Equipe Mileu foi a vencedora da terceira edição do Eco-Xpuesto, no Uruguai
Entre os dias 21 e 23 de novembro aconteceu a terceira edição do Eco-Xpuesto, sem dúvida uma das corridas de aventura mais duras realizadas no Uruguai. As 18 equipes tiveram que enfrentar 185 km de paisagens espetaculares e etapas difíceis, em uma corrida multidisciplinária que incluiu trekking, cavalgada, canoagem, natação, costeira, mountain bike e rapel.
Fotos: divulgação/Eco-Xpuesto
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Às 21:00h as equipes deixavam sua bicicletas em uma área de transição e o equipamento necessário para a segunda etapa da corrida pronto para ser levado ao PC Camp. Durante o jantar de massas se iniciou o briefing a cargo do diretor da corrida, Leonardo Pérez, e a entrega das folhas dos mapas e passaportes.
Às 05:30h do sábado começaram a tocar as buzinas do ônibus da organização que fariam o translado até a largada, lembrando aos mais atrasados que seria mais de uma hora de viagem, tempo aproveitado para descansar um pouco mais e revisar os mapas. Às 07:30, com todas as equipes prontas em uma região dominada pelas palmeiras de Rocha, a poucos quilômetros da cidade de Castillos, começou a corrida com 4km de trekking até o PC1. Ali as equipes pegaram os cavalos e partiram para 10km de ride'n run. Em apenas 14 km de corrida as equipes mais experiêntes começaram a conseguir alguns minutos de vantagem.
No PC2 os competidores abandonaram os cavalos e com um trekking entre o monte de Ombúes chegavam no mirante, comumente utilizado para a observação de aves da reserva e onde a organização colocou o PC virtual. No PC3 começava a seção de canoagem: um percurso de 20km cruzando um lago e pegando a corrente do Valizas até desembocar no Oceano Atlântico. Sem dúvida a canoagem foi a primeira grande dificuldade para os competidores, apesar de contar com vento a favor durante a remada. Muitos deles não estavam acostumados a remar durante tanto tempo, o que significou um esforço extra que foi sentido durante o restante da corrida. Não faltaram também assaduras devido ao contato com os coletes salva vidas, como foi o caso de Alejandro, da equipe Cimarrón.
A primeira equipe a chegar ao PC4 foi a Mileu, sendo recebida na Barra de Valizas por uma paisagem única e a presença dos pescadores do local. Com pouca diferença chegaram GEA, Cimarrón e Pluna-Zonaventura.net. Neste PC as equipes deixavam as canoas e atravessavam o rio à nado. Algumas equipes, como a Uruguay Natural, optaram por deixar suas mochilas na margem esquerda do rio antes de deixar a canoa do outro lado, facilitando a travessia e preservando o equipamento seco durante o resto da corrida. Uma vez na margem esquerda os competidores deixavam seus coletes e trajes de neoprene (recomendados pela organização devido à temperatura da água nessa época) e começaram a seção de costeira.
Esta foi sem dúvida a etapa mais disfrutada pela maioria dos participantes: quilômetros de dunas espetaculares, passando por Cabo Polonio (PC5) até chegar a Ocania del Polonio, e a companhia de um grupo de baleias a poucos quilômetros da margem. Mas a alegria durou pouco. No PC6 começava a etapa de mountain bike, que seguiria até o final do primeiro trecho. Mais de 118 km de bicicleta, atravessando a região de banhados de Rocha, se transformou no segundo grande desafio, obrigando os competidores a carregar ou arrastar seus veículos por longos trecos.
O calor e o cansaço começava a pesar. Um pequeno descanso, alguma coisa para comer e seguir em frente, já que faltava mais da metade da corrida. Aqui começou a troca de posições entre os líderes. A equipe Mileu foi a primeira a sair com as bicicletas. Depois de chegaram juntos no PC6, Cimarrón saiu alguns minutos antes que a GEA, deixando-a em terceiro lugar.
A etapa mais difícil da corrida foi sem dúvida entre os PC's 6 e 8. A estratégia da Cimarrón, que preferiu continuar alguns quilômetros a mais pela estrada 10 antes de fazer um corte pelos campos de travessia, garantiu a liderança da corrida. A Mileu, em contrapartida, tomou um atalho que tomou mais tempo que o previsto, caindo para a segunda colocação. As chuvas que cairam na semana anterior da corrida fizeram do trajeto um martírio para os atletas. As áreas alagadas com água até a cintura e lama até o joelho foram constantes durante esse quilômetros. Chegar ao PC8 até o anoitecer era um ponto chave. Quem não conseguisse teria muita dificuldade pela frente.
