Entrando num novo mundo: as corridas de aventura

Por Cristiane Zambolim - 14 Jun 2012 - 09h38

Há cerca de 4/5 meses fui apresentada por Danielle Nagaoka, da equipe Guanacos AKSA, a um novo mundo: corrida de aventura.

Tudo começou em uma segunda feira pela manhã, em um dos treinos da AKSA no Parque do Ibirapuera. Nesse dia fui apresentada ao treinador Daniel Franquim. De cara, ele me colocou para fazer uns testes que eram tiros - o que odeio e pensei que ia ser o meu fim! Aos poucos, o Dani foi me convencendo a participar das competicoes: 1ª etapa do Haka Race em Ribeirão Pires na categoria Sport, e em seguida a 2ª etapa do, também Haka Race, em Poços de Caldas só que desta fez na categoria Pro, 50km. Junto ao parceiro Antônio Park e com uma fissura na fibula após uma queda no inicio da bike, pegamos o 3º lugar.

Largada Copa Brasil de Corrida de Aventura

O treinador me propôs participar da Copa Brasil de Corrida de Aventura faltando 15 dias para a largada. Isso me pareceu impossível e ao mesmo tempo desafiador: como eu, que sempre treinava pré e pós plantões, com apenas 4 meses de treino, poderia fazer parte de um quarteto junto ao treinador e o Murilo, que são uns dos caras mais fortes que já conheci, e ainda mais a final de um campeonato brasileiro, num percurso de 150km com 30h estimada de prova?! Topei, apesar de não acreditar em mim, mas confiando no treinador...

Faltava agora o quarto integrante para completar o quarteto. Depois de muito chamar um aluno ou outro na assessoria, uns se recuperando do Ecomotion e outros com alguns compromissos, contamos com o Taka de última hora, que nos salvou faltando 2 dias para a largada. Ele foi muito guerreiro em aceitar o desafio, mesmo sem treinar, pois estava de apoio para equipe Guanacos no Ecomotion.

E seguimos em uma cansativa viagem de 13hs de carro para Vitória. Chegamos no dia anterior à largada, já no briefing, muito cansados da longa viagem e eu, como sempre, pós plantao! O frio na barriga aumentava cada vez mais: como iria correr cansada, com sono, sem sapatilha (não sei andar de bike com sapatilha) e ainda com chuva e lama?! Eis que surgiu o dia da largada: mochila, equipamentos todos preparados pelos companheiros: não sabia nem ligar - muito menos desligar - a head lamp, jamais fixar a lanterna na bike! Sorte que nessas horas tinha o Taka.

MTB Copa Brasil de Corrida de Aventura

E foi dada a largada: chuva, areia fofa, impossível manter os 14/15km/ h do treinador e do Murilo, mas como corrida era a minha modalidade favorita, fui! Fui até chegar na bike no PC03, que para minha surpresa chegamos em 3º. Na bike tinha muito morro, lama, chuva e com uma bike mais pesada e sem conseguir treinar muito, fiz tanta força que começou a me dar náusea e pensei em desistir. Mas, não podia por causa da equipe. Foi então que entendi que era ok dizer à eles que fossem um pouco mais devagar e que me ajudassem...

Após lavar as correntes em uma mina d'água e lubrificá- las com a ajuda dos companheiros, dali para frente tudo melhorou... As novas dificuldades que foram surgindo tornaram-se muito mais amenas, apesar da minha revolta em achar que tinha que ter água nos PC's e de que era obrigação da organização trocar nosso duck furado... Fui aprendendo que em uma corrida de aventura temos que nos virar com as dificuldades e que não adiantava reclamar (assim como na vida)!

Noite Copa Brasil de Corrida de Aventura

O pior foi a cara do PC 11 e do treinador quando perguntei onde seria o rafting! (risos). Para mim rafting e duck era tudo a mesma coisa. Passei por vários apuros e tive que enfrentar diversos medos: descobrir no meio do rapel que existia rapel negativo (ou seja, não ia morrer estando os meus pés fora da parede); o de nos perdermos por duas horas no alto de uma montanha na madrugada, tendo dificuldade até para encontrar o caminho de volta (onde caímos da quarta para a sexta colocação); o de comer e beber água que nunca comeria e beberia em minha vida; o medo de cobra, de aranha (tinham diversas delas no duck). Foi muito mais que uma competição, um esporte, um sexto lugar no brasileiro: foi uma experiência de vida...

Obrigada Daniel Franquim, Murilo Mattos, Taka, Dani Nagaoka e família AKSA: agora tenho não somente novos amigos, companheiros - tenho uma nova família, a qual conquistei em tão pouco tempo, gracas à ajuda de todos vocês! Com a corrida de aventura e vocês, a vida torna-se muito mais doce! Valeu e vamos ver se na proxima conseguirei estar de sapatilha e pelo menos desligar a head lamp sozinha!

Cristiane Zambolim
Aluna da AKSA Assessoria Esportiva

AKSA na Copa Brasil de Corrida de Aventura
Daniel Franquin, Cristiane Zambolim, Taka e Murilo Mattos

Cristiane Zambolim
Por Cristiane Zambolim
14 Jun 2012 - 09h38 | sudeste |
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