Fôlego, resistência, força nas pernas e força de vontade, além de muita paz de espírito. Talvez esses sejam os adágios que melhor definam o perfil de um atleta que tenha pela frente o desafio da Maratona 42k de Corridas de Montanha da Chapada Diamantina. Uma prova para quem gosta de testar os próprios limites, mas que não dispensa a integração com a natureza. Uma verdadeira terapia, que poderá ser realizada individualmente, em duplas ou grupos de quatro pessoas.
A competição será realizada no dia 11 de outubro, a partir das 5h, na Vila de Igatu (Andaraí), na região central do estado baiano.
Projetado para proporcionar aos competidores as mais variadas formas de integração com a natureza, o percurso foi dividido em quatro trechos distintos, que reservam diferentes condições de percurso, passeando por entre estradas, trilhas fechadas, rochedos e grutas. Além disso, todos os trechos começam e terminam no mesmo ponto, onde estará concentrada uma Unidade de Apoio para hidratação e área de transição para os atletas do revezamento.
Batizado assim para desejar boas-vindas aos aventureiros, o primeiro trecho do percurso (Bem-vindo a Igatu) é o mais longo, com 16 quilômetros, mas não o mais difícil. Nesta primeira etapa, os atletas seguirão por uma descida em direção ao entroncamento dos rios Paraguaçu e Piaba, contornando suas margens secas e arenosas. A volta, por sua vez, será por uma estrada calçada em pedra bruta, amarela, que se destaca naturalmente em meio às montanhas.
O segundo trecho (Seres Cascudos) resgata um pouco da história de Igatu. Ao lado sul da vila, os participantes terão a oportunidade de conhecer o caminho percorrido por antigos garimpeiros e poderão observar resquícios de casas de pedra que serviram de moradia aos destemidos habitantes da região, na época de sua fundação. Esse é o menor trecho do percurso, com apenas cinco quilômetros de extensão.
A terceira etapa (Diamante Negro) é aquela que a organização de prova define como a mais interessante, mas que traduzida para a linguagem dos atletas é o chamado "trecho técnico", o mais difícil, no qual a inteligência e o equilíbrio emocional do competidor são tão importantes quanto suas condições físicas. Trata-se de uma volta de 12 quilômetros em singletracks e "escalaminhadas", por entre rochas gigantescas e trepa-pedras.
Para encerrar, oito quilômetros que inicialmente poderiam parecer ter sido programados para relaxar a musculatura dos atletas, mas isso é só impressão, pois de moleza a quarta etapa da maratona (Rego Grande) não tem nada. Esse trecho é marcado por uma variação altimétrica muito grande, onde os maratonistas sobem e descem por estradas de terra e pedra até encontrar o caminho de volta à Vila de Igatu.
Diferentemente do que acontece em uma maratona de rua, em que o atleta encontra um ritmo e trabalha para mantê-lo até o final da prova, os 42K da Chapada Diamantina exigem que o participante faça a leitura correta de cada etapa do percurso e tenha feeling para saber o momento certo de poupar energia e de ganhar tempo, pois com tantas variações de ambiente, desnível e altitude, é muito difícil para o competidor alcançar o "ritmo neutro".
E para que atletas de outros níveis também participem do evento, a organização lançou uma novidade para a edição deste ano: uma corrida de 12K. Decisão que acompanha a lógica de todas as competições do Circuito Brasileiro da categoria, que sempre oferecem um percurso menor, paralelo à prova principal. O trecho a ser percorrido por quem optar por essa distância será o mesmo da etapa três da maratona; portanto, apesar de curto, não será um desafio fácil.
Localizada no município de Andaraí, a Vila de Igatu é formada por pedras e ruínas no alto da serra, provenientes dos tempos áureos da exploração de diamante na região, no século XIX. Por esse motivo, o pequeno vilarejo é conhecido como a "Machu Picchu Baiana", em alusão à cidade peruana. O povoado conta ainda com cachoeiras e piscinas naturais, o que faz dele um destino turístico imprescindível para quem pratica escalda, arvorismo, mountain bike, trekking e mergulho.
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