No PC9 se localizada o PC Camp, onde os competidores poderiam solicitar auxílio médico sem serem desclassificados, e terem acesso aos equipamentos: comida e roupa seca para a segunda parte da corrida. Logo após as primeiras equipes saírem do PC Camp, a noite começava a dificultar a corrida. Das equipes perdidas entre os banhados até os primeiros quadros de desidratação. Sem dúvida o sol forte prejudicou quem não conseguiu chegar até o anoitecer no PC Camp.
Às 23:00h o primeiro chamado de resgate foi pedido: a organização saiu em busca da equipe AV Máxima. Os veículos presos na lama tornaram o serviço de resgate mais difícil. Leonardo Perez chegava ao acampamento base com Andrés Molfino, da equipe Deslizá, com um quandro de desidratação, e logo saiu em busca da equipe perdida. Com um esforço incrível, a equipe foi encontrada às 04:30h da manhã de domingo depois de vária horas de busca.
Chegando ao PC10 se podia avistar o monte Aguiar com suas paredes absolutamente iluminadas, dando um toque especial à noite de Rocha. As primeiras equipes a chegar foram Cimarrón, GEA, Mileu e Pluna-zonaventura.net, em quinto lugar. Aqui a coisa se complicava novamente. Os atletas deveriam deixar as bicicletas e percorrer a pé os PC's 11, 12 e 13 (virtuais) entre as montanhas. Essa foi a terceira prova de fogo dos competidores que chegaram no PC à noite, levando vantagem as equipes com mais experiência em navegação. Depois de horas em busca dos PC's virtuais e os competidores voltaram para o PC10, fizeram um pequeno rapel de 20 metros e uma tirolesa, essa última somente para descer as bicicletas. A Mileu, apesar de ter sido a última da três primeiras equipes, foi a primeira a poder fazer o rapel. Minutos depois desceu a Cimarrón.
No PC10 havia um horário de corte que definia as categorias. Quem chegasse depois das 7:30h passava automaticamente para a categoria Eco a la Xpuesto, cortando parte do percurso na última perna da corrida.
Novamente o caminho em direção aos últimos 6 postos de controle oferecia dificuldades, obrigando os competidores atravessar grandes áreas encharcadas. No trecho final um trilho de trem abandonado aguardava os competidores, que tiveram que passar por baixo de arbustos que fechavam o caminho.
A chegada aconteceu no acampamento base, no complexo La Aguada. A primeira equipe a cruzar a linha de chegada foi a Mileu, às 08:45 da manhã de domingo, completando sua terceira edição do Eco-xpuesto com o primeiro lugar na classificação geral e na categoria mista, assegurando os troféus Eco Xpuesto 2003, Copa Challenger Diario El País e Copa Challenger Tatiana Goldoni. Em seguida chegaram as equipes Cimarrón e GEA. Em quarto e quinto lugar aconteceu uma situação inusitada: as equipes Pluna-Zonaventura.net e Pura Sangre chegaram juntas no último PC à poucos metros da chegada. A Pluna-Zonaventura.net saiu na frente, já que um dos integrantes da Pura Sangre teve problemas com sua bicicleta, mas errou o caminho.
O toque final se deu com a equipe argentina Alquimista e os uruguaios da Guardia Metropolitana e Gaia, que apesar do abandono de alguns integrantes, decidiram se juntar para completar o percurso, com um dos integrantes da equipe argentina de apenas 15 anos. Apesar do comunicado da organização de que a corrida tinha terminado e a proposta de serem levados de carro até o acampamento base, eles decidiram continuar e chegaram 13 horas mais tarde que a primeira colocada. Sem dúvida um esforço que valeu a pena.
Classificação fina
Categoria Mista
1 - Mileu
2 - GEA
3 - Pluna-zonaventura.net
Categoria Livre
1 - Cimarrón
2 - Pura Sangre
3 - El Polaco
Mais informações: www.eco-xpuesto.com
09 Dez 2003 - 21h50 | geral |
