Muita lama na etapa Juquitiba do Circuito Ultimate Adventure

Por Wladimir Togumi - 19 Jul 2004 - 18h17

Frio, chuva, lama, muitas transições e sete modalidades foram os ingredientes da segunda etapa do Circuito Ultimate Adventure, que aconteceu no último sábado (17/07) em Juquitiba, São Paulo. Um dos diferenciais do circuito Ultimate Adventure é a possibilidade de revezamento de um dos atletas por um integrante da equipe de apoio nas áreas de transição. A corrida teve a participação de 53 equipes, formadas por 3 competidores, mistas ou não, que chegaram cedo na Fazenda Sama, local da largada, para preparar os equipamentos.

 

 


Largada na Fazenda Sama. Corrida teve a participação de 53 equipes
© Fernando Monteiro


Apenas dois atletas remavam na etapa de canoagem
© Fernando Monteiro


Costeira até o PC13
© Fernando Monteiro


Corrida teve duas seções de rafting
© Fernando Monteiro


O muro de 4 metros foi um dos Special Tests
© Fernando Monteiro

Mas o mal tempo não foi nenhuma surpresa já que no briefing os atletas já sabiam o que iriam encontrar pela frente. A previsão do tempo indicava chuva e talvez as etapas de mountain bike até São Sebastião e travessia em gruta, ainda no começo da prova, tivessem de ser canceladas. E assim aconteceu.

A organização da Ultimate Adventure tomou todo o cuidado possível no caso da mudança de tempo. Para isso, existiam três rotas alternativas, a rota Azul, a Cinza e a rota Negra e uma delas teve de ser usada, “Tínhamos três rotas preparadas, uma para dia de Sol, a rota Azul, outra para dia nublado com pequena garoa, a rota Cinza e como choveu a noite toda tivemos que optar pela rota Negra” explica Márcio Franco, Diretor de Prova, “foi uma prova com muitas novidades, em pequenas doses, os atletas vivenciaram situações de uma corrida de aventura de longa duração”.

Logo no check-in a equipe era informada da mudança e tinha que anotar as coordenadas dos PC's 09 e 10, que não foram entregues no dia do briefing. As equipes largaram às 09:00h e logo de cara enfrentaram muita lama nas mountain bikes. Com a mudança de percurso as equipes seguiram direto para o PC5, onde fizeram a transição para o trekking e canyoning e depois voltaram para as bicicletas para completar o total de 27 km de mountain bike, com final no PC10 e local do primeiro contato com sua equipe de apoio. Para as equipes foi muito bom não precisar mais utilizar a mountain bike a partir desse ponto porque a lama acumulada acabou com os freios e o cuidado com as correntes teria que ser redobrado para a equipe não ficar no meio do caminho ou perder muito tempo no conserto.

Depois da transição as equipes caminharam por aproximadamente 3 km até encontrar as canoas e remar por um trecho de 3,5 km. A embarcação permitia que apenas dois atletas remassem, portanto o terceiro atleta ia sentado no meio do caiaque. Do PC12 as equipes deixaram seus caiaques e fizeram um pequeno trecho de costeira até chegar no PC13, onde faziam a descida de uma pequena corredeira, no final do rio Juquiá.

Do PC14 os atletas seguiram de trekking até o sítio da Canoar, onde estavam montados os Special Tests: transpor um paredão de 4 metros com cordas e a travessia do rio Juquiá com a “barca furada” (jangada construída com bóias de caminhão e madeira). Depois dos testes as equipes seguiram para o trecho final da corrida fazendo o rafting com chegada no sítio da Canoar. Ao todo, foram 27km de mountain bike, 10km de trekking, 3,5 de canoagem, 1,5 de costeira, 3km de rafting e special teste, tudo isso com uma orientação por mapa topográfico que exigiu muita atenção por parte dos navegadores das equipes.

Para Manoel Carvalho, capitão da equipe Mantra, a corrida foi bastante dura fisicamente, principalmente por causa da lama. Ele teve o câmbio quebrado logo nos primeiros 5km de corrida e fez praticamente todo o trecho empurrando a bicicleta. A equipe chegou no PC10 na 38a posição, mas conseguiu se recuperar na etapa de canogem.

