Se para a maioria dos atletas o intervalo entre uma prova e outra parece uma eternidade, para as equipes organizadoras o tempo não para. Foi o que pude constatar neste primeiro ano em que 'mudei de lado', saindo do posto de competidor para assumir, a convite do parceiro de longa data Leonardo Barbosa, o posto de diretor de provas do Haka Race. Uma oportunidade especial para pôr em pratica o que aprendi nas trilhas e me dedicar por completo ao mundo das corridas de aventura.
Começando o ano, se para muitos ano novo é sinônimo de praia e foi exatamente assim que começamos 2012, em fevereiro, promovendo um Haka Fun em Bertioga (SP). Bikes na praia com muito sol e família, 32 km de muita alegria. Mas o ano já tinha começado e seguimos direto para Mogi das Cruzes para refazer os 150 km no Haka Expedition Fun. E lá se foram mais 26 horas de muito pedal, remo, pedal e trekking até terminarmos em novamente em Bertioga.
Três de março era a data para inicio do Circuito Haka Race em Ribeirão Pires – SP. De olho nessa prova, fomos nós para Nazaré Paulista com 15 futuros corredores, ministrar um curso de navegação e canoagem num dia cheio de teorias e muita pratica para, na sequencia, encarar a etapa de estreia do Haka, em Ribeirão. Foram 164 atletas na categoria Pró, 150 na Sport e 44 no Mini Race. Iniciava se a disputa pelo titulo 2012.
Mais Haka Fun: primeiro, em Joaquim Egídio - mais 36 km de muito pedal e diversão com os amigos; depois, foi a vez de se divertir na água, num inédito Haka Fun de canoagem, com 10 km pelas águas do Paraíba do Sul, saindo de Jacareí até São José dos Campos.
Cinco de maio, e promovemos a segunda etapa do Haka Race, em Poços de Caldas (MG), num desafio dos mais pesados na modalidade trekking, com todos os atletas tendo de subir até o Cristo Redentor que, a exemplo do Rio de Janeiro, ‘abraça a cidade’. Não por acaso, a prova foi eleita informalmente pelos atletas a mais forte de todas as etapas do ano, com 90 atletas na categoria Pró, 92 na Sport e 30 no Mini Race. Para aliviar todo esse esforço, nada melhor que mais um Haka Fun, este dos mais tranquilos, num total de 36 quilômetros em Itú (SP). A cidade, além de oferecer boas trilhas, é rica em tradição. O percurso sai do Armazém do Limoeiro, ponto conhecido como encontro de velhos violeiros.
Junho é o mês do já tradicional Haka MTB, prova de Mountain Bike do Haka na serra da Mantiqueira. Reunimos 168 ciclistas para vencer os 225 quilômetros em quatro dias do mais puro mountain bike, numa disputa que contou com a presença do reconhecido biker suíço Lucas Kaufmann, que, numa espécie de passeio pela Mantiqueira, conquistou o título na categoria Solo. Nada de muito pesado para quem deve estar acostumado com as pirambeiras dos Alpes europeus, mas, para nós, organizadores, uma presença mais que especial.
De quebra, a presença do astro das bikes serviu para estimular a participação dos competidores locais, também muito competitivos - como Adriana Nascimento na solo Feminina, Viviane Costa e Ricardo Xuxa na dupla mista e Thiago Brou e Edicarlos Rosinha na dupla masculina, todos com direito garantido de participação para 2013.
Como não poderia deixar de ser, após o MTB, retomamos as organizações do Haka Fun. Desta vez, o passeio teve 15 quilômetros de trekking, saindo da praça da matriz de Extrema (MG) subindo até a rampa de saltos na Serra do Lopo, passando pela Pedra do Sapo até a Pedra das Flores onde curtimos o visual da Pedra Cume antes do completar a volta até a praça. Mas o Haka Fun tem bike na veia e, depois de um trekking, organizamos mais uma incursão de bike, esta vez em Guararema (SP). E lá se foram mais 40 km de estradas, single tracks e muita diversão. Mas foi também esse mês que lançamos o Haka Outdoor Spirit, um rogaime de aventura para toda a família, feito em veículos 4x2 ou 4x4.
