O alvorecer deu a impressão que o dia seria de muito sol e às nove horas largamos, preparados para o que viria ser um prova extremamente rápida. Foram aproximadamente 45 quilômetros, grande parte percorrida de bicicleta.
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O início da prova, ao som de buzinas e fogos de artifícios, motivou grande quantidade das duplas iniciantes na modalidade, que saíram aceleradas para o trecho inicial em mountain bike. O relevo acidentado, com subidas e descidas de baixo desnível, aos poucos minou a energia dos mais adrenados.
Seguimos de trekking por dentro de um ribeirão e depois de um trecho de estrada de terra pegamos as bikes novamente para seguir à segunda área de transição, esta sim um pouco mais distante e com subidas um pouco maiores.
A navegação não estava muito complicada, adequada para o perfil dos competidores. Tinha dupla de pais e filhos e casais de namorados. Os que lá estavam para competir, logo mostraram serviço e ao final do segundo trekking, transição para as etapas de vertical, já se definia o panorama geral das primeiras colocações. Começou a chover.
Foram 3 postos de controle coordenados pela equipe da Grade VI. PC 11 – ascenção, PC 12 – rappel e PC 13 – falsa baiana. Em todos os postos havia grande quantidade de equipamentos disponíveis aos participantes, e vários pontos de saída, garantindo um fluxo constante, sem maiores complicações. Plantamos ainda uma mudinha de árvore próximo a Pedra da Águia, garantindo uma mínima colaboração com o meio ambiente. Bacana.
Até então eu e minha parceira, Flávia Valieri, fazíamos uma corrida progressiva, empenhados em não deixar que a dupla mista que liderava a prova não abrisse muita vantagem.
O controle feito pelas máquinas eletrônicas da Totem (tecnologia herdada das provas de rally), apesar de muito eficazes, tiram aquele gostinho de assinar a planilha e ver exatamente quantos minutos a frente estão os líderes da prova - a menos que a dupla pare e pergunte ao fiscal. A resposta pode demorar uns minutos. Por outro lado, sobram aspectos positivos. Ao término da prova (diferente da etapa do Ecomotion) podíamos acompanhar nosso rendimento, saber exatamente os minutos e segundos de nossa performance, e relacioná-los com os tempos de outras equipes – parâmetros para uma auto-análise mais eficaz. Sem falar que na chuva torrencial que caía, não houve necessidade de usar canetas “hidráulicas” para assinar as folhas encharcadas dos PCs convercionais.
Enquanto eu fazia o rappel, Flávia descobriu que estávamos entre os 5 primeiros colocados, notícia que nos deu a motivação necessária para continuar no ritmo forte que desempenhamos desde os primeiros PCs. Estava na hora de dar o máximo.
Na correria, saindo do “campo de pedras e bolders” onde realizamos as etapas de vertical, passamos diversas equipes que procuravam a estrada correta, e por poucos minutos chegamos a correr no 3 º lugar geral. Logo fomos ultrapassados novamente pelas duplas masculinas e continuamos correndo lado a lado com Gabriela Carvalho (Lobo Guará) e seu namorado Rodolfo Portella (Brother Loucos por Natureza), os líderes da nossa categoria.
Chegamos juntos ao PC 14, ultima transição, onde pegamos as bicicletas e saímos para os últimos 15 km de pedal numa estrada de asfalto, encharcados pela água.
Sabíamos do potencial da dupla concorrente, e desejávamos a vitória, mas a sintonia do casal fez a diferença e a dupla da equipe JEC (chegaram até a pensar em inventar uma penalidade por “falsidade ideológica”) acabou chegando 3 minutos a nossa frente.
Em tempo, eu havia conhecido minha companheira de prova a menos de 6 horas (era meio dia quando chegamos). Na realidade, mal sabia eu da grata surpresa que seria competir com a forte Flávia, quando ela me pegou em casa em São Paulo, às 6:30 da manhã, poucas horas antes da largada, e se apresentou:
“Oi, tudo bom, eu sou a Flávia” (havíamos combinado tudo por telefone)
E eu:
“Encantado (não tem nem como!)...”
Indicada por um amigo comum – valeu Pin – a sintonia da dupla esteve boa e cruzamos a linha de chegada bastante felizes com a 2ª colocação da categoria mista – 5ª geral, pois sabíamos ter deixado muito marmanjos para trás.
Não posso deixar de parabenizar principalmente a Gabi, uma das mais completas atletas da modalidade atualmente, que deixa temporariamente as corridas de aventura para realizar uma cirurgia no tornozelo. Sorte, tudo de bom na sua recuperação. Esperamos poder vê-la novamente nas provas em breve.
Também sobram elogios aos organizadores do evento, que com muita competência souberam montar um ótimo percurso, contaram com grande quantidade de recursos humanos na cobertura da prova Realmente um excelente evento, focado no público da regional e na iniciação de novos competidores, com a estrutura necessária para propiciar toda a satisfação e alegria aos participantes – câmeras filmadoras e entrevistas, prêmios, troféu em madeira para todos os participantes e até helicóptero. Parabéns à iniciativa da Try On nas novas parcerias com as corridas de aventura, em diversos níveis. Trata-se de um segmento em franco desenvolvimento que depende de apoios e incentivos das marcas esportivas, garantindo a evolução e o crescimento da modalidade no país.
A equipe Espírito Livre/ Adventuremag agradece ao 'chefe de equipe' Togumi pelos incentivos e aos parceiros que tem apoiado a nossa evolução esportiva: ...o tao do pedal..., Salomon, Deuter, Solo, Chilli Beans, 90 graus e Biomecânica funcional.
Não deixem de conferir a nossa nova página na web, que fala da equipe de aventura e ainda detalha todas nossas atividades nos segmentos educação física, esporte e aventura. Acesse: www.espiritolivre.net
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