Após o sucesso das etapas de Moeda e de Caeté, no final de semana do dia 11 de outubro, o município de Lagoa Santa sediou o encerramento do Circuito Mineiro de Corridas de Aventura, em sua terceira e última etapa, na região da APA CARSTE, considerada a maior área arqueológica da América. A Ecogerais, maior organização desse esporte no estado de Minas Gerais, escolheu a cidade de Lagoa Santa por estar localizada numa região calcária, na bacia hidrográfica do Rio das Velhas, sendo mundialmente conhecida pelas suas grutas e cavernas e por abrigar um grande número de fósseis de humanos e de animais que viveram ali em períodos pré-históricos.
|
A corrida teve 65 equipes inscritas, que percorreram os 43 km do percurso em três modalidades esportivas. Trekking, mountain bike e orientação. A chuva torrencial logo após a largada prejudicou a prática das técnicas verticais (escalada, rappel e tirolesa), que foram canceladas por motivo de segurança devido às rochas ficarem muito escorregadias.
Uma prova que deu muito trabalho para a organização, um planejamento minucioso, diversos profissionais envolvidos, com o objetivo de produzir uma das provas de corrida de aventura mais belas de Minas Gerais. O planejamento e a sinergia da equipe organizadora foram fundamentais para solucionar os problemas e imprevistos que foram muitos. A competência dos organizadores foi confirmada pelas decisões tomadas desde o decorrer da corrida até a premiação. Ficou claro para todos que os valores e motivos que nortearam as decisões foram segurança dos atletas, justiça e espírito esportivo.
A largada na Gruta da Lapinha, em meio a apresentações folclóricas do boi da manta e da fanfarra, foi às 15:00hs. Isso fez com que todas as equipes terminassem a prova à noite. O trecho noturno foi programado pela organização para desenvolver uma das várias habilidades que os atletas precisam ter para competir as grandes corridas. O objetivo da organização nesse 1º ano do circuito mineiro foi desenvolver nos atletas, em cada etapa, habilidades diferentes, preparando-os para o esporte que mais cresce em todo o mundo.
A orientação noturna e a estratégia foram os diferenciais para as equipes nessa etapa. Uma prova curta e muito competitiva. As colocações foram disputadas cabeça por cabeça. Em cada PC (ponto de controle) e AT (área de transição) as colocações eram alternadas, o que proporcionou muita emoção para os atletas e espectadores. E até para as pessoas que puderam acompanhar de casa a cobertura digital, em tempo real via internet, torcendo pelas classificações!
Logo no primeiro trecho os atletas já estavam molhados pela chuva na modalidade de trekking, até encontrar as equipes de apoio na (AT1), situada às margens da Lagoa do Sumidouro. Trecho maravilhoso que lembrou as costeiras brasileiras. Neste ponto se destacava em primeiro lugar a equipe “Se não agüenta bebe leite”, formada por dois espeleólogos da região, e logo em seguida, vinha a “Brasil 500 anos”, “Suunto”, “Planet Fitness”, e Fórmula BH. Iniciou aí o trecho de Bike em direção ao Mocambeiro. Na (AT2), a dificuldade de navegação, o terreno montanhoso e a quantidade de Bikes com pneu furado devido às pedras e espinhos do percurso, faziam com que as colocações fossem alternadas a cada minuto, sendo considerada pelos atletas a prova mais disputada do circuito. Nesse momento as equipes “Brasil 500 anos”, “Planet Fitness”, “Fórmula BH” e “Rasta” optaram por uma estratégia errada e saíram da disputa pela liderança.
Após os 13 Km de bike, os atletas chegaram em Mocambeiro, uma região de grande beleza natural, com inúmeras lagoas e grandes lapas. Com uma rápida e eficiente transição a primeira equipe a sair para o segundo trecho de trekking foi “Os Imensas”, seguida pela “Descendo a Lenha Aventura”. Na categoria mista passaram em primeiro empatados a equipe “Suunto” e “Tiamat-Aldeia Interativa”. Esse trecho de trekking foi o maior desafio da navegação. Seguia por numerosas bifurcações de trilhas de gado e já á noite. Chegando na (AT3) os atletas passavam por uma grande lapa próxima a Gruta do Baú chamada “A Onda”. Neste local a equipe Suunto perde a primeira colocação após errar o caminho. Já a equipe feminina “A Hora do Bhush/CamelBak” navegou muito bem e disputou com a “Intertrilhas/Infoport” o segundo lugar na categoria Mista. Nesta área de transição as equipes pegavam as bike para alcançar um longo Down Hill noturno até o local onde a corrida foi encerrada. Pois, infelizmente, as técnicas verticais já tinham sido canceladas.
A 3ª etapa do Ecogerais contou com a presença de várias equipes iniciantes. Mas de acordo com os planos da organização, das 65 equipes que largaram 63 completaram a prova.
Segundo Luis Felipe Carvalho diretor de prova do Ecogerais “O resultado foi ótimo, tendo em vista as dificuldades enfrentadas pelas equipes. Como a chuva e a navegação noturna. Não aconteceu nenhum acidente e as últimas equipes terminaram com quase dez horas de prova. Dentro das nossas expectativas. Essa etapa apesar de praticamente todos terminarem foi a mais competitiva e mais bonita. Fechamos o circuito com chave de ouro! A criação da brinquedoteca foi também um sucesso e não podemos deixar de agradecer a Rosana e a Olívia que coordenaram esta iniciativa conosco.”
Confira a classificação dos primeiros colocados:
Categoria Masculina
1º Se Não Aguenta Bebe Leite - 4:12:00
2º Bacaxola/Fórmula Academia BH- 4:22:00
3º Monstros do Mangue - 4:23:00
4º Os Imensas/ Horizonte Têxtil - 4:24:00
5º O Beduíno - 4:28:00
Categoria Mista
1º Tiamat/Aldeia
Interativa - 4:18:00
2º Intertrilhas/Infoport - 4:21:00
3º Suunto - 5:23:00
4º A
Hora do Blush/ CamelBak - 5:36:00
5º Tsunami - 5:47:00
Mais informações: www.ecogerais.com.br
24 Out 2003 - 09h53 | sudeste |
