No próximo dia 7 de maio o continente Africano, mais precisamente Marrocos, sediará a etapa de abertura do X-Adventure Raid Series 2004; será a primeira qualificatória para o Raid World Championship, a ser realizado no final da temporada, na Argentina. 45 equipes de 17 países diferentes estarão descobrindo os tesouros nacionais do Alto Atlas e as belezas das típicas vilas Berber. A organização do evento escolheu uma terra rica em contrastes e cores para marcar o lançamento da temporada. Serão 192km em um percurso com grande diversidade de terrenos e paisagens. As equipes enfrentarão no final de semana um ganho de altitude de aproximadamente 6.000 metros e 9 seções que, na média, serão mais longos que o esperado.
Eleonora Audrá (de pé), André Hiervolino, Silvia Guimarães, Cristina de Carvalho e Marcela Toldi |
A equipe Clight Salomon Atenah, uma das mais experiêntes equipes brasileiras, estará participando da corrida com sua nova formação: Eleonora Audrá, Silvia Guimarães, Marcela Toldi e André Hiervolino. A equipe estará disputando uma das cinco vagas que a organização colocou em disputa para a região das Américas.
Depois de enfrentar a corrida no final de semana, a equipe embarca para a Croácia, para participar do Terra Incógnita, entre os dias 25 e 30 de maio. A equipe terá uma formação totalmente feminina e o André será subtituído pela atleta Cristina de Carvalho, integrante da equipe Mamelucos, melhor equipe brasileira no Ecomotion PRO.
Serão 350 km de percurso a ser completado em 5 dias nas modalidades de caiaque oceânico, trekking, mountain bike, técnicas verticais, costeira, natação e canoagem em rios. Silvia Guimarães, a Shubi, participou com uma equipe francesa na edição 2002 da corrida. Para ler o relato, clique aqui.
Estivemos conversando com a equipe na manhã de ontem (05/05), no parque do Ibirapuera. Segue a entrevista abaixo:
Adventuremag - Como você acha que vai ser sua participação com a Atenah?
Cristina - Será uma equipe totalmente feminina e acredito que exista uma grande diferença de performance entre homem e mulher. A mulher tem um pouco mais de resistência e cabeça, eu acho que vou ter que fazer a prova para sentir. Elas são sem dúvida nenhuma uma equipe muito experiênte e tenho muito o que aprender com elas enquanto experiência de provas fora do Brasil. Acho que vai ser super bacana. Da Croácia eu não espero nada. A minha expectativa é com as Atenahs. Vai ser diferente do que estar participando com 3 homens, principalmente na hora de carregar uma canoa, onde a força vai fazer diferença.
Qual a idéia que vocês têm do Raid em Marrocos?
Shubi – Essa prova no Marrocos é uma das etapas do Mundial do Raid Gauloises, agora Raid World Championship. Eles fizeram como uma copa do mundo, então dividiram o mundo por zonas e são "x" equipes para cada zona, dando chances para todos os paises estarem na final. Mesmo assim vai ser uma etapa de um mundial e vai ser uma prova de altíssimo nível técnico. Vai ser muito difícil, extremamente rápida. São dois dias de provas e quase 200 km. A gente já fez 2 vezes essa prova e é um nível bem diferente do Brasil, muito rápida e principalmente porque tem montanha. A gente vai subir duas montanhas no Marrocos com 4200 metros.
Vai ter neve?
Shubi - Acho que no topo das montanhas deve ter neve. É verão agora, mas o tempo é bem ameno. A gente está indo pra fazer o melhor e tentar se classificar para a final e fazer o maior número de pontos possível.
A equipe está bem coesa, agora que a Marcela faz parte da equipe, e é a primeira prova que vai fazer fora do Brasil com a Atenah?
Shubi - A Marcela e o André. Vai ser uma surpresa para a gente, mas acreditamos muito nessa nova equipe. Já fizemos uma prova juntos e foi muito legal, principalmente o astral da equipe, que eu acho que é extremamente importante porque se você tem uma boa coesão o resto vem por conseqüência.
Vai ser um pouco diferente essa prova porque a Marcela vem de uma lesão. Ela machucou a clavícula há 3 semanas atrás e então a gente vai ter que poupá-la bastante. Essa é uma prova onde você vai revezando a equipe durante a corrida. São sempre 3 competidores no percurso e um no apoio. Então você tem que ir trocando um dos integrantes a cada seção. Então a gente vai ter que poupar bastante a Marcela, vai acabar cansando bastante, mas ela vai com certeza fazer todos os trekkings e a gente vai segurar a onda no resto.
Marcela, qual sua expectativa?
Marcela – Eu estou bem nervosa pra falar a verdade, porque eu vou testar meu corpo, vou ver como me recuperei dessa lesão, mas estou botando fé. Acho que um pouco de dor vou sentir, mas que é normal. A gente se acostuma a sentir dor, não é tão grave asssim.
E você André vai fazer sua primeira prova internacional?
André - É a primeira prova internacional com elas. Já fiz uma prova longa que foi mais ou menos um teste. Eu acho que passei!
Qual foi a prova?
André - Foi o Raid Terra.
Shubi – Foi uma prova bem diferente. Cheia de altos e baixos
E o ritmo?
André - A gente acha que se deu bem e a equipe está bem coesa. Vamos com tudo!
Qual seu conselho para quem quer participar de provas fora do Brasil, já que vocês mais experientes?
Shubi – a maior dificuldade de participar fora é realmente dinheiro. Se a gente for só se basear na melhores equipes do Brasil, fica muito difícil porque são poucas as equipes de pontas. Então o legal é ter um diferencial ou ter algum projeto ou alguma idéia que se possa vender, sem estar vendendo só resultado. Você envolver a corrida de aventura com alguma outra coisa ou no país aonde você vai. Tem muita prova fora do Brasil sem ser o Raid Series ou Ecochallenge, que são as mais caras, como a da Croácia que a gente está indo onde o custo é menor. Você pode envolver várias outras coisas não só a corrida de aventura em si, ou ganhar e chegar em primeiro, segundo e terceiro...
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