Dia 11 de outubro - dia do meu niver!!!!! - recebemos o mapa às 14horas para iniciar a prova da Expedição Xokleng. Às 14h28 partimos! Iniciando correndo até Bombas, pegando a trilha do morro que dá no Estaleiro, saímos no primeiro AT na Caixa d'Aço pra fazermos a segunda perna: a canoa canadense!!! A princípio, a canoagem seria até Itapema. Mas por uma questão de segurança dos participantes, esta perna foi abreviada e passamos pela Ilha de Porto Belo, no primeiro PC e desembarcamos na Marina pra iniciarmos, novamente, a corrida até Itapema.
De lá, novo PC já escurecendo e partimos a caminho do misterioso PC3, no caminho dos morros do lado de lá da BR 101...
Foi neste ponto que algumas equipes erraram o caminho, tomaram a direção errada, perderam um tempo. Por pouco não erramos também! O cuidado do nosso navegador e o trabalho e a conversa em equipe, a atenção em observar os detalhes nos salvaram de perdermos alguns minutos ou horas no caminho errado!!!!
Rumamos para o alto do morro... 678 metros subindo "na unha"!!!! Parecia não acabar mais!!! E no topo, novo PC e uma baita descida mata adentro!!!! Um tobogã verde!!!!
Lá pelas tantas, já nem sei que horas, depois de toda trilha, quase erramos o final do caminho para o Macaco, chegamos ao AT onde trocaríamos a pernada por bikes! Uma janta, reposição de sal, alimentos, energia, água, água água e partimos!
A perna de bike, no início, rendeu uma tentativa de estratégia que não deu muito certo. Perdemos uns 50 minutos a mais. Mas, digamos, foi um caminho mais tranquilo, mas muuuuuito mais longo. De volta ao PC, iniciaria-se a parte mais trash da bike...
As subidas eram em pé! Cada vez que eu me meto numa enrascada daquelas brutas, penso e concluo que é a pior subida, a pior pedalada, a experiência mais hard que já tive. Foi assim com o Pico Agudo. Depois, superada pela Serra Grande. Agora, sem sombra de dúvida, superadas por esta prova!!!! As subidas que encaramos, sem noção, sem comparação, sem condição de percorrer, só deitar na bike e empurrá-la, empurrá-la, empurrá-la com todas as forças possíveis. As do corpo e as da alma!!!! Foi o trecho onde mais dúvidas tivemos se não havíamos errado. Um quarteto já havia voltado o caminho. Insistimos e seguimos. A ponte que passávamos indicava o PC logo adiante. MAS, não havia nada. Seguimos. A ponte era outra! E junto ao PC até lanchonete aberta com esfiha, pão de batata quentinho, coca cola (eu não gosto, mas nestas horas, qualquer coisa líquida e com sódio alimenta e repõe!) e um pit stop para recuperarmos as pernas das subidas... Uns vinte minutos. E partimos. Rodamos até o amanhecer...
O AT para a troca para a perna de trekking era bem próxima da BR 101. De lá, passamos de volta pro lado de Bombinhas e partimos em direção a Santa Luzia e o início das praias mais bucólicas, desertas e de uma beleza ímpar de Bombinhas...
Ali começava a me sentir no quintal de casa! Pra mim, seria fácil navegar por ali e dali em diante. Fui calculando os tempos de cada trecho. Batata! Bem dentro do que previa. Apesar de parecer um trecho pequeno, as trilhas de acesso e passagem de uma praia para outra são bem acentuados. E lindos! O tempo todo! O PC na praia Vermelha proporcionou belíssimas fotos clicadas pelo Marlon R. Silva que além de marcar o PC e o passporte, aproveitou para registrar a passagem dos guerreiros que chegaram até lá! Afinal, numa prova desta, somente o fato de concluir a prova já é uma grande vitória, pois muitas equipes por ali, já haviam desistido, ou não haviam chegado a tempo de terminarem por terem se perdido no caminho...
Praia Vermelha, Triste, da Lagoa e Cardoso. De onde partiríamos para a segunda perna da canoa...
Dizia pro meu parceiro, enquanto eu remava, que estava quase dormindo neste momento. Calmaria, o ventinho no rosto, a delícia de estar chegando ao fim...A noite não dormida... Remamos até Canto Grande! E dali, faltava pouco, pouco...
