O frio e a chuva durante toda a prova marcaram a segunda etapa do circuito Chauás de corridas de aventura, realizada nesse final de semana em Cananéia e Ilha Comprida, litoral sul de São Paulo. Tudo o que aconteceu nessa etapa lembrou duas provas: Juquiá 2000, pela condições climáticas e Mini EMA Tapiraí, pela quantidade de equipes desistentes.
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A partir do PC2 a navegação se tornava mais complicada. Nesse trecho muitas equipes ficaram perdidas, algumas até 6 horas, até conseguir encontrar a trilha certa em direção ao PC3, em Pedrinhas. "A gente estava em uma posição boa e nós vacilamos porque os cariocas entraram na nossa frente e a gente caiu na besteira de segui-los. Eles estavam com azimute errado e a gente entrou na mata e não conseguiu mais sair", disse Ricardo Tamaoki, navegador da equipe Eco2, que perdeu aproximadamente 2 horas tentando sair da mata fechada. Os competidores elogiaram o visual da trilha, apesar da grande quantidade de lama e espinhos em alguns trechos.
A equipe Mitsubishi Quasar Lontra chegou às 13:39h para pegar os ducks e partir para os 22km de remo pelo Mar de Dentro, até o Porto Cubatão, já no continente. Foi um remo difícil e longo para as equipes, principalmente para as iniciantes, com vento contra e a maré enchendo. Somente a partir das 16:00 h a maré ficou vazante e facilitou um pouco a vida dos competidores que entraram tarde na água. Em segundo lugar estava a equipe Azimute, seguida da Cão do Mato, Aventura, Sasquatch e Paranaventura.
Durante esse trecho o trabalho em equipe, essencial em uma corrida de aventura, foi deixado de lado pela Nunavult. Luis Fernando Pelegrinelli, participando de sua primeira corrida de aventura, foi abandonado por seus "companheiros" de equipe. O trio entrou na água no final da tarde de sábado e partiu com os ducks em direção ao PC4. A partir de um certo momento, Luiz Fernando não conseguiu acompanhar o ritmo da outra embarcação e ficou para trás. Sozinho e só com a headlamp, ele seguiu em frente lembrando um pouco do que tinha visto do mapa. "A equipe 47 (Pequi Nativo) estava passando e eu comentei com eles o que aconteceu. Eles diminuiram o ritmo e foram junto comigo. Depois passou a equipe Eco2 e eles me rebocaram. Estava quase no final, mas foram alguns bons quilômetros, o que me salvou porque estava bem cansado", disse Luis Fernando. Quando chegou no PC4, final da etapa de duck, a equipe já tinha saído para o mountain bike e avisado a organização que tinham deixado o integrante para trás.
A partir desse PC algumas equipes, cansadas e com frio, resolveram desistir da corrida e voltaram para Cananéia em suas bicicletas. Enquanto isso as primeiras equipes já tinham passado pelo PC5, onde tiveram a oportunidade de se reabastecer, e estavam a caminho do PC7, localizado em Pindaúva de Baixo, enfrentando chuva, lama, buracos e uma ponte de troncos que chegou a provocar algumas quedas. Além disso as equipes tiveram vários problemas mecânicos como correntes, câmbios e odômetros quebrados e o desgaste das sapatas de freio.
A equipe Xavantes/Wollner (RJ) aproveitando a estrutura do bar onde foi montado o PC7, resolveu parar um pouco para que a integrante da equipe, com um principio de hipotermia, se recuperasse para poder prosseguir, mesmo caindo de categoria. Enquanto isso as outras equipes chegavam e aproveitavam para se hidratar e se alimentar. Para a surpresa de muitos atletas a Paranaventura/Cia de Aventura, que estava em segundo lugar, chegou de volta ao PC7 depois de perder duas horas e meia procurando pela trilha em direção ao PC8. "A gente desceu até a clareira e não achou a trilha certa. Ficamos igual uns loucos de um lado para o outro tentando achar a trilha e resolvemos desisitr", disse Laercio José Kazmeierczak, navegador e capitão da equipe.
Aos poucos mais equipes acabaram voltando e desistindo da corrida. Outras, mais persistentes, ficaram mais algumas horas no local tentando encontrar a trilha certa.
A equipe Mitsubishi Quasar Lontra, uma das poucas que encontrou o caminho para o PC8, perdeu quase 3 horas dentro de um vale, passando por caminhos difíceis e até descendo algumas cachoeiras com as bicicletas nas costas. A equipe achou que tinha sido ultrapassada durante esse tempo e ficou surpresa quando chegou no PC8 em primeiro lugar. Apenas outras cinco equipes conseguiram encontrar a trilha correta: 100 stress germânica, Selva, Guinus Team, Senta Pua e Tamanduá.
Depois de fazer uma caminho alternativo na etapa de trekking a equipe chegou no PC10 para o final da corrida. O último trecho, que seria realizado em duck, foi cancelado e as equipes percorram 36km de mountain bike até a chegada. "A organização optou por tirar a etapa final de duck porque o risco de hipotermia era enorme. As equipes já estavam debilitadas fisicamente e a gente não podia arriscar. Seria um trecho longo e muitas estariam fazendo à noite", justificou Lucas Gerônimo, diretor da corrida.
"Foi uma prova que exigiu bastante fisicamente e tecnicamente dos atletas. O pessoal tinha que saber remar bem, com correnteza e vento contra. O trecho de bike tinha muita lama e muito buraco. A navegação estava bem exigente. Se tivesse um tempo bom, a corrida teria sido menos dolorosa, mas como choveu o dia inteiro e à noite fez bastante frio, perto dos 15 graus, dificultou bastante para nós e para todas as equipes", disse Rafael Campos, capitão e navegador da Mitsubishi Quasar Lontra. Assim como na primeira etapa, a equipe venceu novamente e foi a única a ficar na categoria Extreme. Em seguida chegaram as equipes 100 stress Germânica e Selva.
Mais informações: www.chauas.com.br
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