Peugeot Eco-Adventure - Cataratas do Iguaçu

A segunda etapa do Peugeot EcoAdventure aconteceu nas região das Cataratas do Iguaçu entre os dias 30 de junho e 01 de julho de 2001. O Brasil esteve representado por 03 equipes: Atenah, Storm/Bike North e Suindara. Esta última foi a única equipe brasileira a terminar a corrida.

Vista aérea da largada, com as cataratas ao fundo Foto: Anderson Martines

A corrida também teve a participação de Laurent Maubré, organizador da RioEco no Brasil. Sua equipe, RioEco France, terminou em terceiro lugar, à 15 minutos da primeira colocada e 8 minutos da segunda. Leia o relato da equipe Suindara abaixo.

Segue relato da equipe Suindara:

A prova na Argentina foi um tremendo desafio para nós e exigiu um esforço físico enorme de todas as equipes participantes. Tanto que das 51 equipes apenas 22 conseguiram completar a prova. Estamos muito contentes porque a SUINDARA está dentre essas 22 equipes e fomos a única equipe brasileira a terminar a corrida. Ficamos na 10a colocação na categoria mista, onde competiram várias equipes com vasta experiência internacional, como o Ecochallenge e o Raid Raguloises.

A corrida foi técnicamente simples em termos de navegação o qual definiu um ritmo muito forte desde o começo ao ponto de parecer mais um triatlon do que uma prova de aventura. Foram 156 km divididos nas seguintes modalidades:

Trekking - 80km
Mountain Bike - 125km
canoa inflável - 45km
natação - 500mts
cordas - 400mts
Coastering - 5km

O bom desempenho da equipe foi garantido pelo entrosamento inigualável e o inesperado condicionamento físico ao nível de triatletas. Nas 39 horas de corrida tem muitas anedotas que será difícil resumir agora mas pelo menos comentarei algumas.

Fomos tremendamente privilegiados ao poder fazer coisas que foram exclusivamente permitidas pelo Parque Nacional de Iguazu para esta prova e
que dificilmente serão repetidas. Nós nadamos à 300 metros da queda de água
mais impressionante do mundo, a Garganto do Diabo, com direito a ondas, turbulências e muita, muita adrenalina. Isso foi só no começo. No fim da prova fizemos a mesma travessia, mas pelo ar, pendurados os 3 competidores numa tirolesa que atravessava a imponente catarata desde a ilha San Martin (não vou falar da segurança na parte de cordas que foi meio fraca, porem ninguém caiu no rio).

A etapa de bike foi completada graças ao que foi chamado de: "El Trencito de
la Alegria". Levamos um mecanismo de reboque nas bikes do Danilo e minha. O Danilo foi a locomotiva da etapa de bike e fizemos literalmente um trenzinho
de bicicletas que impressionou a todos. Foram 125 km dos quais não vou querer
relembrar muito.

As etapas de trekking poderiam bem ser chamadas de slidding. Pelo menos eu fiz grande parte do trecho escorregando na lama infinita que cobria tudo
aquele lugar. Teve quedas espetaculares com pernas pro ar ao melhor estilo de
bale clássico. Nesta etapa muitos competidores ficaram com sérias lesões musculares.

Pegamos as bikes às 2h da manhã e após um trecho de asfalto entramos na terra. Como a equipe estava cansada resolvemos dormir um pouco (40 min) para andarmos menos no escuro, quando era muito perigoso o sistema trenzinho. Depois deste descanso foram longa horas subindo ladeiras bem íngremes e ultrapassando algumas equipes.

Terminamos o martirio das bikes (125 km de uma vez só!!) por volta das 15:30. Tinhamos de chegar no corte da tiroleza antes das seis, o que não foi muito díficil. Depois de fazermos a espetacular tiroleza e um rapel que não deixará muitas saudades devido ao seu grau técnico elevado e a segurança (rapel em cachoeira com Stop!!!!) e sem corda de resgate.

Dai partimos para mais uma correria para chegarmos até a ultima área de corte, que fez com que entrassemos em uma fria, com costeira noturma e travessia de um braço de água gélida até quase o pescoço. Depois deste trecho faltavam cerca de 20km (acho que foram muitooooooooo mais....) de trekking,
o que para mim foi o grande martírio. Quase não agentando com meu própio peso, segui me arrastando atrás do Victor e da Dani, pensando em como seria bom dormir ali.....

Depois de infinitas horas, chegamos na tal da chegada, onde o Victor nos arumou um quarto de hotel chique, onde eu desmaiei e encontrei no outro dia vestígios de uma odisséia gastronômica.

Realmente foi uma prova diferente, onde o entrosamento Suindaresco se mostrou excelente, não tendo sido computado nenhum atentado a vida dos integrantes.

Colaboração - Danilo Olzon e Vitor Lopes - Equipe Suindara