Tainha!!!! No pé do Morro do Macaco. O lugar que mais me marcou e mais tenho fotos com meus filhos! De onde se enxerga toda Bombinhas. A trilha pra Tainha, pela beiradinha, que não foi feita por todos neste sentido, nos levou ao PC virtual da casa azul que não era mais azul e pregou a peça em todos!!!! Na dúvida, achamos todas as casas azuis da Tainha e pegamos o número...
Dali, só mais o rapel... Desta vez, apenas dois do quarteto teriam de fazer. Fui eu e o Amarildo. Bernardo e Nelson teriam de fazer a segurança. Pábuf! Quinze minutinhos, chegamos e partimos! Agora era descer o morro, esticar as pernas nas praias de Conceição, Mariscal, encarar a última subida que dá pra Quatro Ilhas e pro centro e avistar o "Sol" sobre a Vila do Farol pra mirar nele e chegar...
Havia gás, ainda pra uma corridinha final!!!! Mas equipe é equipe! Corrida de aventura é uma junção de qualidades, de peculiaridades e o que um não tem , o outro tem e compensa. Ali vi um dos camaradas ter gás pra levar o companheiro "na mão", dando-lhe uma força para ir... Vi a equipe vencedora dos quartetos passar, cumprimentar, fazer festa conosco e oferecer coca cola e - me rasguei de rir - vi meu companheiro pedir se podia ficar com a coca!!!! Ao que eles prontamente atenderam!!!!
Queria ter conversado mais durante o trajeto todo. Conversamos um bocado, falamos bobagens mil, jogamos conversa fora, brincamos de brigar e xingar (um monte!!!! até de assustar as equipes que iam junto!!!|) trocamos conversas, repartimos lanches, suplementos, água e energia.
Foram 24 horas e 30 minutos, mais ou menos. A passagem, justamente, do meu aniversário. 24 horas inesquecíveis que se tornaram as mais loucas de todas que já tive! "A loucura mais louca" feita até agora!
Pra que fazer tudo isso?
Difícil explicar. Tem de experimentar!!!!
Antes de fazer, você acha loucura, impossível, "infazível"...
Você descobre, fazendo, que é capaz de coisas muito além do que imagina. Você se redescobre! Você abre horizontes a sua frente! Você se reinventa e a vida se torna um leque infinito de possibilidades.
Eu sei que pra quem não é adepto, simpatizante, ou praticante de qualquer coisa parecida, menos ou maior do que este tipo de loucura fica difícil de entender. Mas cada um, com certeza, tem a sua loucura particular. A sua vontade a ser feita. O seu sonho. E tem, certamente, o desejo de ter histórias pra contar e se lembrar.
As minhas são assim! Tem mato, mar, montanha, vento, tempo e o intento. Tem sonhos, tem feitos nem ao menos sonhados, tem coisas que caem de pára-quedas, mas que abraço e faço virarem meus! Tem possibilidades, principalmente, quando a maior chance seria a da impossibilidade, do "não", do "parar" do desistir. Mas... Pode ser que um dia, isto chegue ao fim. Mas prefiro assim, não finalizar antes dele chegar.
Pode ser que eu tenha, um dia, de parar. Mas enquanto a paixão for maior que a dor (que existe!) e o prazer render boas gargalhadas, boas conversas rasgadas, bons tempos, é assim que vou permanecer.
Cada um é de um jeito! Não preciso ser compreendida nas coisas que faço. Já passou o tempo de pensar que há apenas um certo e o resto é errado. Bom é poder ouvir o que o coração pede, a alma transborda e viver. E, se o corpo ainda puder acompanhar, que assim seja!!!!
Susi Saito
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Classificação final:
Quarteto Misto Expedição
1. Equipe Kaapora – RS
2. Equipe Chivunki – SC
3. RF Adventure – PR
Dupla Expedição
1. Equipe Nossa Vida – SC
2. Equipe Santa Rita Adventure – PR
3. Equipes Papaventuras e Malamute – RS
Dupla Aventura
1. Equipe Mofas com a Pomba na Balaia – SC
2. Equipe Pé-de-Vento – SC
3. Equipe Os Pamonhas – SC
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