Prólogo do Raid International Gaspésie foi uma amostra dos próximos dias de corrida

A chuva não deu trégua nesta quinta-feira (11) em Carleton-Sur-Mer. Os participantes procuravam abrigo nas poucas construções e tendas montadas pela organização na largada Pointe Tragadigache, em frente a um farol de sinalização de duas penínsulas próximas.

Cerca de 90 adolescentes se misturavam entre os atletas de todo o mundo, faziam perguntas sobre os países de onde vinham, criando um intercâmbio cultural que poucas pessoas tem oportunidade de vivenciar.

Todos largaram juntos e percorreram um trecho da Baie-des-Chaleus até as bicicletas e como esperado, o ritmo foi alucinante do começo ao fim.

Com o tempo fechado, as técnicas verticais no topo do Mont St-Joseph ficaram com um tom mais dramático. Ao invés da visão panorâmica de toda a baía, os atletas enfrentaram muita névoa - o que diminuiu a idéia da altura que estavam - e muito vento.

A vitória neste primeiro dia de atividades ficou com o quarteto francês Trails Endurance Mag, com duas equipes de Quebec logo atras: Dynafit p/b XactNutrition and Le Coureur Canada.

Entre as dulas masculinas, a Brou Aventuras teve uma penalização de 3 horas (informações em breve) que tirou sua terceira colocação geral e primeiro lugar entre as duplas. Pelo resultado oficial, a dupla ficou na 12ª colocação entre as duplas masculinas. A vitória ficou com a dupla italiana Pedini-Iret.

"Esse primeiro dia de prova foi num ritmo acima do esperado e que estamos acostumados nas provas de aventura, que começa um pouco menos acelerado e vai progredindo. Essa prova começou como se fosse um triatlon, porém com uma parte bem técnica por dentro de uma floresta inacreditavalmente 'saborosa de flutuar com os pés'", disse Thiago Drews, o Brow.

"A gente tentou ficar entre as 10 primeiras equipes desde a largada e fomos evoluindo a longo da prova. Na primeira parte que era só asfalto a gente sofreu um pouco, mas quando chegou dentro de um single track, conseguimos desenvolver bem e passamos algumas equipes e ficarmos entre as 5 primeiras.

Fizemos então um vertical totalmente 'diferenciado' - na nuvens - passando por uma corda 'diferenciada'. Depois meu irmão (José Elias) fez um rapel com uma 'bela visão que não dava para ver'.

A gente ficou bastante satisfeito e vamos ver o que nos espera para os 3 dias de prova e 300 quilômetros de percurso. Foi só o começo e deu para a gente ver no prólogo que aqui a brutalidade é supramáxima e em nenhuma parte do mundo ninguém quer ser feio, não."

O trecho de rasga-mato (bushwalking) foi o ponto destacado pela maioria dos participantes quando cruzavam a linha de chegada. O quarteto Enigma acabou se perdendo neste trecho e terminou o prólogo se adaptando às características da prova e da organização, conquistando a 5ª colocação entre os quartetos mistos.

A organização informou no briefing que o mapa não é 100% atualizado. Algumas trilhas no mapa não existem mais e ainda há outras que não estão no mapa. Por outro lado, as equipes recebem um race book bastante detalhado, que poderia ser facilmente transcrito para uma planilha utilizada em rallies.

"Foi um ritmo muito forte e um aprendizado para a gente. Os mapas são diferentes, a orientação é diferente. O método que eles usam aqui, o detalhamento do mapa - apesar de ser 1:20000, é diferente. Tem que seguir o livro de instruções deles, que é tipo um road book, e a gente foi se acostumando com isso ao longo da prova", disse Sérgio Ricardo da Ponte.

"Tanto que a gente se perdeu, subiu o morro duas vezes, e no final o caminho era mais óbvio do que estávamos imaginando. Isso tudo serviu como um aprendizado para os próximos dias, que serão bastante fortes e intensos."

E outras equipes da América Latina também estão presentes no Raid Gaspésie conquistando bons resultados nas suas categorias. O quarteto misto argentino Marcantonio Mizuno Triamax XKRace ficou com o 3º lugar; a dupla masculina da Costa Rica com o 8º lugar e a dupla mista Uruguai/EUA, 1ª lugar.

Assista abaixo ao video do prólogo: