Equipe Klimax relata sua participação na Expedição Chauás

Por Alex Pfeffer - 17 Out 2003 - 18h03

A Expedições Chauás escolheu a cidade de Cananéia, uma estância paulista, com praias, rios, cachoeiras e mata tropical com riquíssima e preservada fauna e flora para sediar a 2º etapa do circuito. Nossa expectativa e ansiedade eram muito grandes. E, quando saímos de casa, tínhamos certeza de uma única coisa: ‘terminaríamos a corrida’.

A largada foi planejada para que três integrantes remassem em uma canoa canadense, que já estaria dentro da água, e um integrante seguisse a nado o estreito que separa a Ilha de Cananéia da Ilha Comprida, de aproximadamente 1 km. Porém, devido ao mau tempo (ventava e chovia torrencialmente), a organização decidiu alterar a largada, que foi realizada já no PC 1 no porto da balsa da Ilha Comprida. Começava ali um trecho de trekking até o PC 2. Este trecho foi bem desgastante, apesar de inicial e de fácil navegação, possibilitando correr, porque alguns atletas apresentaram problemas físicos. Nesta parte, ficou clara que a substituição de nossa atleta principal, Andréia Ramos (que na véspera da viagem foi impossibilitada de seguir), pela atleta Larissa Rangel da Eco Carioca, foi uma excelente escolha. Em boa parte do trajeto, ela me ajudou a carregar a mochila do integrante mais debilitado, apesar de ser bem mais pesada que a sua. Graças ao esforço e ao espírito de equipe, chegamos neste PC em 36º lugar.

Do PC 2 para o PC 3, onde a orientação realmente começou a contar, foi onde começamos a correr atrás do prejuízo. A Klimax junto a equipe Xavantes, com uma impecável navegação, seguiu corretamente até o PC 3, assumindo o 22º lugar. O visual deste percurso foi um espetáculo à parte, com várias áreas de bromélias lindíssimas.

O trecho para o PC 4 foi realizado em um duck oceânico. Apesar da pouca experiência de dois de nossos atletas (afinal de contas, esta é a primeira corrida da Klimax), foi realizada sem perda de tempo e superamos mais uma equipe. Nesta parte, tivemos o prazer de remar com golfinhos nadando a nossa volta, simplesmente indescritível!!!

O trajeto para o PC 5 deveria ser um dos percursos mais simples, mas devido a um erro de navegação, perdemos algumas posições. Porém, esse erro foi parcialmente anulado devido a uma transição excelente, que nos fez partir na frente de várias equipes que chegaram antes. Aqui, podemos ressaltar a camaradagem entre as equipes, que é uma das mais impressionantes características das corridas de aventura. Esse PC era o de reabastecimento, onde as equipes utilizavam a mesma área para comer, preencher seus sistemas de hidratação e trocar de roupas. Sem o menor sinal de rivalidade.

A parte seguinte seria um trecho de mountain bike não muito difícil, mas devido a forte chuva que não cessava e ao frio da noite, se tornou um problema para todas as bikes e atletas da competição. Conosco não foi diferente... Tivemos uma corrente partida, que nos causou um atraso de mais de uma hora, além dos problemas com os freios. A lama profunda que estava em várias partes do caminho para o PC 6 tornou a pedalada muito difícil, e devido as constantes paradas, eu comecei a apresentar sinais de hipotermia. Resumindo: perrengue total.

Para o PC 7, a situação piorou, pois o frio só aumentava. A navegação já não era muito fácil devido à noite e ao mau tempo. Mas, comigo recuperado e de volta, conseguimos, com excelente navegação, chegar sem cometer nenhum erro. Já no PC 7, soubemos por um dos organizadores que devido a chuva, poderíamos optar por um caminho alternativo para o PC 8 sem penalizações. Aqui, onde quase todas as equipes desistiram da prova, e outras resolveram esperar e foram vencidas pelo frio ou tentaram achar o caminho mais curto e se perderam na mata; a Klimax, incentivada pelo atleta Guilherme Costa, decidiu pegar o caminho mais longo e continuar na briga.

Foi uma madrugada bem longa. Como optamos pelo maior caminho, passamos várias horas pedalando sobre condições péssimas (chuva, lama, frio, etc.) e isto debilitou muito nossos atletas. Nossas bikes também sofriam com estas condições: perdemos 3 raios da roda traseira de uma delas e todas ficaram sem freios. Tínhamos vários downhills onde nosso único freio eram os pés! Ao chegar no PC 8, recebemos a recompensa pelo esforço: estávamos em 10º lugar.

Do PC 8, fomos enviados pela organização ao PC 10, pois o caminho para o PC 9 estava impraticável. O PC 10 também era de reabastecimento. A parte final que seria realizada de duck foi cancelada pelo péssimo tempo e trocada por mais uma pernada de mountain bike. Um rapaz muito bacana que ficava rondando numa pickup, nos informou que possuíamos duas opções: ir pela estrada ou esperar a balsa sem penalizações. Após uma excelente transição no PC, fizemos as contas e escolhemos a balsa. O que provou ser uma excelente escolha, pois ao chegarmos no Hotel Marazul na manhã de Domingo, fomos informados que éramos a quarta equipe a chegar!

No ranking final, fechamos a competição em 8º lugar na categoria Expedition.

Esta foi a primeira aparição da equipe Klimax. Seguimos para esta prova com o objetivo de representar o Rio de Janeiro no cenário nacional de corridas de aventura e como “sonho”, queríamos ficar entre as 10 primeiras equipes. Devido a tenacidade, organização, boa navegação e ótimos atletas, conseguimos atingir nossos objetivos e sonhos.

Agradecemos ao apoio da Amazonas Bike que nos cedeu o transporte utilizado por sua equipe de montain bike, uma das melhores do país, para os mais de 1200 km percorridos de ida e volta para Sampa. E também a Deuter e Rio Sport Center por estarem conosco desde o começo, apostando no crescimento do esporte no estado do Rio de Janeiro. Até o próximo PERRENGUE!!!

Alex Pfeffer
Por Alex Pfeffer
17 Out 2003 - 18h03 | sudeste |
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