Imaginem a adrenalina que corria em nossos corpos durante a interminável contagem final 10, 9, 8 ... 1 e a "boa sorte a todos!!" de Sebastian Tagle, diretor da corrida, para largar à toda velocidade junto à 51 equipes de todas as partes do mundo.
Como passe de mágina já estávamos correndo em um ritmo forte. Desde o início nos colocamos em boa posição e fizemos os primeiro 5 km em torno de 20 minutos, para chegar às quedas d'água da "Garganto do Diabo".
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No local, com as mochilas e com a ajuda de nadadeiras, cruzamos à nado até a Ilha de San Martin; é difícil explicar a impotência que se sente ante a tremenda força da natureza. Correndo por passarelas e passando por diversos postos de controle, chegamos rapidamente à costa para depois nadar novamente até terra firme.
Após transitar durante algumas horas pela mata, pegamos os ducks e remamos por 45 longos quilômetros pelo caudaloso rio Paraná, lutando corpo a corpo com outras 5 equipes. A pressão era tanta que ninguém diminuia o ritmo, nem mesmo para tomar água.
Após 20 km um dos integrantes da equipe tinha de descer da canoa e correr até o ponto onde simbolicamente se juntam os três países: Brasil, Argentina e Paraguai. Saí à toda velocidade atrás de cinco competidores e, ao terminar, vimos com satisfação que estávamos em segundo lugar. No momento de subir no duck, caí em cima de um remo, que obviamente quebrou.
A partir deste ponto remamos os 25 quilômetros finais com dois remos e Agustina fazendo leme com os braços.
Novamente na selva a equipe se separou. Enquanto Alejandro fazia ascensão em corda nós subimos por uma trilha. Ao nos juntarmos novamente, caminhamos por dentro de um rio e chegamos ao PC11. Neste PC encontramos nossas caixas com comida e roupa. Já havia passado mais de 6 horas de corrida então nos reabastecemos e pegamos todos os equipamentos obrigatórios para as próximas etapas.
Depois de um longo trekking e passar por uma magnífica tirolesa sobre as árvores gigantes em companhia da equipe Avespolo Olavarria, chegamos às mountain bikes. Verificamos rapidamente os equipamentos obrigatórios e partimos para percorrer os 125 km de percurso da etapa. As primeira horas renderam bastante, quando tentamos diminuir a distância entre os primeiros colocados e manter a segunda colocação.
Os últimos quilômetros nas bicicletas pareciam intermináveis, até que às 5h 23min se terminou uma das partes mais difíceis da corrida. Neste PC não se podia continuar até as 07h15min, o que foi muito bom para nós, já que era a última vez que nos encontraríamos com as caixa, onde pudemos nos trocar, comer e dormir um pouco, sem se preocupar com a equipe que vinha atrás.
Às 07h20min saímos correndo rumo as cataratas já com algumas dores no corpo. Agustina vinha sentindo muitas dores mas nos surpreendeu com sua garra para continuar.
O Peugeot EcoAdventure não deixava de nos surpreender; impossível explicar com palavras a sensação que tivemos ao descer de tirolesa do alto das cataratas. Logo depois descemos de rapel por um dos saltos de água - a sensação foi alucinante.
Já faltava pouco, apenas uns 35km e seguiamos em primeiro com bom ritmo. Entre trotes e caminhadas entramos na mata para percorrer um trecho de 5km de costeira. Em poucos minutos a equipe Banco Francés nos alcançou e continuamos juntos. Sabíamos que para ganhar, deviam recuperar uma diferença de 1 hora, refente ao dark zone no final da mountain bike.
Ao ver a linha de chegada, notei a emoção e alegria nos olhos
dos meus companheiros e não precisava fazer nada a não ser desfrutar
deste momento que tanto nos custou. Cruzamos a linha de chegada e, com um forte
abraço e algumas lágrimas, festejamos o triunfo de uma equipe
formada por muitas pessoas: familia, amigos e patrocinadores, que sempre estão
conosco e a quem desejamos nossos agradecimentos.
04 Jul 2001 - 00h36 | geral |
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