freitas Taves e Denise Bacedo Vieira. Fechando as 5 primeiras colocadas estavam a Equipe 13 - Caverá Mormaii em 3º lugar, a Equipe 27 - Lagartixa em 4º lugar e a Equipe 24 - Kayakers em 5º lugar.

Recebidas com aplausos e muita emoção, 19 Equipes da Categoria Competição e 02 Equipes da Categoria Turismo conseguiram completar a prova com a mesma formação de largada sem nenhuma irregularidade registrada em todos os PC´s estipulados pela organização da prova.

Ao final, foram distribuídos R$ 3000,00 em dinheiro aos vencedores além de troféus, medalhas e bônus de desconto na inscrição para as equipes colocadas nas posições de 6ª a 10ª colocação na Categoria Competição e as 02 Equipes da Categoria Turismo.

Categoria Competição:

1º Lugar - Equipe Serra Grande / Status / RS - R$ 1000,00;
2º Lugar - Equipe Narrobada / SC - R$ 800,00;
3º Lugar - Equipe Caverá / Mormaii / RS - R$ 600,00;
4º Lugar - Equipe Lagartixa / RS - R$ 400,00;
5º Lugar - Equipe Kayakers / RS - R$ 200,00;
6º Lugar - Equipe Papa Terra / RS - 100% desconto inscrição próxima prova;
7º Lugar - Equipe Ximango Sagaz / RS - 80% desconto inscrição próxima prova;
8º Lugar - Equipe Coiotes da Serra / RS - 60% desconto inscrição próxima prova;
9º Lugar - Equipe Faccin Bicicletas / RS - 40% desconto inscrição próxima prova;
10º Lugar- Equipe Master / SC - 20% desconto inscrição próxima prova.

Categoria Turismo:

1º Lugar - Equipe Gaia 2 / RS - 100% desconto inscrição próxima prova;
2º Lugar - Equipe Canoe Team / RS - 80% desconto inscrição próxima prova.

Mais informações sobre a corrida: www.atitude.tur.br

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04 Set 2003 - 10h17 | sul |
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