Resultado final da Brasil Wild - Poços de Caldas/ Caconde

Por Wladimir Togumi - 09 Set 2004 - 14h08

A primeira edição da corrida Brasil Wild foi realizada nesse final de semana entre os municípios de Poços de Caldas (MG) e Caconde (SP). A corrida teve a participação de 18 equipes de São Paulo, Paraná, Brasília, Minas Gerais e do Uruguai. Os competidores enfrentaram o percurso de 178 Km nas modalidades de orientação, trekking, mountain bike, rafting, canoagem em ducks, técnicas verticais, ride'n run e flutuação.


Fotografia por satélite da cidade de Poços de Caldas. A cidade se encontra na cratera de um vulcão extinto
© Embrapa
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Poços de Caldas fica localizada em um planalto formado por montanhas, colinas, campos e vales tem no turismo sua principal fonte de renda. O município está localizado na cratera de um vulcão extinto, sendo esta a razão da existência de tantas variedades de minérios, bem como de águas termais que emergem do solo a 45ºC.

A corrida foi bastante dinâmica, com pernas curtas e muitas transições, exigindo bastante do navegador. Como as equipes estavam sempre bem próximas uma das outras, qualquer erro poderia fazer com que caíssem algumas posições.

Antes da largada foi realizado um prólogo com as equipes percorrendo as ruas do centro da cidade em charretes típicas da região. De volta à praça da Urca as equipes, ansiosas pela largda, já podiam ver o primeiro objetivo: subir um desnível de 300 metros até a estátua do Cristo Redentor para encontrar a trilha que levava ao PC1. A subida forte já começava a separar as equipes e o primeio pelotão já começava a se distanciar.

A primeira equipe a chegar ao PC1 foi a Mitsubishi Salomon Quasar Lontra, apenas um minuto à frente da Oskalunga Brasil Telecom. Logo depois chegou a Paranaventura Financeira Renault. As primeiras equipes, sempre correndo, terminaram o trekking de 18 quilômetros na ponte João Nery, onde fizeram a primeira transição e partiram de bicicleta pelas margens do rio Pardo para um percurso de 15 quilômetros até o município de Palmeiral, início da etapa de duck nas águas da represa Graminha. As primeiras posições se mantiveram e as equipes entraram na água no início da noite. A escuridão passou a ser mais um desafio para os navegadores, que tiveram que encontrar o caminho correto nas diversas entradas e braços de rios da represa.

Fazendo uma navegação precisa, a equipe Paranaventura/Financeira Renault (PR) chegou na primeira colocação no PC6, na Prainha, seguida da Oskalunga Brasil Telecom (DF) e Martim Pescador (DF). A Mitsubishi Salomon QuasarLontra (SP), que vinha na liderança, pegou um caminho errado e perdeu alguns minutos preciosos que lhe tiraria a vitória no final da corrida. A navegação noturna dificultou bastante o trabalho das equipes, que levaram até 4 horas a mais que as primeiras para completar a seção.

Após 17 quilômetros por estradas as equipes chegavam na Fazenda Macuco para a seção de ride'n run. Nesse PC as equipes poderiam fazer uma opção estratégica:

  • se dividir em duas duplas para alcançar os postos de controle 8, 9 e 10, ou;
  • dois atletas descansam enquanto os outros dois encontravam os PC's

As maior parte das equipes optou por se dividir e, depois de encontrados os PC's virtuais, os atletas se encontraram novamente e seguiram de bicicleta para o Restaurante Caboclinho. A 300 metros da área de transição um cavalo cruzou a estrada na frente da atleta Rosângela Hoepner, integrante da equipe Eco2, e ela não conseguiu desviar a tempo e bateu no animal. Apesar de não ter acontecido nada muito grave, a atleta sofreu várias escoriações e chegou a quebrar o capacete no acidente e a equipe decidiu parar.

