Perfil: Equipe Cururu Brasil Telecom

A Equipe Cururu Brasil Telecom de corrida de aventura aposta na constante troca de informações para “driblar” as distâncias entre seus componentes. Mesmo sem treinar em conjunto, a sintonia é grande entre Hércules de Barros (capitão), Artur Inoue (navegador), Fabiana Ferreira e João Carlos Scarpa, todos de São José dos Campos (SP), e Adriano de Pinho (navegador), de Brasília. Os recursos mais utilizados para manter o contato são os telefonemas e a internet.

A maior dificuldade da equipe está em conciliar trabalho, treino e familia. "Este é nosso maior problema e acho que da maioria das equipes que não são profissionais: tempo para se dedicar ou pelo menos treinar o mais adequado possível para não sofrer tanto nas corridas", explica Hércules.

“Trabalhamos e fazemos corrida de aventura, então é cada um por si. Porém, sempre estamos em contato para manter um nível similar de treinamento. Há uma troca constante de informações para que a carga seja equivalente”, explicou Adriano. Assim, os finais de semana são os dias de treinamentos mais fortes.

Hércules é engenheiro civil e Artur, professor de educação física. Fabiana divide suas atividades entre o jornalismo e a fotografia, além de ser instrutora de canoagem. João trabalha em uma distribuidora e Adriano faz parte da Diretoria de Relações Governamentais da Brasil Telecom.

Como começaram no esporte
As corridas começaram a ser divulgadas pelos jornais, revistas, televisão, etc. O Adriano foi escoteiro. Passou a infância na Mantiqueira e trabalhou muito tempo na região da Serra da Bocaina.... muitas trilhas de moto. Hércules nasceu e foi criado no interior, em Pariquera-Açu, onde as brincadeiras eram ir nadar no rio, construir jangadas de bananeiras, andar de bike (caloi barra forte, Monark ), com garupa e tudo. O espírito aventureiro sempre esteve conosco.

A Fabi também vem do interior. Nasceu na beira do rio em São Luiz do Paraitinga, onde trabalha como instrutora de canoagem e rafting na Proaqua. Fez balé, jazz, vôlei, participou de vários campeonatos de rafting e se apaixonou pelo remo. Jornalista e mãe de dois filhos (Maitê/9 anos e Kaike/ 2anos) divide seu tempo entre a profissão e os treinos.

Para ela é difícil falar do sentimento e das emoções de correr uma prova de aventura. "Só passando por todos os quilômetros da prova para saber, sentir uma mistura de vontade de vencer, desgaste físico, superar seus limites. Até onde conseguimos ir? Até onde nosso corpo pode chegar? Logo de cara minha 1ª prova foi uma Expedição Chauás, onde minha equipe na época completou a prova em 17 horas e para mim o momento mais difícil foi um treking no meio do charco em que nossa perna entrava na lama até a cintura, e assim durante três horas, pensei nos meus filhos, na cama quente onde eles estavam dormindo e em várias vezes pensei: como gosto de sofrer... Ninguém merece esses “perrengues”, mas corrida de aventura ou você ama ou odeia e eu, minutos depois de cruzar a linha de chegada, às 7:00h da manhã de um domingo ensolarado (a largada foi às duas da tarde do sábado), estava disposta a passar por tudo de novo, já pensando qual seria minha próxima prova."

O Artur nasceu em Atibaia interior de SP, praticou judô dos 8 aos 32 anos de idade, durante a sua infância, alem do judô, fazia caminhadas até a Pedra Grande, andava de bike,carrinho de rolimã e nadava.

O João foi nadador federado dos 4 aos 17 anos, tendo participado de vários campeonatos brasileiros e paulistas e nas suas férias colocava bota e calça comprida e se aventurava na mata, em busca de algumas pedras que de longe avistava, na fazenda de seu pai. Chegar nelas era uma glória. "Não há como ficar longe disso tudo. E quando se pode praticar um esporte que mistura tudo, acrescenta ai uma boa pitada de desafios, superações, garra, trabalho em equipe, conhecer lugares que só quem corre sabe o que é isso. Precisa falar mais?", diz João.

Escolha das corridas
Nas duas temporadas temporadas passadas o foco foi o Adventure Camp. No ano de 2004 a equipe participou ainda de duas etapas do Ecomotion Short Adveture. Apesar das dificuldades de treinamento, a equipe conseguiu melhorar seu resultados ao longo do tempo. "Em 2003 ficamos em 31º e em 2004 em 12º no ranking do Adventure Camp, onde participaram as principais equipes do circuito nacional", completa Hércules.

Para ele, o mais importante para a corrida fluir bem, além da preparação física, é o entrosamento da equipe, o respeito pela individualidade e dificuldade um do outro. Ou seja, um está melhor preparado para a bike, outro para o remo, o outro corre mais e assim unimos tudo isso através da determinação de cruzar a linha de chegada.

Para esse ano a meta é mais desafiadora: o Ecomotion Pro. O objetivo é completar a corrida e para isso a equipe está estabelecendo uma sequência preparatória evolutiva focando a grande corrida do final do ano.

Formação da equipe
A equipe foi montada em fevereiro de 2003 após um dia de rafting, voltando de São Luis do Paraitinga. Hércules e Adriano estavam conversando sobre as corridas de aventura e da possibilidade de montar uma equipe. Adriano havia participado da etapa de São Sebastião 2002 que contou com apenas 27 equipes.

No rafting conheceram a Cristiane, proprietária de uma escola de Inglês, que também estava com vontade de participar das corridas e combinaram de tentar achar o quarto elemento e de participar da 2º etapa do Adventure Camp em Nazaré Paulista. O Adriano conseguiu o Marcio e assim nasceu a equipe CURURU.

Como a maioria das equipes, a Cururu trocou de integrantes diversas vezes e a formação atual foi definida na etapa Florianópolis do Adventure Camp. "Montar uma verdadeira equipe não é fácil. Um time só vence quando esta realmente unido. Quando eu falo vencer, não significa chegar em primeiro e sim superar os limites, se ajudar. Pessoas de ramos profissionais totalmente diferentes unidos em só objetivo: superar todos os obstáculos, com o time unido e se ajudando até o final", explica Hércules.

Por Redação
09 Mar 2005 - 22h58 | General |