Era grande a expectativa das equipes em relação à temida TransPetar, o ponto alto da Chauás 300Km 2012. O trekking que deixou muitas equipes perdidas na EMA'99 estaria novamente numa corrida de aventura após 8 anos, colocando à prova as habilidades atuais dos navegadores. A corrida teve largada na manhã de sexta feira (7) no centro de Iporanga e muitos moradores estiveram presentes para ver os Poucos e Loucos partindo para mais uma aventura.
Após uma corrida a pé seguindo um carro-madrinha pela cidade, os competidores cruzaram a ponte sobre o rio Ribeira e pegaram seus barcos para os primeiros 20Km de prova. A fluxo ajudava na velocidade, mas as pedras e a pouca familiaridade com os canoas canadenses tornaram a vida de algumas equipes mais complicadas. Algumas tinham que parar para tirar a água acumulada, outras acabaram virando nas pequenas ondulações. Pedro Pinheiro e seu caiaque ocêanico dispararam na frente do pelotão, que misturava participantes da prova de 300Km e 100Km.
Trekking em direção à Casa de Pedra
Passada as primeiras dificuldades no rio, os atletas pedalaram até o Núcleo Casa de Pedra para começar o longo trekking passando pelo Núcleo Caboclos e terminando no Núcleo Santana. O primeiro trecho (Casa de Pedra - PC3 -> Caboclos - PC4) era o mais fácil, com os primeiros quilômetros sendo uma trilha turística passando próximo da famosa caverna Casa de Pedra e seu pórtico de entrada com mais de 200 metros de altura. Todos passaram ainda durante o dia, mas nem todos a viram, porque ao caminhar pela trilha os atletas tinham que se virar para enxergá-la. Apenas alguns sortudos acabaram ser virando ou foram alertados por outras pessoas.
Ao chegar no Caboclos os participantes da prova de 100Km retornavam pelo mesmo caminho e os atletas dos 300Km, ainda com luz do final da tarde, começavam sua jornada na TransPetar. A diferença entre os primeiros colocados era de poucos minutos e a união (ou não) entre eles durante a noite acabou definindo a classificação final.
Atletas solo, quartetos e duplas se uniram na navegação noturna e o trabalho em "equipes", os ajudou a cruzar a TransPetar em apenas 8 horas. Rodrigo Koke, Pedro Pinheiro, Field Power, Santa Ritta Adventure, Harpya e Curtlo Lobo Guará formaram um grupo que batia trilhas, controlava tempo e mantinha o azimute certo para superar as dificuldades do trekking. A estimativa da organização era que os primeiros colocados aparecessem no Núcleo Santana somente após 12 horas de caminhada.
Quem ficou para trás ou decidiu por outro caminho acabou saindo no minimo 2 horas depois. O quarteto Guanacos, que chegou a liderar entre os quartetos e estava andando no primeiro pelotão, terminou o trekking cerca de 5 horas atrás dos primeiros colocados, mas conseguiu se recuperar e conquistar o terceiro lugar no pódio.
Na disputa pela premiação em dinheiro no valor total de R$ 4.500,00, a Curtlo Lobo Guará tinha uma grande vantagem em relação os seus concorrentes e liderava com folga. As dificuldades seriam praticamente fisicas dali para frente, não havia trechos complicados em relação à navegação, mas um acidente acabou tirando a equipe da prova. No trecho de mountain biking até o início da segunda seção de canoagem, o atleta Igor Dias não conseguiu desviar de uma vaca no meio da estrada, a poucos quilômetros da transição. Apesar de não ter acontecido nada de mais grave, ele acabou precisando de pontos na boca e teve dois dentes quebrados.
Para finalizar a corrida, 50 quilômetros de canoagem até o município de Eldorado e quase 100 quilômetros de mountain biking até Iporanga. O forte calor durante o dia "esquentou o radiador" de muita gente, que aproveitaram o chão gelado e o ventilador de uma lanchone na Barra do Braço para se rehidratar e esfriar o corpo antes de seguir em frente.
E foi justamente neste trecho que a dupla Fran-Lucas colocou o psicológico dos atletas à prova. Quem achou que a TransPetar seria dificil não imaginou que no final da corrida teria que cruzar uma montanha por cerca 20 quilômetros, carregando ou empurrando as bicicletas. Para "ajudar", jipeiros estavam neste mesmo mesmo caminho destruindo o pouco que restava do caminho e criando valas imensas com seus carros.
A dupla Santa Ritta Adventure vinha liderando entre as duplas, mas foi ultrapassada pela Harpya próximo ao PC9, ponto onde começava o carrega-bike. Pedro Alex comentou que daquele ponto em diante não conseguiria aumentar sua vantagem, portanto a dupla decidiu aumentar o ritmo e ganhar a posição neste trecho anterior.
Se não tivesse uma boa vantagem sobre seu concorrente direto, Pedro Pinheiro também poderia ter perdido o primeiro lugar. O atleta alterna duas mochilas para agilizar suas transições e quando teve um pneu furado, percebeu que sua bomba tinha ficado com a equipe de apoio. Sem opção, ele esperou pela chegada da dupla Harpya, para pedir a bomba emprestada. Ambos cruzaram a linha de chegada juntos, às 20h00 de sábado (08), completando a Chauás 300Km em 34 horas.
Entre os quartetos, vitória da Competition Aroeira, com a Azimute/Makaíra em segundo lugar e Guanacos em terceiro dividindo a premiação em dinheiro.
Durante toda a madrugada as equipes foram chegando na pousada. Alguns tiveram o privilégio de serem recebidos por alguns participantes da prova de 100Km, devidamente descansados e de banho tomado.
Reconhecidamente como prova difícil, a Chauás desta vez saiu com a "imagem manchada", com atletas completando o trecho mais dificil em 4 horas a menos que o estimado. Por isso o organizador Lucas Gerônimo dizia que esta poderia ser a última Chauás 300Km, indicando que a prova pode ser tornar mais longa nos próximos anos.
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Chauás 300Km
Quarteto
1 – Competition Aroeira
2 – Azimute Makaíra
3 – Guanacos
Dupla Masculina
1 – Harpya
2 – Santa Ritta Adventure
3 – Field Power
Solo
1 – Pedro Pinheiro
2 – Rodrigo Koke
3 – Luiz Mazottini
Chauás 100Km
Dupla Masculina
1 – Nengai Pilates – Os Tiriricas II
2 – Kaska AKSA
3 – Nengai Pilates – Os Tiriricas I
Dupla Mista
1 – Adventeam
2 – Kaska AKSA
3 – Mais Aventura
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