Há seis anos, na manhã do dia 20 de outubro de 1998, noventa atletas se alinharam na pequena cidade de Paraibuna (interior de São Paulo) para a largada da Expedição Mata Atlântica, primeira corrida de aventura do Brasil. A prova teve um percurso de 220 quilômetros de trekking, canoagem, orientação e mountain bike.
Desde aquele ano as corridas de aventura vêm se espalhando pelo país, aumentando a base de atletas dispostos a enfrentar a natureza utilizando modalidades não motorizadas em percursos que cruzam desde os pampas gelados do Rio Grande do Sul até a floresta amazônica no Pará, com a realização de eventos nos quais mais de 400 pessoas se espremem debaixo do pórtico, esperando pelo início da prova.
Aos poucos os patrocínios começaram a aparecer, melhorando o preparo físico as equipes e permitindo mais premiações pelos organizadores. Isso tornou a modalidade mais competitiva e o ritmo de prova aumentou. Já se foi o tempo em que as equipes realmente andavam no trekking e não corriam como loucos.
Em 2004 foram mais de cem corridas organizadas em praticamente todo os estados brasileiros, em diversos formatos, por exemplo, com dias ou semanas de duração; noturnas; formadas por quatro, três ou dois integrantes; com ou sem equipe de apoio; e com a substituição por outro atleta na área de transição.
No ano passado, as corridas curtas dominaram o mercado com seu formato fisicamente e financeiramente mais acessível. O ano também pode ser lembrado pelo quase surgimento de uma entidade para regulamentar o esporte. Após um desentendimento entre organizadores um grupo de pessoas se mobilizou para tentar montar a Associação Brasileira de Corrida de Aventura – ABCA – que infelizmente não se realizou. Com o crescimento desordenado do esporte ela poderia ser uma importante ferramenta para qualificar os eventos e garantir a participação segura e saudável dos corredores de aventura de todo o país.
Em 2005 média duração – Esta ano tem tudo para ser o ano das corridas de média duração, realizadas em finais de semana normais e prolongados. O primeiro motivo é o fato de existir um nicho de corredores que se sente melhor nas provas de resistência do que nas de explosão. São atletas mais antigos, que começaram fazendo as provas do antigo Circuito Brasileiro. O segundo motivo é porque os “novos” atletas que passaram um ou dois anos fazendo provas curtas agora procuram ousados (e mais longos) desafios. Muitos têm o objetivo de participar de uma corrida com vários dias de duração e querem se preparar da melhor maneira possível.
Isso não quer dizer que as provas curtas serão deixadas em segundo plano. Ao contrário: novas corridas surgem e as antigas continuam recebendo investimentos dos organizadores, aumentando o leque de opções dos corredores de aventura.
Então é hora de abastecer sua caixa de equipamentos, preparar sua lanterna, comprar sua comida, verificar se sua saúde está em dia, treinar e se preparar para a largada. O ano trará todos os tipos de desafios para quem ama os esportes de aventura.
Coluna publicada na revista Adventure Camp Magazine, que já se encontra nas bancas.
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