Com sentimentos opostos de admiração pelos europeus e tristeza por nós, me impressionei com a funcionalidade e modernidade de algumas cidades europeias que visitei.
Num tour de alguns dias pelo leste europeu, pude perceber aquilo que já está mais do que claro para nós, brasileiros... O quanto estamos atrasados no quesito mobilidade urbana. Antes que possa parecer repetitivo falar desse assunto, já me lanço na defensiva, pois quando se está lá, a indignação salta aos olhos, bem como a admiração aos nossos conterrâneos ancestrais do velho continente.
Jovens, adultos, idosos... De bermuda, saia, terno e gravata, estilo casual ou social, sozinhos ou acompanhados de bebês, cachorros. São bicicletas solitárias, de duplas, trios e até comunitárias – estas últimas, mais para brincadeiras de turistas, mas, enfim, vê-se de tudo, todo o tempo em qualquer lugar. Bicicleta é bem vinda nos trens, metrôs e, especialmente nas ruas.
Ciclista nas ruas de Berlim © Luiz Carlos Begliomini Jr
Em Berlim e Viena, cidades dentre as que visitei que mais impressionaram neste sentido, as ciclovias parecem ter sido planejadas juntamente com as ruas. Elas são parte da cidade, respeitam e são respeitadas. Há semáforos específicos para aqueles que cuidam do corpo e do meio ambiente. Dá gosto de ver como tudo funciona. Ao parar um pouco e me fixar naquele cenário, esquecendo os ruídos externos e lembrando que viajava pelas capitais imperiais da Europa, conseguia me imaginar num concerto de Mozart a céu aberto. Algo, literalmente, muito bem orquestrado.
Budapeste também impressionou positivamente e, pesquisando, descobri que ano a ano a capital húngara dobra número de ciclistas na região urbana. Isto, graças a muitos esforços da Câmara Municipal, para integrar a magrela ao resto do sistema de transportes da cidade.
Acabo de voltar. A boa impressão continua fresca na minha memória e, qual não foi a minha revolta ao ver a manchete no site Webventure: Bicicleta pode ficar mais cara em SP a partir de outubro. (www.webventure.com.br/bike/n/bicicleta-pode-ficar-mais-cara-em-sp-a-partir-de-outubro/31344).
Bicicletas estacionadas em frente ao metrô de Berlim © Luiz Carlos Begliomini Jr
Ainda que o aumento não se confirme, surgiu um sentimento de tristeza e inconformidade por estarmos, justamente, na contramão da Europa, ou seja, dificultando a aquisição deste meio de transporte barato e eficaz. De qualquer maneira, se você pensa em comprar uma bike... Esta é a hora! Corra! E, plagiando Salomão Schvartzman... Seja feliz!
Paloma Denaro
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