"No remo, quem não foi estritamente pela bússola se deu mal. Na saída, logo que pegávamos os caiaques, o caminho mais visualmente óbvio era a 60º a leste do caminho correto e vimos pelo menos 5 equipes indo por aquele caminho para depois, voltar. Quem tentou adivinhar no visual onde parecia o caminho mais óbvio se deu mal. Em suma, saímos do remo em 17º lugar. Recuperamos nada menos que 21 posições", disse Manoel. "A organização do Ultimate faz com que sempre exista navegação elaborada e técnica o que deixa a prova aberta e competitiva até o final. Se você está mais atrás, existe sempre a esperança de ganhar posições no trecho final com a navegação bem feita e se está na frente, não pode descuidar, pois poderá errar e da mesma maneira, perder muitas posições num piscar de olhos, o que engrandece a competição", completa.

A todo o momento os ponteiros se revezavam nas primeiras colocações, criando um mistério sobre qual equipe venceria a prova. A Mamelucos/Landscape, da corredora de aventura Cris Carvalho, apontava como uma das favoritas. Mas quem se deu melhor, mesmo depois de errar a navegação em dois trechos, foi a equipe masculina Espírito Livre/AdventureMag, formada por Jorge Elage, João Bellini, Edgardo Zabala e Nico Kimura, que cruzou a linha de chegada às 15h06.

“Viemos para ganhar”, afirmou Jorge Elage, capitão e navegador da Espírito Livre. “Fizemos nossa primeira prova há três anos aqui mesmo em Juquitiba e já era hora da gente ganhar".

Uma das estratégias do time vencedor foi deixar o navegador sentado no meio do caiaque analisando o mapa, enquanto os outros dois remavam. “É muito importante dizer que o trabalho em equipe foi fundamental para essa vitória”, concluiu Zabala, junto aos companheiros.

Em segundo lugar na geral e primeiro na mista ficou a Matero/Kailash/Empório Aventura, que chegou às 15h23. A equipe, comandada por Fran, um dos mais experientes atletas de aventura do País e participante de todas as principais provas já realizadas até hoje, andou na frente o tempo todo. O frio e a lama foram os principais obstáculos. “Lideramos quase toda a prova. Dos 16 PCs, passamos em 1º lugar em 11. Somente depois da escalada, onde tivemos mais cuidado, por causa do braço da Nelma, é que eles nos passaram”, comentou Machado, que é professor de Educação Física na Fefis, onde coordena um curso de extensão universitária em corridas de aventura. “Sem dúvida, o mountain bike foi a parte mais dura, por causa das condições do terreno, mas navegamos muito bem, sem erros. Foi tudo redondo”, frisou Fran.

A Mamelucos/Landscape terminou na terceira colocação na geral, mas foi a segunda equipe mista, chegando no Sítio Canoar às 16h16. “Eu errei na navegação e acabei pegando uma entrada antes num trecho de trekking. Foi bobeira”, disse Caco, navegador da equipe, justificando o terceiro lugar. A única equipe feminina e vencedora da categoria foi As Penélopes, que chegou na sétima colocação na geral, às 16h42.

Classificação Final/etapa Juquitiba
1) Espírito Livre (masculina)– 15h06
2) Matero/Kailash/Empório Aventura (mista) – 15h23
3) Mamelucos/Landscape (mista) – 16h16
4) Gaia (masculina)– 16h23
5) Curupira (masculina) – 16h24
6) Endurance Adventure (mista)– 16h35
7) As Penélopes (feminina) – 16h42

Premiação - As três melhores equipes na etapa receberam um kit de produtos Salomon das mãos das meninas da equipe Clight Salomon Atenah, patrocinadas pela marca e que estiveram em Juquitiba apreciando a competição. Receberam também bônus na inscrição para a próxima etapa do Circuito. A equipe que ganhou um caiaque duplo da Caiaker no sorteio foi a Endurance Adventure, do atleta e organizador de corridas Said Aiach Neto.

Mais informações podem ser obtidas no site www.ultimateadventure.com.br

Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
19 Jul 2004 - 18h17 | sudeste |
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