O Raid International Gaspésie chegou em sua quarta edição e este ano a prova seguiu rumo a norte em algumas etapas e explorou o Parque National Gaspésie, significando que os atletas tiveram um percurso mais remoto, mais exigente e com muito mais altimetria.
Criado em abril de 1937 para a proteção do caribu (chamado de rena no Brasil), o local é um parque de diversões para os amantes de trilhas, tendo como um destaques o Monte Albert (1.151m) - um dos pontos mais altos da região sul de Quebec -, as águas transparentes de seus lagos e a vida animal selvagem.
Carleton-sur-Mer foi a cidade base nos primeiros dias do evento, recebendo os atletas e onde foram realizadas a coletiva de imprensa, briefing e cerimônias de abertura e encerramento do evento. Na cidade aconteceu o prólogo, onde estudantes da região correram lado a lado - literalmente, como integrantes da mesma equipe - com atletas do RIG.
Logo após o prólogo a caravana seguiu para Village Grande Nature Chic-Chocs em St-Octave de l'Avenir, uma antiga vila fechada pelo governo em 1971. Sua máxima população foi de 1067 habitantes em 1941 e aos aos poucos a vila foi esvaziando. Mesmo com a compensação financeira oferecida pelo governo, algumas familias resistiram até mesmo depois do fechamento oficial, deixando a vila em 1972.
A infraestrutura do local foi aproveitada para montar um campo de treinamento de cadetes das forças armadas - primeiro a marinha, seguida da aeronáutica e do exército, que deixou o local em 2005.
O Villange Grande Nature hoje é uma propriedade particular e o dono atual trabalha como o turismo, buscando atrair visitantes interessados em explorar as belezas naturais da região. Em seu terreno existe um hotel, chalés, espaço para camping e ainda, uma piscina coberta, uma escola e uma igreja, resquícios da antiga vila.
Os dois últimos foram de grande valia para o RIG. Alguns integrantes da organização puderam dormir na escola, enquanto a igreja foi utilizada para reunir os participantes para informar as mudanças no percurso ocasionadas pelas fortes chuvas que caíram nos dias anteriores e fizeram o nível dos rios subir muito. A largada do primeiro dia, prevista para o início da manhã, aconteceu quase ao meio dia.
E como num passe de mágica, o tempo fechado e a chuva que caía desde cedo parou e o sol apareceu a poucos minutos da partida dos atletas para enfrentarem os percursos de 300 Km e 150 Km.
Foram 2 dias inteiros explorando a mata, montanhas e trilhas do Parque Nacional Gaspésie até voltar para Carleton, onde na madrugada de domingo foi dada a largada para a exploração do terreno mais próximo à cidade.
Os atletas foram recebidos com muito aplauso e a tradicional cerveja Le Neufrageur na linha de chegada montada no farol de Carleton.
Veja abaixo mais algumas imagens do evento.
Desta vez o Brasil não contou com representantes, mas a América do Sul contou com o uruguaio Ruben Manduré, que garantiu a marca de estar em todas as edições do RIG até o momento.
A vitória no percurso de 300 Km ficou com a equipe Espresso Sports, formado pela ciclista olímpica Lyne Bessette e Benoît Simard.
Nos 150 Km, após 3 dias de corrida, vitória da Team Vélo Café/Dynafit SkimoEast, formada por Arnaud Boisvert e Jeff Rivest.
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