Equipe Espírito Livre / Adventuremag participa do Kaiak Natura Short Adventure Ubatuba

Por Jorge Elage - 22 Jun 2004 - 21h44


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A segunda etapa do Short Adventure foi armado a beira mar, na praia de Ubatumirim, com largada prevista para as 9 da manhã. O céu estava aberto, o sol radiante e a temperatura agradável. Como de costume, o evento estava impecável e ainda reservava surpresas. Teve espaço para massagens, fotos disponíveis para os atletas após a chegada, muitos brindes dos patrocinadores e grande quantidade de câmeras (filmadoras e fotográficas) fazendo a cobertura de todo o percurso.

Pouca informação foi divulgada anteriormente. O briefing eletrônico foi ao ar na sexta feira, e o mapa (muito bem feito) entregue apenas meia hora antes da largada. Com a evolução da modalidade, temos cada vez menos tempo para preparar e planejar estratégias de prova.

Do local da largada, visualizamos grande parte do percurso. Lá estavam localizados ainda o PC 3 – AT 1, PC 6 – AT 2 e a chegada (ver mapa).

Podíamos ver também os PCs 4, 7 e 8, além de ter boa noção sobre os outros caminhos da prova.

Manter tudo concentrado no mesmo local foi bom para os apoios. Minimizou o trabalho e o deslocamento dos carros.

Não sei como as equipes iniciantes se saíram nestes poucos minutos de muitos afazeres, mas certamente todos largamos apressados para o trecho inicial de mountain bike, as 9:30 da manhã.

A distância até o PC 1 foi pequena para permitir o distanciamento entre os competidores. Houve um grande tumulto, com diversos atletas brigando entre si, e com o staff, para plugar o chip na única “máquina de controle” disponível (este foi considerado por muitos o principal erro da organização).

Depois deste trecho, deixamos as bicicletas com os apoios no PC 3, e seguimos de treking por 8 km, passando pelo PC 4 e PC 5 (virtual) - localizado “ao lado das bananeiras” (segundo o race book).

Na ânsia por seguir, muitos navegadores confundiram a trilha plotada no mapa por outras trilhas menores, utilizadas pelos moradores da encosta. Isto, somado ao fato das bananas serem praticamente a única cultura cultivada no morro, fez com que este se tonasse o primeiro ponto crítico de navegação.

A trilha certa estava um pouco mais adiante, bem marcada, e a pequena placa preta estava “camuflada” no bananal, no meio da descida. Muitos passaram correndo ao lado dela, olhando para o chão, e só depois voltaram para ler o que estava escrito: Ecomotion Short Adventure (3x).

Voltamos a praia e ao local da largada (agora AT2, PC 6) onde pegamos os ducks. Contornamos duas ilhotas (PCs virtuais estavam localizados no oposto da ilha) e seguimos remando ao lado de um costão de pedras até a foz do rio Quiririm, onde realizamos o Special Test surpresa: Duck-Surf.

(João, no leme...)
- Jorgê!! Tá vendo as ondas? Nós vamos dropar!

(e eu)
- Beleza, vamos com tudo!

(segundos depois)
- Olha só, tá cavando, rema FORTE, rema, REMA...
- Uhuuuu!

Logo depois o duck virou de lado na onda e capotou. Perdemos tudo que estava no barco, inclusive o mapa.

É impressionante observar os efeitos psicológicos de pequenos erros como este. Fomos ultrapassados por umas 5 equipes e perdemos outros 5 minutos nos recuperando da “vaca”. Para nosso alívio, o João achou o mapa, e logo seguimos nosso caminho já não tão dispostos quanto antes.

Apesar do “susto”, foi a melhor remada das últimas provas, principalmente pelo visual das ilhas e do continente. Alguns competidores reclamaram da presença de PCs virtuais na prova. Afirmam ter visto algumas equipes que desviaram o caminho e não passaram por eles. De fato, nenhum PC cobrou a informação referente a eles.

Encontramos nosso apoio no PC 9 e logo saímos, percebendo que grande parte dos competidores que haviam nos passado, ainda estava por alí. Atravessamos o rio e chegamos em uma bifurcação. Seguimos pela direita junto com outros amigos competidores. Depois da prova, descobri que o caminho a esquerda era roubada. Neste ponto estava o segundo ponto crítico da navegação. Os que seguiram a esquerda tiveram que fazer um pequeno vara mato até acharem novamente a trilha certa, que seguia sobre o costão, voltando em direção a praia de Ubatumirim.

Continuamos seguindo o ritmo forte imposto pelos líderes da prova. Nesta hora nossa inexperiência em provas desta natureza começou a pesar. Em tempo: era apenas nossa terceira participação em provas curtas. Senti cansaço, diminuí o ritmo, mas continuamos correndo. Tive que concentrar em meu corpo e em minhas necessidades fisiológicas – água e comida.

Nestas horas percebemos nossas fraquezas e limites. Percebemos também que temos a capacidade de controlar tudo isto mentalmente, minimizando erros e focando o objetivo final.

O caminho seguia a nordeste, saindo da praia, atravessando um riozinho e passando por uma trilha no mato, com solo barrento, até a rodovia onde estava localizado o PC 10.

Chegamos finalmente. Nosso apoio logo avisou:

- Vocês estão em 11 º lugar geral!

Tudo o que era meditação, passou a ser motivação.

Eu nem estava acreditando (talvez até ele tenha errado, mas na hora funcionou), e sem perder tempo peguei uma caramunhola com água e subi na bike.

Aos poucos melhorei, voltando ao ritmo normal. Faltava apenas o pedal e o rapel. Em pouco tempo poderíamos, enfim, descansar.

E foi neste trecho que nosso principal erro ocorreu. Não achei que o “corta caminho” pela trilha fosse boa opção. Pura ingenuidade. Seguimos pela estrada - caminho mais longo - e acabamos perdendo muitas posições. Infelizmente esta mesma ingenuidade atingiu outros competidores também (uns por opção e outros porque perderam a entrada, falta de atenção), fazendo deste o terceiro e último trecho crítico na navegação da prova.

Seguimos até o rapel em uma cachoeira. Apenas um competidor faria a descida, que tinha ancoragens em 3 pontos de saída. Fluiu bem.

Cruzamos a linha de chegada desgastados, mas felizes por nossa superação. (até o momento não foi divulgada a classificação final).

O mesmo sentimento estava estampado na cara de todos os competidores com quem conversei. Todos satisfeitos com a logísitca da prova, com a beleza do lugar e sobretudo, consigo mesmos.

Em suma, os pequenos detalhes a serem melhorados em nada ofuscaram o sucesso da prova. E em tempos de poucas provas longas, foi um belo dia de treinamento para as competições do segundo semestre.

PS.: Nesta prova realizamos testes em mais dois modelos de óculos Chilli Beans que se mostraram extremamente eficazes tanto no mountain bike quanto no treking, destacando-se o design, aderência e visibilidade. Só faltava boiar...

A equipe Espírito Livre/ Adventuremag conta com apoio:
...o tao do pedal..., Noventa Graus, Biomecânica Funcional, tênis Salomon, mochilas Deuter, Solo e Chilli Beans.

Mais informações sobre a corrida: www.ecomotion.com.br/shortadventure

Jorge Elage
Por Jorge Elage
22 Jun 2004 - 21h44 | sudeste |
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