Relato de Fabiana Duarte no Haka Expedition Botucatu 2015

Neste feriado competi com a equipe Competition Aroeira (SP), ao lado dos atletas Ygor Dias, Emerson Furlanetto e Thiago Bonini, conquistando a terceira colocação na Haka Expedition. A largada da prova aconteceu no dia do trabalhador ao meio dia em ponto, na bela cidade paulista de Botucatu. Estavam presentes as melhores equipes do país, nesta prova que é a principal do circuito paulista de Corridas de Aventura e é válida pelo ranking nacional e Latinoamericano.

O calor estava forte e as equipes também largaram forte pra uma corrida de 4km até chegarmos ao rio onde fizemos mais 4km de canyoning muito técnico sobre pedras escorregadias, pequenas corredeiras e uma bela cachoeira, onde fui atacada por abelhas, levando duas picadas bem dolorosas... Era só o início desta longa aventura, que foi considerada pelos atletas a edição mais dura do Haka, que exigiu muito do físico e psicológico das equipes, com pernadas muito longas, trechos exaustivos como uma loga corrida sobre trilhos de trem e navegação (orientação cartográfica) complexa.

A prova para nós teve duração de 30 horas e 34 minutos, assim divididos: Trekking (4 km), Canyoning (4 km), Ascensão (20 metros), Trekking (10 km), MTB (15 km), Trekking (6 km), MTB (83 km), Canoagem (46 km ) e Trekking(44 km).

Fizemos uma prova em ritmo muito bom e na metade da prova, após passarmos algumas equipes, conseguimos abrir uma boa vantagem, principalmente na pernada de Mountain Bike, assim nos estabilizamos na disputa entre as primeiras colocações com mais três equipes, a Quasarlontra, Xingu e Guanacos.

A canoagem foi muito exaustiva, na grande represa de Barra Bonita. Começamos a remar por volta de uma hora da manhã e terminamos por volta das nove horas. Para espantar o sono a equipe remou cantando. Ao final da canoagem ainda tivemos que encarar uma densa vegetação na água antes de chegar à margem, o que foi bastante desgastante e sugou nossas reservas de energia.

Porém ao chegar ao AT, encontramos com a equipe Xingu e soubemos que as primeiras equipes (Quasarlontra e Guanacos) haviam saído dali a menos de uma hora. Então fizemos uma transição rápida, nos alimentando e reabastecendo as mochilas para o trecho final da prova: um longo trekking de 44km. Resolvemos arriscar na navegação, varando um canavial e atravessando um rio e mais um rasga-mato que, em tese, nos renderia uma economia de 4km até a chegada do PC 14. Mas não valeu a pena, pois a vegetação era muito densa então resolvemos abortar a missão e voltar à estrada, de terra, onde o sol escaldante queimava a pela. Neste trecho a equipe ficou bastante desanimada, pois perdemos cerca de uma hora e meia e o sono e o cansaço voltou forte.

Encontramos com a dupla Mato Adentro na estrada que estava sentada querendo desistir, com um dos atletas com os pés bem machucados... Motivamos os colegas a continuarem, ajudamos nos primeiros socorros com curativos nos pés e seguimos os seis até o PC 14. Após batermos no PC, pegamos outro rasga-mato, desta vez com sucesso e direito a travessia de rio, o que refrescou os radiadores e nos deu força para o trecho final (cerca de 17km).

Ao chegarmos em Botucatu estávamos com os pés machucados e o corpo muito dolorido, então seguimos num ritmos mais leve, pois pensávamos já ter perdido o pódio, devido ao erro da navegação. Porém num cruzamento há 3 quarteirões da chegada nos deparamos com a Guanacos, chegando tão exaustos quanto nós. Foi bom e ruim, pois nós cruzamos os olhares e foi o suficiente para iniciarmos uma nova disputa, na raça, dessa vez no tiro de mil metros até o pórtico. Não sei de onde tiramos força, mas conseguimos cruzar na frente da Guanacos, ficando assim em terceiro lugar na prova.

Segundo Fábio Cerávolo, integrante da equipe Guanacos, esse final foi uma das situações mais inusitadas e engraçadas que ele já viveu nas corridas. Com certeza foi pra nós também... E como costumamos dizer: O importante é "Competition"!

Quero parabenizar todas as equipes que participaram, completando ou não este desafio. Quero agradecer principalmente à Equipe Competition Aroeira, meus companheiros de prova, meus amigos que torcem por mim e aos meus apoiadores, Pinabikes e Stúdio FG3.