Setembro estava terminando quando todos rumaram para a terceira etapa do Haka Race, em Atibaia – SP e pela primeira vez na historia o circuito teria sua largada em uma cidade e terminando em outra. Uma espécie de mini expedition, o que daria uma cara especial e um desafio diferente à prova.
Todos os 113 atletas da pró e os 178 da Sport experimentaram o esquema de logística preparado especialmente para esta etapa, largando em Nazaré Paulista e cruzando a linha de chegada no Lago do Major, em Atibaia. Já os 50 atletas no Mini Race estiveram sua participação bem no centro, remando no próprio Lago do Major, o coração do FERA – Festival de Esportes Radicais de Atibaia -, evento realizado anualmente pela cidade de Atibaia e que esse ano contou com mais de 22 modalidades diferentes.
Outubro foi provavelmente o mês mais desafiador. Afinal, teríamos três eventos no período de um mês: Expedition, Outdoor Spirit e, por fim, a última etapa do Haka Race; uma verdadeira maratona para toda equipe de staffs.
Novembro chegou e lá fomos nós em pleno feriado para Extrema (MG) com 33 equipes, 98 atletas, apoios e familiares para mais um Haka Expedition, desta vez com 170 km, duas longas ‘pernas’ de bike, uma tirolesa de 975 metros e uma canoagem noturna de 26 km para a maioria. Dezesseis horas depois da largada o primeiro atleta cruzava a linha de chegada. Mas só conseguimos encerrar as atividades e descansar – merecidamente – depois de 36 horas do início da corrida. No final de semana seguinte, mais uma prova, o Haka Outdoor Spirit Guararema (SP). Carros largando a cada 1 minuto de PC a PC, pescaria, trekking nos trilhos, fotos no Facebook, carimbos conquistados em cada PC de passagem, trecho de bike, muita poeira e pontos conquistados. Após cinco horas começam a chegar os primeiros carros, mais uma hora premiação e ao final de 15 horas encerrávamos mais um evento com sucesso.
Oito de dezembro e o circo do Haka desembarcava em Joanópolis (SP) para o último desafio do ano. Ao todo, recebemos 74 atletas na categoria Pró e 88 na Sport. Uma prova inesquecível com um rapel inédito na Cachoeira dos Pretos (onde nenhuma operadora atua regularmente) e uma modalidade diferente, o water trekking: os atletas tinham de se orientar por dentro do rio e ali localizar os PCs. Foi diferente e, pelos depoimentos informais dos competidores, um sucesso.
E assim que os atletas foram cruzando a linha de chegada, no centro de Joanópolis, em frente à igreja Matriz, iam se definindo os vencedores do circuito Haka Race 2012. E, claro, para nós, ia ficando uma sensação de que o ano estava, de fato, terminando.
Restava contabilizar as passagens pelos PCs e, a partir daí, divulgar os resultados finais. Não sem antes juntarmos o staff para um animado churrasco de confraternização lá, mesmo, em Joanópolis, para marcar o fim dos trabalhos.
O ano se encerraria ao longo da semana, quando pudemos, enfim, enviar os resultados finais do circuito, já com uma sensação de dever cumprido e, ao mesmo tempo, de ansiedade para que 2013 chegue logo, com mais provas, mais pirambeiras, mais downhill e mais poeira.
Foi um ano que passou rápido, mas ficou a sensação de que estamos no caminho – ou melhor, na trilha! – certa. Espero que com esse relato eu tenha conseguido passar a vocês o quanto toda nossa equipe trabalha para fazer o melhor evento. Agradeço a todos nossos parceiros, colaboradores, staffs, atletas, apoios e familiares pelas participações e presenças.
Sandro Badaró
Diretor de provas do Haka Race
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