No PC13, conhecido como Fuga, as equipes iniciavam a flutuação. É nesse local que as águas voltam para o Rio Pardo depois de passar pelas turbinas da Usina Hidrelétrica Graminha. Nadando ou se deixando levar pela corrente as equipes chegavam no PC14 um quilômetro abaixo para pegar os botes e iniciar a descida dos 8 quilômetros de rafting no Rio Pardo. As equipes Paranaventura/Financeira Renault e Oskalunga Brasil Telecom seguiam praticamente juntas na liderança da corrida e vinte minutos atrás vinha a Mitsubishi Salomon QuasarLontra. A distância para a Clight Salomon Atenah, quarta colocada, era de aproximadamente 1 hora.

No PC15 as equipes seguiam para um trekking de 11 quilômetros até o PC19. Apesar da pouca distância os atletas subiram cerca de 400 metros de altitude em aproximadamente de 2 quilômetros até a Capela do Pontão, localizada no pico da montanha e com vista para toda a região do vale do Rio Pardo. Como não conseguiam encontrar a trilha correta durante a madrugada, as primeiras equipes decidiram "rasgar o mato" e subir direto para o PC. Os fiscais não acreditaram quando viram as lanternas se aproximarem pelo paredão e a navegação precisa do francês Gilles Martinon levaram os atletas exatamente no posto de controle.

O posto de controle 17 era estratégico e a passagem não era obrigatória mas quem conseguisse encontrar a frase "navegar é preciso", ganhava um bônus de 25 minutos no tempo final da corrida. A equipe Adventure Gears/Espirito Livre, que saiu do rafting na frente da equipe Ecosystem e ganhou algumas posições durante a madrugada, pegou um caminho errado e perdeu a vantagem de uma hora em cima dos paranaenses, que ultrapassou a equipe e chegou antes no rapel. Depois de fazer o rapel na Cachoeira Fortaleza as equipes chegaram na última área de transição. A equipe Oskalunga Brasil Telecom foi a primeira mas a poucos metros perceberam que o pneu de uma das bicicletas estava furado. A equipe trocou rapidamente a câmara, mas esqueceram de procurar a causa do furo e tiveram que fazer uma nova troca, ficando quase 15 minutos parados, enquanto a Paranaventura chegava na transição. Mas a equipe brasiliense estava em vantagem já que a Paranaventura não tinha encontrado o PC virtual e perderam o bônus de 25 minutos.

Na última seção, com 59 quilômetros e a mais longa de todas, as equipes enfrentaram muitas subidas com as bicicletas até a chegada na Praça da Urca. As primeiras equipes completaram o trecho com uma média de 6 horas. Além das subidas intermináveis o calor foi outro fator que os atletas tiveram que enfrentar durante o dia. A Oskalunga Brasil Telecom foi a primeira equipe a cruzar a linha de chegada, às 12:57h de domingo, totalizando 22:14h de prova e a equipe Ecoxperience/Guarani foi a última a cruzar a linha de chegada, depois de 53 horas de corrida.

A corrida foi muito bem organizada e os elogios vinham de todas as partes. "A prova foi de alto nível técnico, com uma grande variedade de modalidades e uma orientação exigente, tudo que um corredor de aventura espera de uma prova, sem contar a presença das melhores equipes do Brasil", comentou Bruno Sperandio, capitão da equipe Ecosystem (PR).

"O lugar onde a prova passou foi belíssimo, montanhas, rios, cachoeiras, represa e matas, a organização ofereceu um percurso duro mas muito bonito, extremamente recompensante, extraindo todo o potencial da região para a realização de uma prova", completou.

Classificação Final

1º lugar - Oskalunga Brasil Telecom
2º lugar - Paranaventura
3º lugar - Mitsubishi Salomon QuasarLontra
4º lugar - Clight Salomon Atenah
5º lugar - Martin Pescador
6 º lugar- Ecosystem
7 º lugar - Adventure Gears/Espirito Livre
8 º lugar - Suindara
9 º lugar - Ecoxperience / Guarani

Mais informações: www.brasilwild.com.br

Wladimir Togumi
Por Wladimir Togumi
09 Set 2004 - 14h08 | sudeste |
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